Ali Halfeld nasceu em 18 de
março de 1900, em Água Limpa (hoje Coronel Pacheco), Município de Juiz de Fora,
Minas Gerais, onde iniciou o Curso Primário com o Prof. Paulo Estelita. Em 1907
mudou-se para a cidade de Juiz de Fora, em companhia de seus pais, senhor Pedro
Halfeld e D. Hortênsia de Pinho Halfeld, ali terminando o referido curso. No
ano de 1910 sua família o levou para Caxambu, mas, dentro de poucos meses,
regressou ele para Juiz de Fora, a fim de continuar os estudos, passando,
então, a residir com seu padrinho, o Sr. Cláudio Fernandes. Seu Curso Ginasial
foi feito até 1915 no antigo Ginásio Santa Cruz, dos saudosos professores os
irmãos Alípio e Oscar Peres.
Em 1916, sendo de família de
poucos recursos, não pôde continuar seus estudos. Fez, então, um curso rápido
de Comércio e Datilografia, a fim de poder trabalhar, e logo após se empregou
como auxiliar de escritório em uma oficina mecânica, do Sr. Francisco Kascher.
No ano de 1918 mudou de emprego,
indo trabalhar na Drogaria Americana, que, na ocasião, pertencia ao Sr. Bruno
Barbosa, aí permanecendo até Julho de 1921.
Em 1º de Agosto do mesmo ano
associou-se com o farmacêutico Francisco Queiroz Caputo, na Farmácia S.
Sebastião, localizada à Avenida dos Andradas, esquina com Barão de Cataguases,
organizando a firma Caputo & Halfeld, hoje Drogafar S.A., firma na qual
permaneceu até a sua desencarnação.
Em 18 de Setembro de 1924
casou-se com D. Carmem Baccara, e do matrimônio nasceram cinco filhos: Kleber,
Maurício, Alvair, Ruth e Iclea. Sua esposa foi sempre uma pessoa dedicada,
companheira de seus momentos difíceis. Sempre esteve a seu lado, conformando-o
e estimulando-o a continuar a luta em todos os seus setores.
Ainda no campo profissional foi,
durante muitos anos, Diretor do laboratório Melpoejo Ltda., juntamente ao lado
de Francisco Queiroz Caputo e Maria Silveira Alvim.
Tendo abraçado o Espiritismo em
decorrência de artigos espíritas que eram escritos no Correio da Manhã por
estudiosos da Doutrina, Ali Halfeld foi logo despertado pelo desejo de trabalhar
em benefício dos semelhantes.
Auxiliou com entusiasmo e
equilíbrio todas as entidades de assistência social que lhe solicitavam ajuda.
No setor espírita, devemos mencionar a Fundação João de Freitas, obra de amparo
à velhice e à viuvez, que construiu, e para a qual foi eleito presidente em 2
de Fevereiro de 1934, e o Instituto Jesus, destinado ao menor abandonado, que,
fundado em 19 de Março de 1944, foi inaugurado em 18 de Setembro de 1955.
Eleito presidente na própria assembleia que fundara o Instituto Jesus, Ali
Halfeld permaneceu em sua direção até 26 de Março de 1960, quando, por motivo
de doença, teve que afastar-se da direção da Entidade.
Grande entusiasta da imprensa
espírita, Ali Halfeld colaborou com muito amor junto à Associação de Publicidade
Espírita, mantenedora, durante muitos anos, da revista “O Médium”. Eleito
vice-presidente, em 9 de Agosto de 1937, deu à mesma todo o seu esforço.
Ainda no setor do Espiritismo,
entre outras atividades devemos mencionar o estudo que, durante anos a fio, fez
da obra O Livro dos Espíritos, na
tribuna da Casa Espírita, assim como o trabalho que escreveu: “O Problema do
Menor”, cuja publicação foi feita pelo Jornal Diário Mercantil, em
apresentações semanais.
Poucas vezes, é certo, teve ele
contato direto com a Federação Espírita Brasileira, mas foi o bastante para se
aquilatar a grandeza espiritual que ressumbrava de suas palavras serenas e
humildes.
O presidente da FEB, Sr. Wantuil
de Freitas, teve a feliz oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e até mesmo de
visitar em Juiz de Fora, a elogiável obra que é a Fundação João de Freitas.
Embora sempre se ocultando no
silêncio e na humildade, não pôde evitar, entretanto, que seu nome, aureolado
do respeito, da admiração e da gratidão de toda uma coletividade, transpusesse
as fronteiras de Minas Gerais.
Espírito modesto, Ali Halfeld
sempre declinou das homenagens que “Manchester mineira” lhe quis tributar.
Dizia que a humildade era, a seu ver, uma das virtudes mais difíceis de ser
cultivada. No entanto, quem com ele conviveu terá observado que aquela virtude,
entre outras, ele a soube muito bem exemplificar.
Ali Halfeld foi também um amigo
do setor artístico, tendo ocupado a presidência da Orquestra Filarmônica de
Juiz de Fora.
Desencarnou em 13 de Setembro de
1967, após ter “combatido o bom combate”.
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