Allan Kardec
Sob este título, o Journal de Chartres, de 26 de maio
último, continha a seguinte correspondência:
Illiers, 20 de maio
de 1867.
Estamos em maio ou
no carnaval? Domingo passado julguei-me nesta última época. Quando atravessava
Illiers, por volta das quatro horas da tarde, encontrei-me em frente a uma
aglomeração de sessenta, oitenta, talvez cem garotos, seguidos de numerosa
multidão, gritando com toda a força o refrão: Eis o feiticeiro! Eis o
feiticeiro! Eis o cachorro louco! Eis Grezelle! E acompanhando de vaias um
bravo e plácido camponês, de olhar desvairado, ar espantado, que ficou
felicíssimo ao encontrar uma mercearia que lhe serviu de abrigo. É que, depois
dos cantos e dos apupos vinham as injúrias, as pedras voavam e o pobre diabo,
sem este asilo, talvez levasse a pior.
Perguntei a um grupo
que aí se achava o que aquilo significava. Contaram-me que desde algum tempo
todas as sextas-feiras havia uma reunião de espíritas em Sorcellerie, comuna de
Vieuvicq, às portas de Illiers. O grande Pontífice que presidia a essas
reuniões era um pedreiro, chamado Grezelle, e era esse infeliz que acabava de
se vê tão maltratado. É que, diziam, desde alguns dias se passavam coisas muito
estranhas. Ele teria visto o diabo, evocado almas que lhe teriam revelado
coisas pouco lisonjeiras para certas famílias.
Em suma, várias
mulheres tinham ficado loucas e alguns homens seguiam nos seus rastos; parece
mesmo que o Pontífice abria o caminho. A verdade é que uma jovem mulher de
Illiers perdeu a cabeça completamente; ter-lhe-iam dito que, por certas faltas,
seria preciso que ela fosse ao purgatório. Sexta-feira ela se despedia de todos
os parentes e vizinhos, e sábado, depois de ter feito os preparativos para a
partida, ia atirar-se no rio. Felizmente estava sendo vigiada e chegaram a
tempo de adiar-lhe a viagem.
Compreende-se que
tal acontecimento tenha excitado a opinião pública. A família dessa senhora
tinha perdido a cabeça e vários membros, armados de bom chicote, corriam atrás
do Pontífice, que teve a sorte de escapar de suas mãos. Ele queria deixar a
Sorcellerie de Vieuvicq para vir montar o seu sabá em Illiers, no lugar chamado
Folie-Valleran. Diz-se que dois valentes pais de família, que lhe serviam de
cantores no coro, pediram-lhe que não viesse a Folie: a loucura é que iria para
sua casa. Falavam também que a polícia iria ocupar-se do caso.
Deixai, então, por
conta dos garotos de Illiers. Eles saberão como vencer as resistências. Há
dessas coisas que morrem, abatidas pelo ridículo.
Léon
Gaubert
O mesmo jornal, em seu número de
13 de junho de 1867, contém o seguinte:
Em resposta a uma carta com a assinatura do Sr. Léon
Gaubert, publicada em nosso número de 26 de maio último, recebemos a
comunicação seguinte, da qual conservamos escrupulosamente a originalidade:
La Certellerie, 4 de
junho de 1867.
Senhor Redator,
Em vosso jornal de
26 de maio, dais publicidade a uma carta, na qual o vosso correspondente me
aborrece profundamente, para fazer ver quanto fui maltratado em Illiers. Pedreiro
e pai de família, tenho direito à reparação, depois de ter sido tão
violentamente atacado, e espero que vos digneis dar a conhecer a verdade,
depois de ter deixado propagar o erro.
É bem verdade, como
o diz aquela carta, que os meninos da escola e muitas pessoas que eu estimava
me perseguem todas as vezes que passo por Illiers. Duas vezes, sobretudo, quase
sucumbi a pedradas, bordoadas e outros objetos que me atiravam, e ainda hoje,
se fosse a Illiers, onde sou muito conhecido, seria cercado ameaçado,
maltratado. Além dos materiais que caem, enchem o ar de injúrias: louco, feiticeiro, espírita,
tais são as amenidades mais comuns com que me regalam. Felizmente, há somente
isto de verdadeiro; tudo o que o vosso correspondente vos escreve (o texto diz: tudo o que o vosso correspondente acrescenta), é falso e só existiu na
imaginação de pessoas que procuraram amotinar a população contra nós.
