Martins Peralva
LE 55: — São habitados todos os globos que se movem no
Espaço?
R: — Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição.
Temos, assim, no Espaço incomensurável, mundos-berços e
mundos-experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e
mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões[2].
- Emmanuel
O ensino dos Espíritos, ao
ditarem a codificação do Espiritismo, confirma plenamente a referência de Nosso
Senhor Jesus-Cristo, de que “na casa de meu Pai há muitas moradas”.
Podemos conceituar de três
maneiras, para efeito de estudo, a palavra “moradas”, mencionada no Evangelho:
a)
Os mundos que formam o Universo, onde outras
humanidades realizam a marcha evolutiva.
b)
As diversas zonas espirituais, superiores ou
inferiores, além das fronteiras físicas, onde a vida palpita com a mesma
intensidade das metrópoles humanas.
c)
Os vários departamentos da Mente, onde se
demoram pensamentos e reações, dramas e tragédias, anseios e realidades do
Espírito.
A ciência moderna, evoluindo e
reformulando conceitos clássicos, admite já, além do nosso, a existência de
outros mundos, nos quais há possibilidades de vida, confirmando, assim,
assertiva das entidades superiores na obra que é a pedra angular da filosofia
espírita: O Livro dos Espíritos.
Ninguém poderá imaginar quantos
mundos realmente existem, habitados; mas, nenhum espírita põe dúvida em que
inúmeras humanidades vivem nesses mundos, felizes, uns, infelizes, outros.
Para que os adeptos do
Espiritismo creiam na existência de outros orbes, nos incontáveis departamentos
da Vida Universal, há razões de :
a)
Ordem científica.
b)
Ordem filosófica.
c)
Ordem religiosa ou evangélica.
No que se refere aos argumentos
científicos, perguntaríamos:
Por que haveria de ser a Terra o centro do Universo,
quando nem o é do sistema planetário solar, pelo pouco ou quase nada que
representa diante de milhões de fabulosos astros que navegam, equilibrados pela
mecânica celeste, no Espaço Incomensurável?
Vejamos:
a)
O Sol — centro do nosso sistema — é 1.300.000
vezes maior do que a Terra, mas é alguns milhões de vezes menor do que Antares.
b)
O brilho de Canópus é 80.000 vezes superior ao
brilho do Sol.
c)
Urano é 70 vezes maior do que a Terra, pequenina
laranja dentro de nosso sistema.
d)
Capela é 5.800 vezes maior do que o Sol.
e)
Júpiter, que maravilha — 12 satélites
conhecidos!...
f)
A Via-Láctea é um turbilhão fabuloso de sóis, de
todas as dimensões e claridades, que a moderna astronomia não consegue contar,
mas que avalia em mais de 200.
000. 000.
Assim, pelo exposto, os
argumentos científicos sustentam-se nos seguintes fatores essenciais:
a)
Posição
b)
Volume
c)
e Constituição, em relação a outros mundos.
Por que, com semelhante
insignificância dimensional, seria o nosso pequenino e desajeitado orbe a razão
de ser da própria vida da humanidade e o núcleo polarizador de milhões de
galáxias?!
Sob o ponto de vista filosófico,
transitam as almas por vários mundos, purificando-se, cada vez mais, e
adquirindo a sabedoria que as tornará realmente perfeitas.
O espírito reencarnado, hoje, na
Terra, poderá, amanhã, estar em Marte ou Vênus, em Saturno ou Júpiter, para
citar, apenas, quatro dos nove componentes do nosso sistema planetário.
O aprendizado, a colheita de
experiências, o acúmulo dos valores eternos não se verificam tão-somente na
Terra, mas em diversas “moradas do Pai”, conforme o ensino de Jesus quanto à
pluralidade dos mundos habitados, ao qual plenamente se ajustaria a codificação
espírita, em 1857, com base nos seguintes argumentos, nada lisonjeiros para o
globo terrestre:
a)
Atraso moral dos terrícolas.
b)
Atraso científico.
c)
Atraso cultural em relação aos mundos habitados,
onde os grandes homens da Terra se apresentariam na condição de alunos
incipientes.
“Enquanto o homem se encaminha
para a Lua, estudando-a de perto, comove-nos pensar que a Doutrina Espírita se
referia à pluralidade dos mundos habitados precisamente há um século”, observa
Emmanuel.
O argumento religioso, ou
evangélico, ninguém desconhece e dispensa maiores comentários, eis que se apoia
na palavra do Cristo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.
E, ainda: “Tenho outras ovelhas
que não são deste redil”.
Os departamentos da Mente são, a
nosso ver, outras tantas “moradas individuais”, como repositório das reações
mais ou menos felizes das inteligências encarnadas ou desencarnadas.
A “morada mental” do homem equilibrado
apresenta aquela ordem, aquele asseio, aquela disciplina e aquele respeito
encontrados nas residências bem cuidadas, no plano físico:
§ Serenidade
interior.
§ Harmonia
espiritual.
§ Consciência
isenta de remorso.
§ Mente
voltada para o Alto.
§ Trabalho
incessante no Bem.
§ Ideações
edificantes.
§ Resignação
na dor.
§ Moderação
na alegria.
§ Bom
ânimo e submissão à Vontade Divina.
Tudo isso constitui a
auspiciosa, a feliz arrumação da “morada mental” do homem espiritualizado.
Inquietude, desordem, íntima,
consciência e coração culpados, pensamento centralizado na futilidade e na
maledicência, excessos emocionais, inatividade psíquica e revolta no
sofrimento, além de outras tantas infelicidades, representam a desarrumação dos
departamentos mentais do homem espiritualmente adormecido.
No que toca às diversas regiões
espirituais, sabemos que comunidades redimidas habitam zonas mais elevadas da
Espiritualidade, às quais obreiros dedicados são periodicamente conduzidos em
processo estimulante do esforço pessoal.
Em faixas vibratórias mais
ligadas à Terra, estacionam, temporariamente, almas ainda vinculadas às
sensações e problemas da vida física, uma vez que o peso específico de suas
organizações perispirituais, apresentando certa densidade, lhes não permitem as
grandes ascensões.
Emmanuel, no entanto,
concitando-nos ao esforço renovador, em busca da felicidade que se não
extingue, nem aqui, nem no mais Além, assegura-nos que, “trabalhando e
servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa,
entrando gradativamente em contato com os grandes gênios da imortalidade
gloriosa”.
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