Miramez
Os Espíritos são sensíveis às belezas naturais?
‒ As belezas
naturais dos vários globos são tão diversas que estamos longe de conhecê-las.
Sim, são sensíveis a
elas, segundo as suas aptidões para apreciá-las e compreender. Para os
Espíritos elevados há belezas de conjunto, diante das quais se apagam, por
assim dizer, as belezas dos detalhes.
Questão 252/O Livro dos Espíritos
A natureza nos mostra o assopro
da sua harmonia interna para que possamos sentir a alegria de viver, e viver
com alegria. Deus se encontra em toda parte, sorrindo para a Sua criação, de
forma a dotá-la de paz, com as vibrações que Lhe são próprias, e os Espíritos,
como Seus filhos do coração, são sensíveis às belezas da natureza. Sentem eles
o encanto das formas como mensagem da perfeição, induzindo-os a serem perfeitos
em tudo o que operam.
Todos os mundos são dotados de
encantos peculiares à sua evolução, na escala das moradas universais. Os mundos
superiores mostram a harmonia das suas formas na faixa que já atingiram, na
escala da perfeição. Os acordes das visões nos planetas são diferentes entre
uns e outros, porque diferentes são as humanidades neles estagiadas.
Entra nesse campo visual dos
mundos o merecimento dos que ali se encontram encarnados, e mesmo
desencarnados, mostrando a natureza o que os Espíritos suportam dentro das suas
sensibilidades espirituais. Os Espíritos elevados não procuram as
particularidades mais íntimas diante das belezas: sentem mais o conjunto, pois
ele impressiona, com mais acerto, falando na intimidade no silêncio da visão.
O Belo é o trabalho do Senhor, e
é nesse sentido que Jesus ensinava e fazia todas as coisas com harmonia, a nos
falar da perfeição. Ao fazermos alguma coisa, mesmo as mais simples,
lembremo-nos com interesse da perfeição; ela dará uma conotação de graciosidade
e fará lembrar o artista com amor. Todos são sensíveis às belezas das formas e,
ao senti-las, irradiam forças que, certamente, por lei, buscam o seu autor.
A imperfeição, pela mesma lei,
atrai para junto do seu portador, coisas imperfeitas, que lhe fazem sofrer os
desacertos das linhas em desarmonia. Se os Espíritos superiores são sensíveis
às belezas, também os inferiores, em menor expressão, gostam e sabem escolher
as coisas boas. Isso são lições para que eles, no amanhã, sejam impulsionados a
fazer os seus deveres com mais perfeição.
Tudo que existe vibra na
perfeição e com a perfeição de Deus; o que se encontra em desarmonia são as
ações dos Espíritos que não acordaram para a realidade. É, por assim dizer,
como se dormissem ainda no berço da ignorância.
A Doutrina dos Espíritos, que
tem a missão de acordar a humanidade para a perfeição, irradia na Terra todos
os processos para que os homens usem suas mãos no serviço do amor. Nesse labor,
a caridade aflora nos seus caminhos, iluminando os sentimentos como sendo Deus
abençoando todos os seus esforços.
Todos os pensamentos puros são
formas, ainda que invisíveis ao mundo de belezas, que conduzem à harmonia
celestial. Assim, as ideias bem ordenadas e as palavras na faixa do Cristo são
reflexos das belezas imortais da criação do Pai Celestial.
Podemos mostrar a harmonia pelos
gestos, a grandeza do coração pelo olhar e a perfeição pelo que fazemos da
oportunidade que nos é concedida. Devemos aureolar todos os nossos feitos no
ambiente da verdade, pois ele tem a força de Deus que liberta, envolvendo a
alma com a defesa dos poderes do Espírito em forma de luz d'Aquele que nos criou
no silêncio do Seu coração, que pulsa na intimidade dos Seus feitos por amor.
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