O Sr. Léon Gaubert,
que assinou vossa carta, é completamente desconhecido nesta região; dizem-me
que é um anônimo, se bem retive a palavra. Digo que se se oculta, é que sente
que não faz o bem; direi, pois, com toda a franqueza ao Sr. Léon Gaubert: Fazei
como eu e ponde o vosso verdadeiro nome.
Disse o Sr. Léon
Gaubert que uma mulher, em razão de excitações e de práticas espíritas,
enlouqueceu e quis afogar-se. Não sei se realmente ela quis afogar-se; muitas
pessoas me dizem que não é verdade; mas ainda que o fosse, nada tenho com isso.
Essa mulher é uma mexeriqueira; sua reputação aqui está feita há muito tempo, e
ainda não se falava de Espiritismo e ela já era como aqui (o texto diz conhecida
aqui), como o é agora. Suas irmãs a ajudam a me perseguir. Eu vos declaro
que ela jamais se ocupou de Espiritismo: seus instintos a levam em direção
contrária. Nunca assistiu às nossas reuniões e jamais pôs os pés na casa de
algum espírita da região.
Então, perguntareis,
por que ela investe contra vós, e por que tantos vos hostilizam em Illiers? É
um enigma para mim.
Só me apercebi de
uma coisa: é que muitas pessoas, antes que a primeira cena rebentasse, pareciam
previamente instruídas e, quando entrei naquele dia nas ruas de Illiers, notei
muita gente às portas e às janelas.
Sou um operário
honesto, senhor. Ganho decentemente meu pão. O Espiritismo não me impede
absolutamente de trabalhar, e se alguém tiver a menor exprobração séria a me
dirigir, que nada tema. Nós temos leis e, nas circunstâncias em que me
encontro, sou o primeiro a pedir que as leis do país sejam bem observadas.
Quanto a ser
espírita, não o escondo; é bem verdade, sou espírita. Meus dois filhos, jovens
ativos, ordeiros e prósperos, são médiuns. Ambos gostam do Espiritismo e, como
seu pai, creem, oram, trabalham, melhoram-se e procuram elevar-se. Mas, que mal
há nisto? Quando a cólera me diz que me vingue, o Espiritismo me contém e me
diz: Todos os homens são irmãos; faze o bem aos que te fazem o mal. E eu me
sinto mais calmo, mais forte.
O Cura[2]
me repele do confessionário porque sou espírita. Se eu viesse a ele carregado
de todos os crimes possíveis, ele me absolveria; mas espírita, crente em Deus e
fazendo o bem segundo o meu poder, não encontro graça aos seus olhos. Muitas
pessoas de Illiers não procedem de outro modo e aquele dos nossos inimigos, que
agora me atira pedra porque sou espírita, faria mais: não só me absolveria mas
me aplaudiria no dia em que me encontrasse numa orgia”.
Observação – Este
último parágrafo, entre aspas, que estava na carta original, foi suprimido pelo
jornal.
“Para agradar, eu
não poderia dizer preto quando vejo branco. Tenho convicções. Para mim o
Espiritismo é a mais bela das verdades. Que quereis? Querem forçar-me a dizer o
contrário do que penso, de tudo o que vejo, e quando se fala tanto de
liberdade, é preciso que a suprimam na prática”?
Vossa
correspondência diz que eu queria deixar a Sorcellerie para ir estabelecer meu
sabá em Folie-Valleran. Ao ver o Sr. Léon Gaubert inventar tantas palavras
desagradáveis, dir-se-ia verdadeiramente que ele está possuído da raiva de dar
sobre a cabeça de todo o mundo os mais desajeitados golpes de colher de
pedreiro. O Sr. Valleran é um dos proprietários mais respeitáveis da região e,
levantando uma construção magnífica, faz que muitos operários ganhem dinheiro,
por um trabalho honesto e lucrativo. Tanto pior para quem ficasse vexado por
isso ou não o imitasse senão andando para trás.
Tende a bondade,
senhor, de comunicar minha carta aos vossos leitores e dissuadir, como é justo,
as pessoas que a primeira carta por vós publicada induziu em erro.
Aceitai etc.
Grezelle
O redator do jornal diz que
conserva escrupulosamente a
originalidade dessa carta. Por certo quer dizer com isto a forma do estilo que,
num pedreiro de aldeia, não é a de um literato. Se esse pedreiro tivesse
escrito contra o Espiritismo, e num estilo ainda mais incorreto, é provável que
não o tivessem achado ridículo. Mas já que ele queria conservar tão
escrupulosamente a originalidade da carta, por que lhe suprimiu um parágrafo?
Em caso de inexatidão, a responsabilidade cairia sobre o seu autor. Para estar rigorosamente
certo, o jornal deveria ter acrescentado que a princípio se tinha recusado a
publicar essa carta, e que não cedeu senão ante a iminência de perseguições
judiciárias, cujas consequências eram inevitáveis, pois se tratava de um homem estimado,
atacado pelo próprio jornal em sua honra e em sua consideração.
O autor da primeira carta sem
dúvida pensou que a deturpação burlesca dos fatos não fosse suficiente para
lançar o ridículo sobre os espíritas. Acrescentou uma forte malícia, transformando
o nome da localidade, que é Certellerie,
no de Sorcellerie[3].
Talvez seja muito espirituoso para as pessoas que gostam de sal grosso, mas é
uma piada sem graça e muito desajeitada. Este gênero de ridículo jamais matou
coisa alguma.
Deve-se considerar esses fatos
como lamentáveis? Sem dúvida o são para os que foram suas vítimas, mas não para
a doutrina, à qual só podem aproveitar.
De duas uma: ou as pessoas que
se reúnem nessa localidade se entregam a uma comédia indigna, ou são criaturas honradas,
sinceramente espíritas. No primeiro caso, é prestar um grande serviço à
doutrina desmascarar os que dela abusam ou que misturam seu nome a práticas
ridículas. Os espíritas sinceros não podem senão aplaudir a tudo o que tende a
desembaraçar o Espiritismo dos parasitas da má-fé, seja qual for a forma que se
apresentem, pois jamais tomaram a defesa dos prestidigitadores e dos
charlatães. No segundo caso, ele só pode ganhar com a repercussão que lhe dá
uma perseguição apoiada em fatos controvertidos, porque excita as pessoas a se
informarem do que ele é. Ora, o Espiritismo só pede para ser conhecido, muito
certo de que um exame sério é o melhor meio de destruir as prevenções suscitadas
pela malevolência dos que não o conhecem. Assim, não nos surpreenderíamos se
essa escaramuça tivesse um resultado bem diverso do esperado por aqueles que a
provocaram, e fosse a causa de uma recrudescência no número dos adeptos da
localidade.
Assim tem sido em toda parte
onde uma oposição um tanto violenta se manifestou.
Que fazer, então? Perguntarão os
adversários. Se não intervimos, o Espiritismo caminha; se agimos contra, ele
marcha com mais vigor. A resposta é muito simples: reconhecer que aquilo que
não se pode impedir está na vontade de Deus, e o que há de melhor a fazer é
deixá-lo passar.
Dois de nossos correspondentes,
estranhos um ao outro, transmitiram-nos sobre estes fatos informações precisas
e perfeitamente concordantes. Um deles, o Sr. Quômes de Arras, homem de ciência
e distinto escritor, ao primeiro relato desses acontecimentos, referidos pelo Jornal de Chartres, ignorando a causa do
conflito, não quis precipitar-se em defender os fatos nem as pessoas, que
abandonava à severidade da crítica, se o merecessem; mas tomou a defesa do
Espiritismo. Numa carta cheia de moderação e de conveniência, dirigida ao
jornal, ele se empenha em demonstrar que se os fatos fossem tais quais
relatados pelo Sr. Léon Gaubert, o Espiritismo nada teria a ver com isso, ainda
mesmo que tivessem usado seu nome. Qualquer pessoa imparcial teria olhado como
um dever dar oportunidade a uma retificação tão legítima. Não foi o que
aconteceu, e as reiteradas instâncias não resultaram senão numa recusa formal.
Isto se passava antes da carta de Grezelle, que, como se viu, devia ter a mesma
sorte. Se o jornal temia levantar em suas colunas a questão do Espiritismo, não
devia admitir a carta do Sr. Gaubert. Reservar-se o direito de atacar e recusar
o de defesa, é um meio fácil, mas muito pouco lógico, de se dar razão.
O Sr. Quômes de Arras dirigiu-se
àqueles lugares, a fim de ele próprio se dar conta do estado das coisas. Houve
por bem enviar-nos um relato detalhado de sua visita. Lamentamos que a extensão
desse documento não nos permita publicá-lo neste número, onde nem tudo o que
nele devia estar pôde encontrar lugar. Resumimos suas principais consequências.
Eis o que ele ficou sabendo em Illiers, junto a diversas pessoas honradas,
estranhas ao Espiritismo.
Grezelle é um
excelente pedreiro, proprietário em Certellerie. Longe de desarrazoar, todos os
que o conhecem não podem senão fazer justiça ao seu bom-senso, aos seus hábitos
de ordem, de trabalho, de regularidade. É um bom pai de família; seu único erro
é inquietar os materialistas e os indiferentes da região por suas afirmações
enérgicas, multiplicadas, sobre a alma, sobre suas manifestações após a morte e
sobre os nossos destinos futuros. Ele está longe de ser, na região, o único
partidário do Espiritismo, que aí conta, sobretudo em Brou, numerosos e devotados
adeptos.
Quanto às mulheres,
que, segundo o Journal de Chartres,
o Espiritismo teria enlouquecido ou arrastado a atos culposos, é pura invenção.
O caso a que faz alusão é o de uma mexeriqueira muito conhecida em Illiers,
dada à bebida, e cuja razão sempre foi fraca. Ela quer a Grezelle e fala mal
dele, não se sabe por quê. Como as ideias espíritas circulam na região, delas deve
ter ouvido falar e as misturas em suas próprias incoerências, mas dele jamais
se ocupou seriamente. Quanto a ter querido afogar-se, tal pensamento nada teria
de impossível, tendo em vista o seu estado habitual; mas o fato parece
inventado.
De lá o Sr. Quômes de Arras foi
a Certellerie, cinco quilômetros além de Illiers.
Lá chegando, diz
ele, procurei a casa da Sra. Jacquet, cujo
nome me haviam dito em Illiers. Ela estava no jardim com seu filho, em meio às
flores, ocupada com trabalhos de agulha. Assim que soube o motivo de minha
viagem, conduziu-me à sua casa, onde logo se juntaram a sua empregada, moça de
vinte anos, médium falante e espírita fervorosa, Grezelle e seu filho mais velho,
de vinte anos. Não foi preciso conversar muito com essas pessoas, para perceber
que não me achava em relação com espíritos agitados, tristes, singulares,
exaltados ou fanáticos, mas com pessoas sérias, razoáveis, benevolentes, de uma
sociedade perfeita; franqueza, clareza, simplicidade, amor ao bem, tais eram os
traços salientes que se pintavam em seu exterior, em suas palavras, e – confessarei
para minha confusão – eu não esperava tanto.
Grezelle tem
quarenta e cinco anos, é casado e tem dois filhos; ambos são médiuns
escreventes, como o pai. Contou-me calmamente os sofrimentos que suportava e as
intrigas de que era objeto. A Sra. Jacquet também me disse que muitas pessoas,
na região, alimentavam os piores sentimentos contra eles, porque são espíritas.
Aos meus olhos pareceu muito provável, adquirindo depois a mais completa
certeza de que essas diversas famílias são tranquilas, benevolentes para com
todos, incapazes de fazer mal a quem quer que seja, e sinceramente dedicadas a
todos os seus deveres; dando graças aos céus, admirei a firmeza, a força de caráter,
a solidez das convicções, o profundo apego ao bem dessas excelentes criaturas
que, no campo, sem grande instrução, sem estímulo e sem recursos visíveis,
cercadas de inimigos e de gracejadores, mantêm alto, há quatro anos, seus
princípios, sua fé, suas esperanças. Para defender sua bandeira contra os
risos, têm uma coragem que, infelizmente, muitas vezes falta aos nossos sábios
das cidades, e até a muitos espíritas adiantados.
Grezelle, o único
que realmente foi maltratado, embora seja espírita há três anos, tem todo o
fervor de um neófito, todo o zelo de um apóstolo e ainda toda a atividade
exuberante de uma natureza ardente, enérgica e empreendedora. Em razão de seus
negócios, está continuamente em contato com a população da região e, cheio do
Espiritismo, amando-o mais que a vida, não pode impedir-se de falar nele, de o
fazer ressaltar, de mostrar suas belezas, grandezas e maravilhas. De uma
palavra realmente obstinada e forte, produz no meio dos indiferentes que o
cercam o efeito do fogo na água. Como não leva em conta o tempo, nem as circunstâncias
contrárias, poder-se-ia dizer que peca um pouco por excesso de zelo e, talvez,
também por falta de prudência.
No dia seguinte, à noite, o Sr.
Quômes assistiu, em casa de Grezelle, a uma sessão espírita composta de 18 ou
vinte pessoas, entre as quais se achava o prefeito, notabilidades do lugar,
pessoas de notória honorabilidade, que certamente não teriam vindo a uma
assembleia de loucos e de iluminados. Tudo aí se passou na maior ordem, com o
mais perfeito recolhimento e sem o menor vestígio das práticas ridículas da
magia e da feitiçaria. Começa-se pela prece, durante a qual todos se ajoelham.
Às preces tiradas de O Evangelho segundo
o Espiritismo, juntam-se a prece da noite e outras, tiradas do ritual
ordinário da Igreja.
Nossos detratores,
sobretudo os eclesiásticos, acrescenta o Sr. Quômes, talvez não tivessem notado, sem embaraço e sem admiração, o fervor
destas almas sinceras e sua atitude recolhida, denotando profundo sentimento
religioso.
Havia seis médiuns,
dos quais quatro homens e duas mulheres, entre as quais a empregada da Sra.
Jacquet, médium falante e escrevente. Em geral as comunicações são fracas de
estilo, as ideias aí são prolixas e sem encadeamento; até algumas manias
aparecem no modo de comunicação; mas, afinal de contas, nada há de mau, de
perigoso e tudo quanto se obtém edifica, encoraja, fortalece, leva o espírito
ao bem ou o eleva para Deus.
O Sr. Quômes encontrou nesses
espíritas a sinceridade e um devotamento a toda prova, mas também uma falta de experiência,
que se esforçou em suprir por seus conselhos. O fato essencial que constatou é
que nada em sua maneira de agir justifica o quadro ridículo feito pelo Journal de Chartres. Os atos selvagens que
se passaram em Illiers foram, evidentemente, suscitados pela malevolência e
parecem ter sido premeditados.
De nossa parte sentimo-nos
felizes que assim seja, e cumprimentamos os nossos irmãos do cantão de Illiers
pelos excelentes sentimentos que os animam.
Como dissemos, as perseguições
são o quinhão inevitável de todas as grandes ideias novas, pois todas têm tido
os seus mártires. Os que as suportam um dia serão felizes, por terem sofrido
pelo triunfo da verdade. Assim, que perseverem sem desanimar e sem fraquejar, e
serão sustentados pelos Espíritos bons que os observam; mas, também, que jamais
renunciem à prudência que as circunstâncias exigem, evitando com cuidado tudo
quanto possa provocar os nossos adversários. É no interesse da Doutrina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário