quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

CONCEITO E INDULGÊNCIA[1]



Miramez

Que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam?
‒ Isso depende. Os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que vos fazem, e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as vossas trapalhadas e tratam de vos ajudar.
Questão 458/O Livro dos Espíritos

Os Espíritos levianos, quando cercam os encarnados, observando seus pensamentos, quando inferiores, riam e fazem histórias. O deboche é o ambiente natural deles, sempre comparando o que os homens falam com o que fazem e pensam, principalmente quando aqueles estão a dar conselhos aos outros. A vida de um instrutor ou conselheiro deve, portanto, ser reta ou, pelo menos, estar em esforço constante para viver o que fala ou escreve.
Os Espíritos sérios, ao se acercarem dos homens, nos momentos de fraquezas nos seus caminhos, se apiedam das suas mal alinhadas atitudes, e passam a inspirá-los com pensamentos sérios e benfeitores. Não julgam qualquer pessoa, por terem passado por essas fases também. Eles se lembram de que as fraquezas são sintomas de todos os princípios da vida espiritual.
Quando estamos a sós, onde quer que seja, não pensemos que verdadeiramente nos encontramos sem testemunhas. Os Espíritos estão nos cercando, principalmente os inferiores, que não têm o que fazer, ao passo que os Espíritos sérios ocupam-se sempre com coisas sérias, e suas tarefas são cumpridas nas horas que o Senhor lhes deu para realizar.
Há classes de Espíritos que passam o dia inteiro a anotar os malfeitos dos outros e se esquecem de que não estão fazendo outra coisa, senão o que veem nos seus companheiros de inferioridade. Quando desejamos desmoralizar alguém, estamos fazendo o mesmo que esse alguém. Convida-nos a consciência em Cristo a cuidarmos de nós mesmos, meditarmos sobre o que deveremos fazer e construirmos nosso próprio mundo interno. Desta forma, não sobrará tempo para analisarmos a vida alheia.
Quando os Espíritos inferiores brincam conosco das nossas inferioridades, é por encontrarem nas nossas ideias paixões compatíveis com as deles. Nós assimilamos seus pensamentos, e eles os nossos. É, pois, uma verdadeira simbiose, um desastre moral para as duas partes.
Somente Jesus nos faz libertar dessas inconveniências, se observarmos Seus ensinamentos, passando a praticá-los na decência do Seu ambiente de luz.
Os Espíritos levianos estão sempre cercando os mentirosos, os egoístas, os igualmente levianos encarnados. Observemos a nossa vida e vejamos as companhias que temos, as testemunhas espirituais que nos cercam. Se alimentamos o orgulho, certamente que a lei nos dará ambiente propício para Espíritos desencarnados orgulhosos, e somente sairemos de suas faixas quando a humildade dominar nossos caminhos e o amor dominar a humildade. Devemos observar nossos pensamentos em todas as horas e saberemos qual a fonte que os está gerando.
Os Espíritos levianos estão à solta, sem ocupação séria, a cata de leviandade. Se não queremos essas companhias, busquemos Jesus operante, e com Ele não paremos de operar no bem comum e no trabalho da caridade que nos salvará dessas companhias inconvenientes.
Quando constatar que se encontra cercada de Espíritos levianos, a criatura não deve pretender expulsá-los com violência, sem a devida reforma nas suas atitudes, porque, se não mudar de faixa vibratória, mandará embora um e atrairá sete ou mais para a sua companhia. Necessário se faz que promova mudança de pensamentos, para que possa atrair Espíritos dos mesmos pensamentos, com ideias renovadas no bem comum.




[1] Filosofia Espírita – Volume 9 – João Nunes Maia

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