sábado, 11 de julho de 2020

CADÊ A INCLUSÃO DO AMOR?[1]



Vania Mugnato de Vasconcelos

Está na moda! Devemos incluir! Dar direitos iguais, olhar o outro de modo igual! O progresso da legislação parece estar acompanhando o progresso do homem, que já consegue perceber os diferentes como semelhantes!
E nesse ritmo, homossexuais se casam, deficientes têm oportunidade de emprego, o racismo é punido, idosos tem prerrogativas que facilitam sua condição. Sim, a inclusão é uma evolução, pois com ela concluímos que somos todos da mesma espécie, ainda que diferentes!
Mas, será que não pregamos inclusão social hipocritamente?
Quantos pregam a inclusão do alto de sua falsa e aparente superioridade? A mesma inclusão que tantos esquecem de realizar enquanto se dizem cristãos e pregam, muitas vezes, uma religião que tem o entendimento da fraternidade!
E que se dirá destes se forem espíritas, portanto reencarnacionistas, convictos de que a vida é uma experiência educativa necessária, cujo curso todos escolhemos antes de encarnar com o objetivo primordial de aprender a amarmos uns aos outros!?
Quantas pessoas boas se tornam egoisticamente más ao segregarem e/ou julgarem seu próximo por causa do lugar em que nasceram ou por suas escolhas, por desejarem que o pouco que lhes foi dado ou permitido socialmente seja preservado, por agirem sem pensar no amanhã, nem na coletividade, muito preocupados que estão em conseguir o pão que deverão comer agora?
Pessoas boas às vezes se tornam más porque seu egoísmo não as deixa perceber que nem todo mundo teve o mesmo que tiveram, julgam os outros pela medida com que se medem, sem que percebam o prejuízo ao serem assim. Aos outros pode ter faltado educação, moradia, trabalho, saúde, e desse modo não compreendem muito além do prato vazio em sua mesa, nem escutam muito mais do que seu estômago a reclamar.
Se a sociedade e os indivíduos olhassem com os olhos do amor os que querem “incluir”, veriam almas em prova atrás de rostos sofridos, de mãos calejadas, com pés em calçados rústicos, olhos decepcionados, vidas sem esperança, consolando-se, as vezes e somente num Deus que não conhecem direito.
Talvez, se esta mesma sociedade e indivíduos olhassem de forma verdadeiramente “inclusiva”, perceberiam que todos podem ser os instrumentos necessários para igualar as condições delas às dos demais.
Poderíamos julgar os que segregamos, por não serem além do que são?
Nem oferecerem mais do que dão? Ou compartilharem mais de si mesmos?
Não deveriam ser os bons a oferecer mais, compartilhar mais de si aos que nesta encarnação não possuem condições de entender o mundo em que vivem? Não deveriam ser aqueles os auxiliares destes para, um dia e por si mesmos, serem todos incluídos?
Basta de exclusão. E chega da inclusão hipócrita que só foca aquele que não interfere na nossa vida. Incluamos a todos (e sempre) no nosso amor. Não separemos mais do que separado está.

Fonte: Kardec Rio Preto

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