segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

UMBERTO BRUSSOLO[1]




Nascido em Veneza, Itália, no dia 30 de junho de 1877, veio para o Brasil em 1889. Sua desencarnação ocorreu em S. Paulo, no dia 8 de setembro de 1938.
Numerosos seareiros espíritas das primeiras horas, embora tivessem desempenhado tarefas relevantes, tiveram seus nomes esquecidos pelos homens, entretanto, é indubitável que nos planos espirituais, as missões que desenvolveram na Terra ficassem registradas de forma indelével.
Dentre esses missionários houve um que, durante mais de um quarto de século, desenvolveu em São Paulo, missão de grande envergadura, fazendo com que seu nome se projetasse e se impusesse ao respeito e à admiração de todos. Ele foi amigo e companheiro de luta de velhos propagadores e eminentes vultos do Espiritismo, dentre outros Cairbar Schutel, Militão Pacheco, Lameira de Andrade, Jacques Motolá e Pedro de Camargo (Vinícius). Referimo-nos a Umberto Brussolo, um italiano que escolheu o Brasil como sua segunda pátria e que aqui se integrou resolutamente, de corpo e alma, dando o testemunho de sua fé inquebrantável na elevada destinação do nosso país, como Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
Umberto Brussolo casou-se no ano de 1897 com D. Maria Peruchi, tendo dessa união seis filhos. Ele encarava a arte como eficiente meio de divulgação do Espiritismo e, por isso, tornou-se, artista teatral que era, um entusiasta do Teatro Espírita, escrevendo peças, orientando e preparando atores e dirigindo as apresentações. Ele próprio idealizava os cenários, levando avante as várias peças teatrais, projetando seu nome nesse campo de atividade. Muitas sociedades que realizavam festivais de fundo teatral, procuravam Brussolo para que lhes recomendasse o gênero de peça mais adequado para a finalidade.
Não satisfeito em militar nesse campo, também contribuiu para melhor divulgação da imprensa espírita, principalmente através da difusão de "O Clarim" e da "Revista Internacional de Espiritismo", ambos fundados por Cairbar Schutel. Nesses órgãos, além de ensaiar a publicação de vários artigos doutrinários, promovia também a divulgação dos mesmos, levando-os a numerosos lares da Capital paulista, os quais, devido à sua insistência e idealismo, passavam a interessar-se pela Doutrina dos Espíritos.
Através do seu esforço inaudito, grande número de pessoas passou a frequentar Centros e Sociedades Espíritas.
Sua iniciação no Espiritismo remonta ao ano de 1910, quando iniciou os estudos de várias obras doutrinárias existentes na época. A fim de poder dedicar-se com mais eficiência à divulgação do Espiritismo e à sua própria família, abandonou a carreira de artista teatral.
Em 1917 fundou o "Centro Espírita Luz e Caridade", instituição essa que existe até os dias presentes, sendo sucessivamente dirigida pelos seus descendentes. Trabalhou e lutou bastante, foi na realidade um grande e dedicado servidor da Terceira Revelação, numa época quando ela era bastante incompreendida e vista por muitos com grande reserva.
Como representante dos órgãos espíritas de Matão, enchia sua pasta de jornais, revistas e livros doutrinários e percorria os bairros da Capital paulista e cidades circunvizinhas, fazendo persistente campanha de difusão da doutrina reencarnacionista.
Como dramaturgo, escreveu diversas peças de fundo nitidamente espírita, muitas delas levadas à cena para fins beneficentes. Ele mesmo preparava os personagens das peças. Destacaram-se, dentre outros, os seguintes dramas: "Ressurgir de uma Alma", "Os Mortos Falam", "Maria das Dores" e "Quinze Minutos de Prece". Uma quantidade apreciável de peças de sua autoria foi encenada em S. Paulo e Moji das Cruzes.
Diligente, honesto e espírito dedicado, Umberto Brussolo conseguiu formar vasto círculo de amizade sincera e de admiradores de sua obra. Possuindo notável capacidade de comunicação, tornou-se amigo de todos e a sua presença era requisitada em muitos Centros Espíritas, onde tinha a oportunidade de difundir o Espiritismo, fazendo conferências e sobretudo incentivando a arte, através de um sadio Teatro Espírita.




[1] Os Grandes Vultos do Espiritismo – Paulo Alves Godoy

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