Merhy Seba
Quando alguém se propõe a uma
tarefa voluntária, no campo do bem ao próximo, certamente, depois de algum
tempo, não será mais o mesmo. Grandes e significativas transformações se operam
em seu íntimo, em decorrência de sua sintonia com as faixas de vibrações
amorosas emanadas das regiões mais sublimes do Universo.
É que o serviço voluntário
propicia à pessoa que se exercitar pelos derivados do Amor que, segundo os
Espíritos benfeitores apresentam várias vertentes: a Bondade, a Compaixão, a
Tolerância, a Condescendência, a Generosidade… Assim, ao desejar prestar sua
colaboração espontânea e sincera em favor do próximo, a criatura abrirá espaço
para o exercício da caridade e, gradativamente, é tocada por valores morais que
se interiorizam naturalmente em sua personalidade.
Toda ação realizada de coração
repercute simultaneamente no autor e no destinatário, no entanto, quem se doa
registra em seu Espírito a marca de sua atitude benevolente. Como
desmembramento desse gesto de caridade, o indivíduo é impulsionado por uma
força moral irresistível, que amplia os limites de sua ação no bem e passa a
influenciar novos colaboradores por meio do contágio – fator de incontáveis
disseminações de maus e bons hábitos humanos. A força do contágio é fundamental
no processo de ensino-aprendizagem e transmissão de hábitos; a criança imita o
que vê e pela ação constante de um ato acaba adquirindo hábitos.
Uma vez incorporada essa
educação moral ao Espírito, a leitura do mundo passa a ter outros significados
ao voluntário e, por consequência, as suas vivências são transferidas
naturalmente a outros ambientes, como reflexo do seu caráter e de sua postura
exemplar.
O primeiro agrupamento a sentir
essa mudança altamente positiva é a sua micro e macro família, cujos membros
percebem o novo comportamento e a nova postura, ao tratarem de assuntos,
sobretudo, de natureza afetiva e transcendental. Essa é uma das estratégias que
o Criador emprega para estimular os cooperadores do bem, multiplicando-os para
a transformação moral e espiritual do Planeta, que já está em curso.
Os ensinamentos morais dos
Espíritos benfeitores são unânimes em afirmar que o Amor, enquanto sentimento
Divino Maior, desdobra-se em vários outros sentimentos, cujo acesso está ao
alcance de todos: assim é que com o ato de ajudar, compreender, doar-se,
perdoar, ser tolerante, compassivo, misericordioso, gentil e outras formas de
estender as mãos a quem precisa, estaremos pondo em prática os derivados do
Amor Divino.
Quando o homem conseguir
conviver pacificamente com aqueles com quem divide o mesmo teto, ele já deu o
primeiro passo para amar outras famílias e, assim, alcançar toda a Humanidade.
Independente da dimensão da tarefa voluntária que venha a assumir e
desempenhar, o mérito reside na maneira como ele a exerce, como coloca seu
discernimento e sentimentos em cada situação.
A vivência no bem tem a
capacidade de mudar o padrão moral do homem para melhor e, ao mudar o homem, a
sociedade também sofrerá a transformação desejada.
Lembre-se de que, na tarefa de
ajudar, o bem maior é sempre aquele que ainda está por fazer, à espera de nossa
disposição[2].
Por vezes, podemos pensar que,
ao nos vincularmos a um trabalho voluntário, estamos prestando a nossa ajuda
aos outros, mas, na realidade, estamos sendo ajudados, sem perceber.
Porque nós somos cooperadores de
Deus[3].
Pense nisso. Pense agora!
Artigo
publicado na Revista Atração, de Aracaju/Sergipe, ano 3, nº 35, de
nov.2020.
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