quinta-feira, 1 de abril de 2021

OBJETIVO DA GUERRA[1]

 

Miramez

 

Qual o objetivo da Providência ao tornar a guerra necessária?

‒ A liberdade e o progresso.

Se a guerra deve ter como efeito conduzir à liberdade, como se explica que ela tenha geralmente por fim e por resultado a escravização?

‒ Escravização momentânea para sovar os povos, a fim de fazê-los andar mais depressa.

Questão 744/O Livro dos Espíritos

 

Desde quando não pode o homem evitar as guerras, elas são transformadas em instrumentos de liberdade e progresso, porque a lei nos fala muito claramente que nada se perde, tudo se transforma no melhor.

Os homens deixam passar despercebidos os caminhos do amor, de maneira que passam a surgir os roteiros da dor que, pelo sofrimento, os faz entender a mensagem de regeneração espiritual. Como podemos notar, o flagelo da escravidão é um dos movimentos que liberta a alma, fazendo-a esquecer o orgulho e o egoísmo. Rolam existências e mais existências como servidores comuns de senhores perversos, para que nasça no coração a humildade e a obediência.

Quando os seres humanos não obedecem às advertências espirituais para a educação pelo amor, a disciplina vem por processos rudes. As guerras, nesses casos, são instrumentos violentos para acordar as almas endurecidas. O Espírito não deve dormir no que se refere à reforma interna, para não cair nas armadilhas das trevas.

Vamos anotar o que disse Lucas, no capítulo vinte, versículo quarenta e seis:

 

E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entrei sem tentação.

 

Devemos orar sempre, e não dormirmos no esquecimento, porque as tentações estão soltas, procurando sintonia espiritual para se apoderarem das almas, mas, Jesus veio nos ensinar como nos defendermos de todas as investidas das trevas e nos capacitarmos para os caminhos da luz.

Com determinadas leis, desapareceu a escravidão, no entanto, ela continua a existir pelos pensamentos e provações. Somente a lei do amor é capaz de libertar as criaturas. Continua no mundo a escravidão de todos os povos da Terra. Quando não são escravos dos próprios homens, o são dos bens materiais, do ouro, que os torna dependentes da realidade.

Já dissemos, mas tornamos a dizer, que as guerras sagradas são aquelas que travamos no nosso interior; elas são motivo de libertação espiritual das criaturas, porque não dependemos de destruir o nosso próximo para sermos vitoriosos. Somente alcançamos a vitória quando vencemos a nós mesmos.

Quem ainda faz guerras exteriormente, permanece sob o jugo da ignorância. As nações que se encontram esfaceladas em guerras exteriores, não se lembram de Deus, nem reconhecem Jesus como Guia da humanidade. Muitas delas se entregam ao culto exterior das formas ilusórias e, por vezes, são capazes de dar a vida física em troca de simples forma material, como sendo heróis das ilusões passageiras. O que se deve matar é o orgulho e o egoísmo, monstros que dominam os corações dos povos e arruínam os sentimentos de todas as gerações.

Entreguemo-nos um pouco à oração, pedindo a Deus para a nossa transformação espiritual.

Os tempos estão chegados; a espiritualidade toca os sinos de alerta para que todos acordem das ilusões. A Doutrina dos Espíritos é um porta-voz da espiritualidade superior, convidando os homens para a salvação, pelos seus próprios recursos.

Que Deus nos abençoe a todos, para conhecermos mais depressa a verdade, porque somente ela tem o poder de libertar as criaturas.



[1] Filosofia Espírita – Volume 15 – João Nunes Maia

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