Miramez
Há sempre no assassínio o mesmo grau de culpabilidade?
‒ Já o dissemos:
Deus é justo e julga mais a intenção do que o fato.
Questão 747 / O Livro dos Espíritos
O grau de culpabilidade varia na
pauta dos acontecimentos na Terra e mesmo no mundo dos Espíritos. O Espírito
desencarnado não deixa de praticar faltas; isso se dá conforme a elevação do
mesmo.
No que toca ao assassínio,
igualmente a falta é de acordo com o fato. Deus julga mais pela intenção. No
assassínio premeditado, onde os maus sentimentos predominam, seu autor será
castigado pela intensidade desses sentimentos, o que aumenta ou diminui o peso
da cruz de expiações. É a justiça em pleno apreço na mente dos que comandam a
vida, em nome de Deus. Se já sabemos que o Cristo é verdadeiramente o filho de
Deus vivo, Aquele que é o Pastor de todas as almas radicadas na Terra, o que
mais pensar sobre a quem seguir os passos? Anotemos as palavras de João, no
capítulo um, versículo trinta e quatro, quando diz:
Pois eu de fato vi, e tenho testificado que Ele é o filho de Deus.
Não temos mais de pensar sobre a
quem seguir. Seguiremos o filho de Deus, no seu roteiro de vida e de paz, de
amor e de fraternidade, porque o Cristo é a verdade para todas as criaturas.
O Evangelho do Divino Mestre é a
força que limpa as consciências de todos os males condicionados na sua
estrutura, pelos milênios afora. A sua prática faz nascer a luz de todo o
entendimento espiritual. É neste sentido que estamos empenhados em difundir a
Boa Nova do Reino em todas as direções do planeta, de modo que a humanidade o
conheça na sua profundidade, porque é dele que advém a força libertadora da
vida. Deus está presente pela expressão do Cristo, que pode aparecer dentro das
criaturas, dependendo do esforço de cada uma em rasgar o véu que faz ficarem
invisíveis os dons de ouro guardados no centro d'alma. O Espírito é luz e nunca
foi trevas; o que chamamos trevas é a desarmonia que criamos pela ignorância. O
sol da vida está sempre brilhando nos nossos caminhos, esperando que as brumas
da nossa incompreensão se afastem para dar lugar à luz da verdade que liberta e
ilumina.
Todos somos culpados de alguma
coisa, entretanto, nunca são iguais as faltas. A diferenciação é feita pela
força da justiça que, no fundo, é o mesmo amor que nos acolhe por misericórdia
de Deus. Às vezes não praticamos o ato vergonhoso contra a lei da vida, mas
inspiramos, em silêncio, os que já têm os impulsos do mal a fazê-lo, e passamos
a ser culpados com ele.
Quem assassina, não conhece bem
as leis; depois que ele passar a saber que está matando a si mesmo, matando as
suas próprias possibilidades de crescer ou retardando-as, ele muda de ideia e
avança na conservação da existência dos seus irmãos em Jesus. Pensemos mais no
amor e na justiça, trabalhemos mais pela paz e sempre nos caminhos da verdade.
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