quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

GRAU DE CULPABILIDADE[1]

 

Miramez

 

 

Há sempre no assassínio o mesmo grau de culpabilidade?

‒ Já o dissemos: Deus é justo e julga mais a intenção do que o fato.

Questão 747 / O Livro dos Espíritos

 

O grau de culpabilidade varia na pauta dos acontecimentos na Terra e mesmo no mundo dos Espíritos. O Espírito desencarnado não deixa de praticar faltas; isso se dá conforme a elevação do mesmo.

No que toca ao assassínio, igualmente a falta é de acordo com o fato. Deus julga mais pela intenção. No assassínio premeditado, onde os maus sentimentos predominam, seu autor será castigado pela intensidade desses sentimentos, o que aumenta ou diminui o peso da cruz de expiações. É a justiça em pleno apreço na mente dos que comandam a vida, em nome de Deus. Se já sabemos que o Cristo é verdadeiramente o filho de Deus vivo, Aquele que é o Pastor de todas as almas radicadas na Terra, o que mais pensar sobre a quem seguir os passos? Anotemos as palavras de João, no capítulo um, versículo trinta e quatro, quando diz:

Pois eu de fato vi, e tenho testificado que Ele é o filho de Deus.

Não temos mais de pensar sobre a quem seguir. Seguiremos o filho de Deus, no seu roteiro de vida e de paz, de amor e de fraternidade, porque o Cristo é a verdade para todas as criaturas.

O Evangelho do Divino Mestre é a força que limpa as consciências de todos os males condicionados na sua estrutura, pelos milênios afora. A sua prática faz nascer a luz de todo o entendimento espiritual. É neste sentido que estamos empenhados em difundir a Boa Nova do Reino em todas as direções do planeta, de modo que a humanidade o conheça na sua profundidade, porque é dele que advém a força libertadora da vida. Deus está presente pela expressão do Cristo, que pode aparecer dentro das criaturas, dependendo do esforço de cada uma em rasgar o véu que faz ficarem invisíveis os dons de ouro guardados no centro d'alma. O Espírito é luz e nunca foi trevas; o que chamamos trevas é a desarmonia que criamos pela ignorância. O sol da vida está sempre brilhando nos nossos caminhos, esperando que as brumas da nossa incompreensão se afastem para dar lugar à luz da verdade que liberta e ilumina.

Todos somos culpados de alguma coisa, entretanto, nunca são iguais as faltas. A diferenciação é feita pela força da justiça que, no fundo, é o mesmo amor que nos acolhe por misericórdia de Deus. Às vezes não praticamos o ato vergonhoso contra a lei da vida, mas inspiramos, em silêncio, os que já têm os impulsos do mal a fazê-lo, e passamos a ser culpados com ele.

Quem assassina, não conhece bem as leis; depois que ele passar a saber que está matando a si mesmo, matando as suas próprias possibilidades de crescer ou retardando-as, ele muda de ideia e avança na conservação da existência dos seus irmãos em Jesus. Pensemos mais no amor e na justiça, trabalhemos mais pela paz e sempre nos caminhos da verdade.



[1] Filosofia Espírita – Volume 15 – João Nunes Maia

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