quinta-feira, 25 de novembro de 2021

SENSIBILIDADE ÀS BELEZAS[1]

 

Miramez

 

Os Espíritos são sensíveis às belezas naturais?

‒ As belezas naturais dos vários globos são tão diversas que estamos longe de conhecê-las.

Sim, são sensíveis a elas, segundo as suas aptidões para apreciá-las e compreender. Para os Espíritos elevados há belezas de conjunto, diante das quais se apagam, por assim dizer, as belezas dos detalhes.

Questão 252/O Livro dos Espíritos

 

A natureza nos mostra o assopro da sua harmonia interna para que possamos sentir a alegria de viver, e viver com alegria. Deus se encontra em toda parte, sorrindo para a Sua criação, de forma a dotá-la de paz, com as vibrações que Lhe são próprias, e os Espíritos, como Seus filhos do coração, são sensíveis às belezas da natureza. Sentem eles o encanto das formas como mensagem da perfeição, induzindo-os a serem perfeitos em tudo o que operam.

Todos os mundos são dotados de encantos peculiares à sua evolução, na escala das moradas universais. Os mundos superiores mostram a harmonia das suas formas na faixa que já atingiram, na escala da perfeição. Os acordes das visões nos planetas são diferentes entre uns e outros, porque diferentes são as humanidades neles estagiadas.

Entra nesse campo visual dos mundos o merecimento dos que ali se encontram encarnados, e mesmo desencarnados, mostrando a natureza o que os Espíritos suportam dentro das suas sensibilidades espirituais. Os Espíritos elevados não procuram as particularidades mais íntimas diante das belezas: sentem mais o conjunto, pois ele impressiona, com mais acerto, falando na intimidade no silêncio da visão.

O Belo é o trabalho do Senhor, e é nesse sentido que Jesus ensinava e fazia todas as coisas com harmonia, a nos falar da perfeição. Ao fazermos alguma coisa, mesmo as mais simples, lembremo-nos com interesse da perfeição; ela dará uma conotação de graciosidade e fará lembrar o artista com amor. Todos são sensíveis às belezas das formas e, ao senti-las, irradiam forças que, certamente, por lei, buscam o seu autor.

A imperfeição, pela mesma lei, atrai para junto do seu portador, coisas imperfeitas, que lhe fazem sofrer os desacertos das linhas em desarmonia. Se os Espíritos superiores são sensíveis às belezas, também os inferiores, em menor expressão, gostam e sabem escolher as coisas boas. Isso são lições para que eles, no amanhã, sejam impulsionados a fazer os seus deveres com mais perfeição.

Tudo que existe vibra na perfeição e com a perfeição de Deus; o que se encontra em desarmonia são as ações dos Espíritos que não acordaram para a realidade. É, por assim dizer, como se dormissem ainda no berço da ignorância.

A Doutrina dos Espíritos, que tem a missão de acordar a humanidade para a perfeição, irradia na Terra todos os processos para que os homens usem suas mãos no serviço do amor. Nesse labor, a caridade aflora nos seus caminhos, iluminando os sentimentos como sendo Deus abençoando todos os seus esforços.

Todos os pensamentos puros são formas, ainda que invisíveis ao mundo de belezas, que conduzem à harmonia celestial. Assim, as ideias bem ordenadas e as palavras na faixa do Cristo são reflexos das belezas imortais da criação do Pai Celestial.

Podemos mostrar a harmonia pelos gestos, a grandeza do coração pelo olhar e a perfeição pelo que fazemos da oportunidade que nos é concedida. Devemos aureolar todos os nossos feitos no ambiente da verdade, pois ele tem a força de Deus que liberta, envolvendo a alma com a defesa dos poderes do Espírito em forma de luz d'Aquele que nos criou no silêncio do Seu coração, que pulsa na intimidade dos Seus feitos por amor.



[1] Filosofia Espírita – Volume 5 – João Nunes Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário