Nascido em Veneza, Itália, no
dia 30 de junho de 1877, veio para o Brasil em 1889. Sua desencarnação ocorreu
em S. Paulo, no dia 8 de setembro de 1938.
Numerosos seareiros espíritas
das primeiras horas, embora tivessem desempenhado tarefas relevantes, tiveram
seus nomes esquecidos pelos homens, entretanto, é indubitável que nos planos
espirituais, as missões que desenvolveram na Terra ficassem registradas de
forma indelével.
Dentre esses missionários houve
um que, durante mais de um quarto de século, desenvolveu em São Paulo, missão
de grande envergadura, fazendo com que seu nome se projetasse e se impusesse ao
respeito e à admiração de todos. Ele foi amigo e companheiro de luta de velhos
propagadores e eminentes vultos do Espiritismo, dentre outros Cairbar Schutel,
Militão Pacheco, Lameira de Andrade, Jacques Motolá e Pedro de Camargo (Vinícius).
Referimo-nos a Umberto Brussolo, um italiano que escolheu o Brasil como sua
segunda pátria e que aqui se integrou resolutamente, de corpo e alma, dando o
testemunho de sua fé inquebrantável na elevada destinação do nosso país, como
Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
Umberto Brussolo casou-se no ano
de 1897 com D. Maria Peruchi, tendo dessa união seis filhos. Ele encarava a arte
como eficiente meio de divulgação do Espiritismo e, por isso, tornou-se,
artista teatral que era, um entusiasta do Teatro Espírita, escrevendo peças,
orientando e preparando atores e dirigindo as apresentações. Ele próprio
idealizava os cenários, levando avante as várias peças teatrais, projetando seu
nome nesse campo de atividade. Muitas sociedades que realizavam festivais de
fundo teatral, procuravam Brussolo para que lhes recomendasse o gênero de peça
mais adequado para a finalidade.
Não satisfeito em militar nesse
campo, também contribuiu para melhor divulgação da imprensa espírita,
principalmente através da difusão de "O Clarim" e da "Revista
Internacional de Espiritismo", ambos fundados por Cairbar Schutel. Nesses
órgãos, além de ensaiar a publicação de vários artigos doutrinários, promovia
também a divulgação dos mesmos, levando-os a numerosos lares da Capital
paulista, os quais, devido à sua insistência e idealismo, passavam a
interessar-se pela Doutrina dos Espíritos.
Através do seu esforço inaudito,
grande número de pessoas passou a frequentar Centros e Sociedades Espíritas.
Sua iniciação no Espiritismo
remonta ao ano de 1910, quando iniciou os estudos de várias obras doutrinárias
existentes na época. A fim de poder dedicar-se com mais eficiência à divulgação
do Espiritismo e à sua própria família, abandonou a carreira de artista
teatral.
Em 1917 fundou o "Centro
Espírita Luz e Caridade", instituição essa que existe até os dias
presentes, sendo sucessivamente dirigida pelos seus descendentes. Trabalhou e
lutou bastante, foi na realidade um grande e dedicado servidor da Terceira
Revelação, numa época quando ela era bastante incompreendida e vista por muitos
com grande reserva.
Como representante dos órgãos
espíritas de Matão, enchia sua pasta de jornais, revistas e livros doutrinários
e percorria os bairros da Capital paulista e cidades circunvizinhas, fazendo
persistente campanha de difusão da doutrina reencarnacionista.
Como dramaturgo, escreveu
diversas peças de fundo nitidamente espírita, muitas delas levadas à cena para
fins beneficentes. Ele mesmo preparava os personagens das peças. Destacaram-se,
dentre outros, os seguintes dramas: "Ressurgir de uma Alma", "Os
Mortos Falam", "Maria das Dores" e "Quinze Minutos de
Prece". Uma quantidade apreciável de peças de sua autoria foi encenada em
S. Paulo e Moji das Cruzes.
Diligente, honesto e espírito
dedicado, Umberto Brussolo conseguiu formar vasto círculo de amizade sincera e
de admiradores de sua obra. Possuindo notável capacidade de comunicação,
tornou-se amigo de todos e a sua presença era requisitada em muitos Centros
Espíritas, onde tinha a oportunidade de difundir o Espiritismo, fazendo
conferências e sobretudo incentivando a arte, através de um sadio Teatro
Espírita.
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