quarta-feira, 26 de agosto de 2020

EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE - Encontrando outros[1]

 


Dr. Raymond Moody Jr.

 

Muitos me contaram que em certo ponto, enquanto estavam morrendo — algumas vezes bem cedo na experiência, outras só depois da ocorrência de outros eventos —, tornaram-se cônscios da presença de outros seres espirituais na sua vizinhança, seres que aparentemente lá estavam para ajudá-los na transição para a morte, ou, em dois casos, para dizer que sua hora ainda não tinha chegado e que deviam voltar a seus corpos físicos.

Uma mulher lembra:

 

Passei por essa experiência quando estava dando à luz uma criança. O parto foi muito difícil e perdi uma porção de sangue. O médico deu-me por perdida e disse a meus parentes que eu estava morrendo. No entanto, eu estava bem alerta o tempo todo, e mesmo quando estava ouvindo dizer tudo isso senti que estava voltando. Nesse momento percebi toda aquela gente que estava lá, parecia quase uma multidão parada em volta do teto do quarto.

Eram, todas, pessoas que eu tinha conhecido na minha vida passada, e que já tinham morrido. Percebi minha avó e uma menina que conheci na escola, e muitos parentes e amigos. Parecia-me ver especialmente suas faces e sentir sua presença. Todos pareciam felizes. Era uma ocasião muito feliz, e senti que tinham vindo me proteger e me guiar. Era como se eu estivesse voltando para casa e eles estivessem lá para me saudar ou receber com boas-vindas.

Nessa ocasião tive a sensação de que tudo era luz e beleza. Foi um momento lindo e glorioso.

 

Um homem relembra:

 

Várias semanas antes de eu ter quase morrido, um bom amigo meu, Robert, tinha sido morto.

Bem, no momento em que saí do meu corpo tive a sensação de que Robert estava ali, bem junto de mim. Podia vê-lo na minha mente e sentir que ele estava ali, mas era estranho. Não via seu corpo físico. Podia ver coisas, mas não na forma física, no entanto tão claramente como se fosse na forma física: sua expressão, tudo. Isso faz sentido? Ele estava ali, mas não tinha um corpo físico. Era uma espécie de corpo claro, e eu podia sentir cada parte dele — braços, pernas e tudo —, mas não estava vendo fisicamente. Não pensei que isso era estranho no momento porque não tinha mesmo precisão de vê-lo com meus olhos. De qualquer modo, eu não tinha olhos.

Eu ficava perguntando: Bob, para onde eu vou agora? Que aconteceu? Estou morto ou não? E ele nunca respondeu, nunca disse uma palavra. Mas, muitas vezes, enquanto eu estava no hospital, lá estava ele, e eu perguntava outra vez: O que está acontecendo?, mas sempre sem resposta. Depois veio o dia em que os médicos disseram: Ele vai viver, e Bob desapareceu. Não o vi mais nem senti sua presença. Era como se ele estivesse esperando até que eu ultrapassasse a fronteira final para daí me dizer, me dar os detalhes do que estava acontecendo.

 

Em outros casos, os espíritos que as pessoas encontram não são gente que tenham conhecido durante a vida física. Uma mulher disse que viu durante a sua estada fora do corpo não apenas seu próprio corpo espiritual transparente, como também um outro, de outra pessoa que havia morrido recentemente. Ela não sabia quem era essa outra pessoa, mas fez esta observação interessante: Eu não via essa pessoa, esse espírito, como se tivesse qualquer idade determinada, de jeito nenhum. Eu não tinha mesmo nenhuma sensação de tempo.

Em uns poucos casos, as pessoas vieram a acreditar que os seres que encontraram eram seus "espíritos guardiães". Um homem ouviu de um tal espírito: Ajudei você através deste estágio da sua existência, mas agora devo entregá-lo a outros. Uma mulher me disse que quando estava deixando seu corpo detectou a presença de dois outros seres espirituais, e eles se identificaram como "ajudantes espirituais" dela.

Em dois casos muito semelhantes, pessoas me contaram que ouviram uma voz que lhes disse que elas ainda não estavam mortas e que deviam voltar. Como uma delas narra:

 

Ouvi uma voz, não uma voz de homem, mas como se viesse de além dos sentidos físicos, me dizendo o que devia fazer — voltar —, e não senti nenhum medo ao voltar para o meu corpo físico.

 

Finalmente, os seres espirituais podem tomar uma forma algo mais amorfa.

 

Enquanto eu estava morto, naquele vácuo, falava com pessoas — não posso dizer, porém, que estivesse falando com gente corporal.

No entanto, tinha a sensação de que havia gente em volta de mim; eu podia sentir sua presença, e podia sentir que estavam se movendo, embora não pudesse ver ninguém. Em um ou outro momento me encontrava falando com uma delas, mas não podia vê-las. E, sempre que tentava imaginar o que estava acontecendo, vinha o pensamento de uma delas, de que tudo estava bem, que eu estava morrendo, mas iria ficar bom. Por isso, minha condição nunca me preocupou. Vinha sempre uma resposta delas para cada pergunta que eu formulava. Não deixavam que minha mente ficasse vazia.



[1] Vida depois da Vida – Dr. Raymond Moody Jr.

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