quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

AFINIDADE[1]

 


Miramez

 

Como o Espírito pode querer nascer entre gente de má vida?

‒ É necessário ser enviado ao meio em que possa sofrer a prova pedida. Pois bem: o semelhante atrai o semelhante, e para lutar contra o instinto do banditismo é preciso que ele se encontre entre gente dessa espécie.

Questão 260/O Livro dos Espíritos

 

Há Espíritos que podem escolher suas provas, mas, sempre dentro de uma escala de provações. Até a escolha deve obedecer a determinações. Liberdade maior, somente aos Espíritos Superiores.

Por vezes, o Espírito que tem certos defeitos a corrigir nasce em família com as mesmas faltas a serem corrigidas. Aí é que está sua maior prova, e a solução do problema está dentro dele.

Como nos fala O Livro dos Espíritos, uma alma que tem instintos de se apossar do alheio nasce em família que gosta de roubar; esse Espírito deve se esforçar, dentro do ambiente favorável ao erro, para se libertar daquilo que precisa para se tornar livre. Se renascer no lar já motivado pelo Evangelho, entre pessoas que já se limparam das mazelas das paixões inferiores, qual o esforço que ele terá que fazer para o seu aperfeiçoamento? Sabendo disso, escolhe lar compatível com as suas tendências. Isso é analogia de sentimentos. Atraímos o que somos, esta é a lei.

Quando um mundo passa para a escala de mundo superior, os Espíritos nele instalados, que se esquecerem da corrigenda, vão para outras moradas em plena conexão com os seus sentimentos. Essa é lei de justiça, e mesmo do amor. O Espírito inferior, que ainda não despertou para a realidade, indo morar em um mundo de luz, criará problemas inúmeros para os seus habitantes, que não merecem esse tipo de companhia.

Cada qual deve estagiar no lugar que a justiça indicar, locais esses que irão servir como escola, onde os processos grosseiros despertarão as qualidades nobres que se encontram latentes em todas as almas. Deus a ninguém desampara.

A Terra se aproxima dessa mudança, e quem a herdar será feliz, pois, não mais fará dívidas.

Quando a Terra mudar de dimensão, sair das provações para ser um mundo de regeneração, e daí para casa superior onde deverão habitar somente Espíritos de paz, os Espíritos inferiores não terão oportunidade de voltar a ela, mesmo querendo. Soframos, pois, com paciência, o que for necessário para a limpeza do fardo, no preparo para o paraíso, que pode ser a própria Terra.

O Cristo, através da Doutrina Espírita, vem anunciar o último aviso, de que o trigo se encontra maduro, e que a qualquer hora os ceifeiros virão à lavoura para colhê-lo e separá-lo do joio, que será queimado. Espíritas, aproveitai as oportunidades de renovação do vosso interior, e trabalhai com afinco no bem, fazendo da caridade a bandeira de luz que vos poderá guiar para a verdadeira fraternidade.

A lei dos iguais é absoluta, buscamos sempre estar ao lado daqueles que pensam do mesmo modo que nós. As ações pedem respostas e elas são do mesmo naipe, induzidas pela lei de justiça. O não façais aos outros o que não quereis para vós mesmos, é o melhor roteiro para quem quer tranquilizar a consciência.

O Espírito, ao chegar o momento de reencarnar, às vezes, não escolhe nascer entre pessoas de má vida, porém, as circunstâncias o induzem para tal. Não havendo outro recurso, ele aceita, e às vezes até escolhe isso, pois o caminho melhor é se redimir no mesmo ambiente em que errou. A perfeição exige luta, e para isso Jesus deu o maior dos testemunhos, subindo o Calvário com dignidade, perdoando e amando os que o injuriavam, dizendo que eles não sabiam o que faziam. Verdadeiramente, se eles soubessem, não fariam o que fizeram ao maior Espírito que já veio à Terra, protetor da humanidade, desde o princípio da formação do planeta.



[1] Filosofia Espírita – Volume 6 – João Nunes Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário