Vania Mugnato de Vasconcelos
Está na moda! Devemos incluir!
Dar direitos iguais, olhar o outro de modo igual! O progresso da legislação
parece estar acompanhando o progresso do homem, que já consegue perceber os
diferentes como semelhantes!
E nesse ritmo, homossexuais se
casam, deficientes têm oportunidade de emprego, o racismo é punido, idosos tem
prerrogativas que facilitam sua condição. Sim, a inclusão é uma evolução, pois
com ela concluímos que somos todos da mesma espécie, ainda que diferentes!
Mas, será que não pregamos
inclusão social hipocritamente?
Quantos pregam a inclusão do
alto de sua falsa e aparente superioridade? A mesma inclusão que tantos
esquecem de realizar enquanto se dizem cristãos e pregam, muitas vezes, uma
religião que tem o entendimento da fraternidade!
E que se dirá destes se forem
espíritas, portanto reencarnacionistas, convictos de que a vida é uma
experiência educativa necessária, cujo curso todos escolhemos antes de encarnar
com o objetivo primordial de aprender a amarmos uns aos outros!?
Quantas pessoas boas se tornam
egoisticamente más ao segregarem e/ou julgarem seu próximo por causa do lugar
em que nasceram ou por suas escolhas, por desejarem que o pouco que lhes foi
dado ou permitido socialmente seja preservado, por agirem sem pensar no amanhã,
nem na coletividade, muito preocupados que estão em conseguir o pão que deverão
comer agora?
Pessoas boas às vezes se tornam
más porque seu egoísmo não as deixa perceber que nem todo mundo teve o mesmo
que tiveram, julgam os outros pela medida com que se medem, sem que percebam o
prejuízo ao serem assim. Aos outros pode ter faltado educação, moradia,
trabalho, saúde, e desse modo não compreendem muito além do prato vazio em sua
mesa, nem escutam muito mais do que seu estômago a reclamar.
Se a sociedade e os indivíduos
olhassem com os olhos do amor os que querem “incluir”, veriam almas em prova
atrás de rostos sofridos, de mãos calejadas, com pés em calçados rústicos,
olhos decepcionados, vidas sem esperança, consolando-se, as vezes e somente num
Deus que não conhecem direito.
Talvez, se esta mesma sociedade
e indivíduos olhassem de forma verdadeiramente “inclusiva”, perceberiam que
todos podem ser os instrumentos necessários para igualar as condições delas às
dos demais.
Poderíamos julgar os que
segregamos, por não serem além do que são?
Nem oferecerem mais do que dão?
Ou compartilharem mais de si mesmos?
Não deveriam ser os bons a
oferecer mais, compartilhar mais de si aos que nesta encarnação não possuem
condições de entender o mundo em que vivem? Não deveriam ser aqueles os
auxiliares destes para, um dia e por si mesmos, serem todos incluídos?
Basta de exclusão. E chega da
inclusão hipócrita que só foca aquele que não interfere na nossa vida.
Incluamos a todos (e sempre) no nosso amor. Não separemos mais do que separado
está.
Fonte: Kardec Rio Preto
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