Nascido em Manaus, no dia 5 de
setembro de 1912, ficou órfão do pai antes de nascer e da mãe aos quatro anos
de idade.
Sua madrinha, Lydia Cardoso
Fernandes, a partir de então, passou a criá-lo. Ela, por ser espírita, deu-lhe
as primeiras noções do Espiritismo, conduzindo-o às reuniões da Federação
Espírita do Amazonas, de cujas atividades participava como voluntária.
Em 1954, Amazonas, portador da
doença causada pelo bacilo de Hansen, antigamente chamada de lepra, internou-se
na Colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, onde desencarnou em
28 de abril de 2004, aos 91 anos de idade.
Amazonas Hércules fez jus ao seu
nome e sobrenome, pois era fisicamente robusto, e grande também quando sorria.
A sua gargalhada gostosa transmitia a todos muito otimismo. Por essa razão,
muitas pessoas sadias o procuravam em busca de ânimo para as lutas da vida. Por
telefone, e pessoalmente, enxugou muitas lágrimas com sua palavra doce e
confortadora, inspirada no amor de Jesus. Inúmeras vezes, mesmo sofrendo,
escondeu suas próprias lágrimas para confortar aqueles que precisavam do seu
coração amigo e generoso.
No Centro Espírita Filhos de
Deus, que funciona nas dependências da Colônia de Curupaiti, Amazonas Hércules
foi secretário por muitos anos. Com as falanges dos dedos das mãos atrofiadas
pela hanseníase, ele datilografava toda a correspondência pressionando as
teclas da máquina de escrever com um lápis que segurava entre a parte superior
do dedo indicador e a do dedo médio. Tendo amputado a perna esquerda, também em
consequência da enfermidade, Amazonas se locomovia de muletas para proferir
palestras em diversos Centros Espíritas do Estado, e participar do programa
"Educar para Crescer" da Rádio Rio de Janeiro.
Ao longo dos 50 anos internado
em Curupaiti, desenvolveu, no "Filhos de Deus", amplas atividades
assistenciais para o amparo dos familiares carentes dos hansenianos, mantidas
até hoje, sendo uma delas a sala de curativos "Maria de Nazaré".
Era poeta, e declamava com muita
propriedade poesias suas e de diversos autores. Em seu livro “Canção da
Esperança”, o poema "Esteira de Luz" lembra a ressurreição do Cristo,
em cujos versos finais diz Amazonas:
Na Galileia ridente
No lago, vasto celeiro,
Piscoso, imenso mar,
Vogavam barcos, veleiros,
Na faina do dia-a-dia
(...)
E um pescador diferente,
De olhos azuis como o mar,
Louros cabelos voando,
Beijados pelas brisas trazidas
De todos os continentes,
(...)
E o fato surpreendente,
Testemunho mais que sublime,
Eloquente,
(...)
Foi à vida vencendo a morte
Na radiosa alvorada da sua ressurreição,
Após o terceiro dia de sua crucificação,
Marco sublime, sem dúvida,
Da vida eterna, imortal,
Sublime "esteira de luz"
Dessa estrela peregrina
Que foi o Mestre Jesus!
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