Dr. Raymond Moody Jr.
Muitos me contaram que em certo
ponto, enquanto estavam morrendo — algumas vezes bem cedo na experiência,
outras só depois da ocorrência de outros eventos —, tornaram-se cônscios da
presença de outros seres espirituais na sua vizinhança, seres que aparentemente
lá estavam para ajudá-los na transição para a morte, ou, em dois casos, para
dizer que sua hora ainda não tinha chegado e que deviam voltar a seus corpos
físicos.
Uma mulher lembra:
Passei por essa
experiência quando estava dando à luz uma criança. O parto foi muito difícil e
perdi uma porção de sangue. O médico deu-me por perdida e disse a meus parentes
que eu estava morrendo. No entanto, eu estava bem alerta o tempo todo, e mesmo
quando estava ouvindo dizer tudo isso senti que estava voltando. Nesse momento
percebi toda aquela gente que estava lá, parecia quase uma multidão parada em
volta do teto do quarto.
Eram, todas, pessoas
que eu tinha conhecido na minha vida passada, e que já tinham morrido. Percebi
minha avó e uma menina que conheci na escola, e muitos parentes e amigos.
Parecia-me ver especialmente suas faces e sentir sua presença. Todos pareciam
felizes. Era uma ocasião muito feliz, e senti que tinham vindo me proteger e me
guiar. Era como se eu estivesse voltando para casa e eles estivessem lá para me
saudar ou receber com boas-vindas.
Nessa ocasião tive a
sensação de que tudo era luz e beleza. Foi um momento lindo e glorioso.
Um homem relembra:
Várias semanas antes
de eu ter quase morrido, um bom amigo meu, Robert, tinha sido morto.
Bem, no momento em
que saí do meu corpo tive a sensação de que Robert estava ali, bem junto de
mim. Podia vê-lo na minha mente e sentir que ele estava ali, mas era estranho.
Não via seu corpo físico. Podia ver coisas, mas não na forma física, no entanto
tão claramente como se fosse na forma física: sua expressão, tudo. Isso faz
sentido? Ele estava ali, mas não tinha um corpo físico. Era uma espécie de
corpo claro, e eu podia sentir cada parte dele — braços, pernas e tudo —, mas
não estava vendo fisicamente. Não pensei que isso era estranho no momento
porque não tinha mesmo precisão de vê-lo com meus olhos. De qualquer modo, eu
não tinha olhos.
Eu ficava
perguntando: Bob, para onde eu vou agora? Que aconteceu? Estou morto ou não? E
ele nunca respondeu, nunca disse uma palavra. Mas, muitas vezes, enquanto eu
estava no hospital, lá estava ele, e eu perguntava outra vez: O que está
acontecendo?, mas sempre sem resposta. Depois veio o dia em que os médicos
disseram: Ele vai viver, e Bob desapareceu. Não o vi mais nem senti sua
presença. Era como se ele estivesse esperando até que eu ultrapassasse a
fronteira final para daí me dizer, me dar os detalhes do que estava
acontecendo.
Em outros casos, os espíritos
que as pessoas encontram não são gente que tenham conhecido durante a vida
física. Uma mulher disse que viu durante a sua estada fora do corpo não apenas
seu próprio corpo espiritual transparente, como também um outro, de outra
pessoa que havia morrido recentemente. Ela não sabia quem era essa outra
pessoa, mas fez esta observação interessante: Eu não via essa pessoa, esse espírito, como se tivesse qualquer idade
determinada, de jeito nenhum. Eu não tinha mesmo nenhuma sensação de tempo.
Em uns poucos casos, as pessoas
vieram a acreditar que os seres que encontraram eram seus "espíritos
guardiães". Um homem ouviu de um tal espírito: Ajudei você através deste estágio da sua existência, mas agora devo
entregá-lo a outros. Uma mulher me disse que quando estava deixando seu
corpo detectou a presença de dois outros seres espirituais, e eles se
identificaram como "ajudantes espirituais" dela.
Em dois casos muito semelhantes,
pessoas me contaram que ouviram uma voz que lhes disse que elas ainda não
estavam mortas e que deviam voltar. Como uma delas narra:
Ouvi uma voz, não
uma voz de homem, mas como se viesse de além dos sentidos físicos, me dizendo o
que devia fazer — voltar —, e não senti nenhum medo ao voltar para o meu corpo
físico.
Finalmente, os seres espirituais podem tomar uma forma algo
mais amorfa.
Enquanto eu estava
morto, naquele vácuo, falava com pessoas — não posso dizer, porém, que
estivesse falando com gente corporal.
No entanto, tinha a
sensação de que havia gente em volta de mim; eu podia sentir sua presença, e
podia sentir que estavam se movendo, embora não pudesse ver ninguém. Em um ou
outro momento me encontrava falando com uma delas, mas não podia vê-las. E, sempre
que tentava imaginar o que estava acontecendo, vinha o pensamento de uma delas,
de que tudo estava bem, que eu estava morrendo, mas iria ficar bom. Por isso,
minha condição nunca me preocupou. Vinha sempre uma resposta delas para cada
pergunta que eu formulava. Não deixavam que minha mente ficasse vazia.
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