Antônio Carlos Navarro
A denominação “Olho Gordo” é
dada, pela cultura popular, à pessoa que possui e demonstra um sentimento
qualquer de inveja a objetos, pessoas, posição social, como também
oportunidades dadas pela vida.
Sem dúvida, é um sentimento
inferior que, demonstra a fragilidade espiritual de seu portador e o
desconhecimento do mecanismo da vida em que está inserido.
A benfeitora espiritual Joanna
de Ângelis esclarece-nos sobre tal sentimento:
Remanescente dos atavismos
inferiores, a inveja é fraqueza moral, a perturbar as possibilidades de luta do
ser humano.
Ao invés de
empenhar-se na autovalorização, o paciente da inveja lamenta o triunfo alheio e
não luta pelo seu; compete mediante a urdidura da intriga e da maledicência;
aguarda o insucesso do adversário, no que se compraz; observa e persegue,
acoimada por insidiosa desdita íntima…
Insidiosa, a inveja
é resultado da indisciplina mental e moral que não considera a vida como
patrimônio divino para todos, senão para si apenas…
A inveja descarrega
corrente mentais prejudiciais dirigidas as suas vítimas, que somente as
alcançam se estiverem em sintonia, porém cujos danos ocorrem no fulcro gerador,
perturbando-lhe a atividade, o comportamento[2].
Não poderia ser mais clara a
Grande Instrutora, e ela mesma, no mesmo capítulo do livro em referência nos dá
a fórmula para correção moral:
A terapia para a
inveja consiste, inicialmente, na cuidadosa reflexão do eu profundo em torno da
sua destinação grandiosa, no futuro, avaliando os recursos de que dispõe e
considerando que a sua realidade é única, individual, não podendo ser medida
nem comparada com outras em razão do processo da evolução de cada um.
O cultivo da alegria
pelo que é e dos recursos para alcançar outros novos patamares enseja o
despertar do amor a si mesmo, ao próximo e a Deus, como meio e meta para
alcançar a saúde ideal, que lhe facultará a perfeita compreensão dos mecanismos
da vida e as diferenças entre as pessoas, formando um todo holístico na Grande
Unidade[3].
O que poderíamos acrescentar ao
texto da Benfeitora?
Ousamos dizer que a Doutrina
Espírita, sustentando-se no Evangelho do Senhor Jesus, tem todas as informações
necessárias para compreendermos que as nossas condições existenciais decorrem
das necessidades particulares dos nossos espíritos, tanto pelas provas
solicitadas por nós, quanto pelo que fizemos e ou deixamos de fazer nas
existências anteriores e também na atual.
Por isso, o que temos ou o que
vivemos só tem a ver com o que nos é oferecido pela Providência Divina para
nosso crescimento espiritual, segundo o planejamento reencarnatório pessoal de
cada um de nós.
Portanto, utilizando as palavras
de um amigo, para “Olho Gordo” o regime indicado não é a utilização de colírio diet, mesmo porque este não
existe, mas sim o regime do autoconhecimento através da análise diária das
nossas atitudes e pensamentos, identificando os valores e tendências que
precisamos corrigir, substituindo-os por pensamentos e ações nobres, sempre
amparados pelo discernimento e boa vontade.
Pensemos nisso.
Fonte: Kardec Rio Preto
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