sábado, 11 de abril de 2020

PÂNICO[1]



Divaldo P. Franco[2]

Na mitologia grega, o deus Pã (Pan) era conhecido como protetor dos bosques e florestas, sendo parte humano e parte caprino. Tomava conta das terras da Arcádia, onde era muito venerado, e toda vez que alguém se adentrava na região sem a sua permissão, ele aparecia inopinadamente e o visitante tombava em pânico... Vivemos dias que nos recordam o deus Pã.
Grande número de pessoas se atribuem o domínio da verdade e, ao invés de revelá-la, são tomadas de paixões de toda ordem e disseminam mentiras, usando artimanhas da sua habilidade intelectual para incutir o pânico. Nem todos estamos em nível intelecto-moral de discernimento do que é certo e deixamo-nos conduzir por aqueles que parecem possuir melhores qualidades e mais valores, permitindo-nos, não raro, ludibriar.
Neste período de graves preocupações, esses aproveitadores, desejosos de brilho, espalham mentiras que produzem muitos danos emocionais.  Surgem estatísticas falsas, ao sabor daqueles que as propalam e muitas vezes, quando são legítimas, em confronto com as fakes da moda, mais confusos permanecem.
Há alguns meses o Facebook apresentou uma mensagem apavorante como se fosse de nossa autoria mediúnica. Muitas pessoas assustadas nos escreveram, temerosas e enfraquecidas moralmente. A todos respondemos que se tratava de farsa de algum psicopata que se permite o prazer de perturbar os outros e tomamos providências junto à entidade que a divulgou. A mensagem foi retirada e, há poucos dias, verifico que ela está novamente correndo o mundo com o seu mister fantasioso e perverso.
Estamos tomando novas providências a respeito do tema e lamentamos profundamente a ocorrência.
Por isso, vale o esforço de quando formos surpreendidos por notícias de tal jaez termos o cuidado de verificar a autenticidade antes de nos deixarmos conduzir pelo pânico ou equivalentes.
No caso do Covid-19, a pandemia que ataca o planeta e que não é tão letal quanto parecia no início, basta que se verifique o número de pacientes curados e dos esforços dos cientistas em encontrar uma vacina ou terapia especializada para detê-la. É claro que deveremos ter muito cuidado, mantendo-nos isolados, lavando as mãos com sabão e logo usando o álcool em gel, mas, sobretudo, preservarmos a serenidade mental e emocional para robustecermos o corpo e a alma.
Sempre ocorreram, periodicamente, pandemias. E neste século, lamentavelmente, a China tem oferecido ao mundo diversas e lastimáveis doenças devastadoras.
O nosso querido país apresenta outras enfermidades destruidoras, como a dengue, a tuberculose, a Aids e a pior de todas, que é a indiferença em relação aos deveres éticos e morais, o materialismo e a crueldade.




[2] Artigo publicado na coluna “Opinião” do Jornal A tarde do dia 2 de abril de 2020.

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