Juliana Procópio
Característica primária dos
seres humanos, o sonho é um dos fenômenos que mais intrigam as pessoas ao longo
dos séculos. Seus significados são uma constante causa de aflição ou medo para
quem sonha, gerando a busca por seus significados. Um dos relatos mais
conhecidos ao longo da História em uma da passagem Bíblica no livro Gênesis,
são os sonhos interpretados por José no Egito Antigo.
Segundo estudos científicos os
sonhos ocorrem durante o período chamado de REM (Rapid Eye Movements), chamado
de “rápido movimento dos olhos”. Assim, um sonho dura normalmente uma média de
10 a 40 minutos.
Antigamente acreditava-se que os sonhos aconteciam em
frações de segundos, hoje se sabe que eles, na verdade, duram um tempo real em
nossa mente, ou seja, ocorrem na mesma velocidade em que sonhamos. Cada sonho
pode durar de alguns segundos até uma hora.
Por em sua grande maioria os
sonhos figurarem em situações conturbadas e muitas vezes com pessoas ou
situações estranhas ao nosso cotidiano, os sonhos geram perturbações e
curiosidade quanto ao seu significado.
Muitos são os que buscam
interpretá-los das mais variadas formas. Nos dias atuais uma busca rápida um
navegador de internet traz uma lista de livros, lives e revistas que
propõem responder as dúvidas dos mais ansiosos. Mas até que ponto tudo isso
pode ser considerado verdade?
Em O Evangelho Segundo o
Espiritismo, os espíritos explicaram que o sono se faz necessário ao homem
como refazimento das suas forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera
as energias que perdeu pela atividade do dia anterior, o espírito vai se
fortalecer entre outros espíritos.
Allan Kardec, em O Livro dos
Espíritos, explica que tanto o sono como o sonho são fenômenos de
emancipação da alma. O espírito encarnado assim como o errante nunca está
inativo. Durante o momento do sono o corpo descansa, mas o espírito não dorme,
pelo contrário, ele aproveita desse momento para estudar, trabalhar, rever
entes queridos ou se aproximar do que lhe é a fim (seja bom ou mau). É nesse
momento em que o corpo possui um pouco da liberdade que tinha quando
desencarnado e pode se comunicar com entes queridos que não estão encarnados ou
até mesmo encarnados. É durante esses encontros que ao despertar de um encontro
com espíritos que conhecemos de muitas reencarnações temos a sensação de que
sonhamos com pessoas que não conhecemos. Na verdade, talvez não as tenhamos
conhecido nesta encarnação e por isso a estranheza ao despertar.
Outras pessoas nos afirmam que
não sonham, ou que quase nunca sonham. Em sua maioria a densidade da matéria do
nosso corpo humano aliado ao materialismo vivido podem dificultar as lembranças
desses momentos de emancipação.
Em O Livro dos Espíritos
nossos irmãos erradicados nos trazem as seguintes informações:
− Então por que não nos lembramos sempre dos sonhos?
No que chamas de sono, só há o repouso do corpo, pois o
espírito está sempre em atividade; aí, ele recobra um pouco de sua liberdade e
se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros;
porém, como o corpo é uma matéria pesada e grosseira, dificilmente, conserva as
impressões que o espírito recebeu, porque este não as percebeu através dos
órgãos do corpo. (LE 403.)
− O que se deve pensar do
significado atribuído aos sonhos?
Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os
ledores de sorte, pois é absurdo acreditar que sonhar com tal coisa, anuncia
aquela outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais para o
espírito, mas que, frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida
corporal; com frequência, também, como já o dissemos, é uma recordação; pode
ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, permitido por Deus ou a
visão do que se passa, naquele momento, num outro lugar a que a alma se
transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem, em sonho, e
vêm advertir seus parentes ou seus amigos do que está acontecendo com elas? O
que são essas aparições, senão a alma ou espírito dessas pessoas que vêm se
comunicar com o vosso? Quando tendes a certeza de que o que vistes realmente
aconteceu, não estará aí uma prova de que não foi simples imaginação,
principalmente, se aquilo não passava, absolutamente, pelo vosso pensamento,
durante a vigília? (LE 404)
− Frequentemente, veem-se, em sonho, coisas que parecem
pressentimentos e que não se confirmam; de onde isto se origina?
Elas podem confirmar-se para o espírito e não, para o
corpo, quer dizer que o espírito vê aquilo que deseja porque vai ao seu
encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está sempre, mais
ou menos, sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta
completamente das ideias terrenas; daí resulta que as preocupações da vigília
podem dar, ao que se vê, a aparência do que se deseja ou do que se teme; aí
está, verdadeiramente, o que se pode chamar de um efeito da imaginação. Quando
se está fortemente preocupado com uma ideia, tudo o que vemos ligamos a ela. (LE
405)
Assim, o que sonhamos nem sempre
está ligado à nossa atual reencarnação, mas a vivências do espírito fazendo com
que o sentido dele não seja compreensível. Outras vezes por estarmos tão
ligados a situações que estamos passando, levamos essas preocupações conosco
durante a emancipação e podemos reforçá-las ou nos aproximar de espíritos menos
evoluídos que se aproveitam para nos perturbar.
Como podemos então evitar essas
perturbações e sonhos ruins? Ao nos prepararmos para o sono devemos buscar ler
leituras edificantes, ouvir músicas mais calmas, evitar assistir repetidamente
noticiários trágicos e violentos, filmes e tudo o que deixe nossos pensamentos
pesados. Busquemos orar e conversar com Deus e nosso mentor pedindo um momento
de desdobramento salutar onde possamos nos conectar com espíritos elevados e
queridos.
Mas, não é só isso! Tudo o que
vivemos durante o nosso dia interfere nesse momento. Passar um dia inteiro
reclamando, brigando, humilhando e respondendo grosseiramente aos outros nos
coloca em uma egrégora muito densa que carregamos conosco onde for.
Para boas noites de sono devemos
investir em mudança de comportamento. É nosso livre arbítrio escolher as
companhias que queremos. Pense nisso.
Abraços fraternos.
Fonte: Blog Letra Espírita
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