quinta-feira, 9 de abril de 2020

PENA DE MORTE[1]



Miramez

A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?
‒ A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Os homens não terão mais necessidade de ser julgados pelos homens. Falo de uma época que ainda está muito longe de vós.
O progresso social ainda deixa muito a desejar, mas seríamos injustos para com a sociedade moderna se não víssemos um progresso nas restrições impostas à pena de morte entre os povos mais adiantados, e à natureza dos crimes aos quais se limita a sua aplicação. Se compararmos as garantias de que a justiça se esforça para cercar hoje o acusado, a humanidade com que o trata, mesmo quando reconhecidamente culpado, com o que se praticava em tempos que não vão muito longe, não poderemos deixar de reconhecer a via progressiva pela qual a Humanidade avança.
Questão 760/O Livro dos Espíritos

A pena de morte é um ato inferior entre a humanidade; quando os povos se tornarem mais mansos, mais compreensivos, mais humanos, quando a sociedade entender a missão de Jesus e passar a viver Seus preceitos, certamente que tanto a pena de morte, como outras leis que se afinizam com ela, desaparecerão da face da Terra. Para isso, deverão mudar tanto os homens que fazem as leis, como os fora da lei, porque não adianta modificar as leis da Terra, fazendo-as para anjos, se os que devem respeitá-las são demônios.
Não podemos fugir à realidade; tudo que existe em forma de lei, mesmo no mundo, é por necessidade dos próprios homens, que precisam se educar e conforme a sua posição na escala da vida, a educação deve ser rudimentar, como os que ali se encontram. Pena de morte é um ato monstruoso, no entanto, Deus permitiu que fosse criada pelos homens para despertar almas que ainda se encontram vibrando e vivendo na violência. Os presidiários do mundo são inúmeros, milhões de seres humanos, vivendo como animais, refratários à educação mais leve e suave. Eles mesmos, pelas suas vidas, atraem situações que por vezes os dirigentes das nações não desejariam que lhes fossem impostas.
Somente o amor tem o poder de livrar a humanidade das prisões em que ora muitos estagiam.
Se os processos de educação dos marginais são rudes, muito mais para os que se encontram nos umbrais, que se acham jungidos, presos, por afinidade, em lugares muito piores que os mais baixos e infectos prostíbulos.
As leis humanas não passam de instrumentos que os homens pedem pelos seus atos na vida que levam. Pensemos bem: se se abrissem todos os presídios, e mesmo os manicômios, soltando-se todos os enfermos delinquentes e doentes mentais para as ruas das cidades e o campo, o que poderia ocorrer? As famílias não teriam mais segurança. Pensando assim, podemos notar as bênçãos que representam esses lugares de aprendizado. Nós nunca desejaríamos a pena de morte, e pedimos a Deus que esse processo desapareça do mundo o mais breve possível, no entanto, isso ainda deve demorar.
As leis duras, e que às vezes nos parecem desumanas, ainda são necessárias por causa dos infratores, por enquanto incorrigíveis. A pena de morte e penas violentas deverão desaparecer no momento certo. Se for violentada, e os homens a retirarem das leis, talvez seja pior para os próprios ignorantes, por ser preciso que os violentadores da lei de Deus sejam levados para mundos talvez piores que esse em que eles se encontram por misericórdia de Deus.
Nada pode ser violentado; tudo obedece a uma sequência de vida, para que a vida se estenda nas consciências e domine os corações, fazendo crescer o amor. Retirar certas leis de um país, de uma vez, poderá causar certos distúrbios bem piores. Deus sabe o que faz para a educação das criaturas, Suas filhas do coração.
Quando a alma amadurece, ouve sempre a voz do Mestre a lhe dizer:
Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. (l Corlhtios, 12:31)

Eis aí o homem melhorado, que passa a procurar com zelo os melhores dons, em seu próprio benefício. A Terra, com o tempo, passará a ser um paraíso, verdadeiramente um lugar de paz, mas, para tanto, as leis de Deus devem ser obedecidas com zelo. Por enquanto, o progresso social muito tem a desejar, por causa dos Espíritos que moram neste mundo. Quando eles melhorarem, tudo mais ficará mais fácil, e a vida no planeta Terra passará a ser uma cópia da harmonia dos céus, onde Deus e Cristo ficarão mais visíveis, e nós todos seremos integrados no rebanho de luz.




[1][1] Filosofia Espírita – Volume 15 – João Nunes Maia

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