Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/09/2019
Robôs meio biológicos
Dispositivos robóticos macios,
acionados por tecido neuromuscular que disparam quando estimulados pela luz, mostraram
que podemos estar mais perto de construir biorrobôs autônomos do que
imaginávamos.
Em 2014, as equipes dos
professores Taher Saif e Rashid Bashir, da Universidade de Illinois, nos EUA,
inspiraram-se nos espermatozoides para desenvolver os primeiros biobots
autopropulsores alimentados por células musculares cardíacas derivadas de
ratos.
"Aquela geração de bots de
cauda única utilizou tecido cardíaco que bate por si só, mas eles não podiam
sentir o ambiente ou tomar decisões," ressalva Saif.
Por isso eles construíram uma
nova geração de biorrobôs de cauda dupla, impulsionados por tecido muscular
esquelético, tecido este estimulado por neurônios motores. Os neurônios têm
propriedades optogenéticas, disparando quando controlados por luz.
Nós usamos modelos
computacionais [...] para determinar quais atributos físicos levariam à natação
mais rápida e eficiente, disse Saif.
Por exemplo, analisamos variações no número de caudas e comprimentos de cauda
para o design mais eficiente do nadador bio-híbrido.
Máquinas vivas
Agora que dominaram a técnica de
controle do movimento usando os neurônios, a equipe pretende ir além e usar
redes neurais com controle hierárquico, de forma a atingir movimentos mais
complexos e, eventualmente, programáveis.
Saif afirma que ele e sua equipe
vislumbram esse avanço levando ao desenvolvimento de sistemas sintéticos vivos
e multicelulares com a capacidade de responder de maneira inteligente às
informações ambientais, para aplicações em tecnologias de bioengenharia,
medicina e materiais com capacidade de autocura.
No entanto, eles reconhecem que,
assim como os organismos vivos, seus biorrobôs não poderão ser construídos da
mesma forma que robôs mecatrônicos em uma linha de produção.
Assim como os gêmeos
não são verdadeiramente idênticos, duas máquinas projetadas para desempenhar a
mesma função não serão as mesmas, comentou Saif. Uma delas poderá se mover mais rápido ou curar-se de danos de maneira
diferente da outra ‒ um atributo exclusivo das máquinas vivas.
Em outras palavras, quando seu
biorrobô nascer, será preciso esperar para ver qual a sua personalidade, e só
então decidir se ele é adequado para desempenhar a função que você espera dele.
Bibliografia:
Artigo: Neuromuscular
actuation of biohybrid motile bots
Autores: Onur Aydin,
Xiaotian Zhang, Sittinon Nuethong, Gelson J. Pagan-Diaz, Rashid Bashir, Mattia
Gazzola, M. Taher A. Saif
DOI:
10.1073/pnas.1907051116
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