Miramez
O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão
desenvolvido quanto o de um adulto?
‒ Pode mesmo ser
mais, se ele mais progrediu, pois são apenas os órgãos imperfeitos que o impedem
de se manifestar. Age de acordo com o instrumento de que se serve.
Questão 379/O Livro dos Espíritos
A infância não é sinônimo de
primitivismo; o Espírito não se manifesta com mais desembaraço devido as
funções orgânicas não se encontrarem funcionando em plenitude. Os órgãos estão se
formando como verdadeiros instrumentos para a alma que ali já se encontra presa
por laços espirituais e o Espírito é tolhido pelo ambiente e pelo campo de
carne em reajuste.
Em tudo temos de esperar; essa é
a lei. No caso da criança esperemos que ela cresça, dando ao Espírito condições
de se manifestar mais livremente. Essa liberdade começa aos sete anos, expande-se
aos quatorze e consolida-se aos vinte e um. Aí o homem está em condições de responder
por ele mesmo, com todos os encantos e desencantos que trouxe consigo.
Quanto à evolução da criança,
ela pode até ser mais evoluída do que o adulto, como, igualmente, pode ser bem
mais atrasada do que os próprios pais com quem se encontra estagiando como
filho, dependendo do grau a que pertence. Não importa o tamanho ou a idade; ali
se encontra um Espírito evoluído ou atrasado.
O dever dos pais, do mestre e
das autoridades constituídas é investir nas crianças de todas as idades,
primeiramente na educação das mesmas e depois nas instruções desses pequeninos que
muito prometem para o porvir. A infância apresenta grande sensibilidade, de
modo a receber as impressões dos homens e do mundo, de todos os sistemas de
comunicações com mais intensidade. Eles, de certo modo, vão ser no futuro de
acordo com o que lhes for oferecido pela sociedade.
Os seus órgãos ainda imperfeitos
impede-os de manifestar o que realmente são e que manifestarão quando adultos.
Nesse intervalo de descanso, é bom que chegue aos seus sentidos toda a mensagem
de segurança e educação, para que o saber na sua maturidade não os desvie do
sentimento de amor.
A criança pode ser muito mais
evoluída do que o adulto se mais progrediu. Podemos levar Jesus na sua
infância. Ele passou pela fase, e é o governador do planeta.
Os futuros dirigentes das nações
são as crianças de hoje. Se queremos as nações ordeiras, necessário se faz que
cuidemos bem das crianças que nos cercam. Elas, certamente, nascem destinadas
ao trabalho de direção pelos quais se empenharão nesta espinhosa missão, mas, precisam
encontrar nos lares o ambiente nascido do amor, do perdão e da tolerância que corresponda
às suas necessidades mais urgentes.
O maior investimento para as
crianças dos nossos caminhos é o exemplo de vida reta para eles. O exemplo é o
alimento para que os que andam conosco e, quando usarmos a boda para alguma
instrução, é bom que antes do verbo venha a vivência.
Quem fala e não vive desconhece
na sua estrutura mais íntima o amor. O sopro do vento é muito agradável, mas
somente renova o ar quando não traz consigo a poluição. A água mata a sede, mas
somente quando não conduz elementos corrosivos.
Disse o Cristo a Paulo: -“Fala e
não te cales”, por ser a palavra de Paulo um sopro divino e um repasto
harmonioso para as criaturas. Façamos com o nosso verbo o mesmo que fizeram os discípulos
de Jesus, transformando-o em força de esperança e fonte eterna do amor.
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