Isabel Salomão de Campos nasceu
em Rochedo de Minas, Minas Gerais, em 22 de setembro de 1924. Filha dos
libaneses Sr. Nagib Salomão e D. Chaíde Chible Salomão, cresceu junto a nove
irmãos. Já em seu nono ano de vida surgiu as primeiras manifestações mediúnicas.
Na escola, distinguiu-se,
demonstrando responsabilidade e visão além daquela favorecida pela vida no
campo. O respeito que nutria por seus deveres e pelos direitos do próximo
faziam-na uma jovem especial, que despertava grande admiração. Findo o curso
primário, manifestou o desejo de educar as crianças da redondeza. Tendo seu pai
ao lado, D. Isabel construiu carteiras e paredes, conscientizando a vizinhança
da importância dos estudos e alfabetizando inclusive os adultos da região.
Com a ajuda da família, aos 14
anos, ergueu a Escola Rural Mista Bom Jardim. Logo em seguida, foi nomeada pelo
município, chamando a atenção dos inspetores escolares por sua habilidade com a
turma, principalmente em se tratando de classe multiseriada (três séries em uma
única turma). Aos 17 anos, mudou-se com a família para Juiz de Fora, e a jovem
Isabel foi trabalhar no Instituto de Laticínios “Cândido Tostes”, onde, através
da ilustre figura de Dr. Vicentino Mazzini, ouviu falar pela primeira vez em
Espiritismo.
Começou, então, a participar
efetivamente das reuniões espíritas, constatando que tudo o que se a
apresentava ela já conhecia e que as “coisas” que via e ouvia desde a infância
eram presenças de espíritos.
Em 1947, casou-se com Ramiro
Monteiro de Campos, militar, professor e advogado.
Após o nascimento da filha,
transferiram-se para Fortaleza, levando também o filho adotivo. Retornaram três
anos depois. A família crescia, o terceiro filho nascera em Fortaleza e, mais
tarde, outros dois, em Juiz de Fora. De 58 anos de um casamento feliz, teve
cinco filhos, onze netos e dois bisnetos.
Proprietária de uma butique, via
sua loja diariamente repleta de pessoas que para lá se dirigiam, a fim de
ouvi-la. Por orientação espiritual, deveria escolher entre a profissão e o
trabalho espiritual, não que ao espírita tal fato não seja permitido; era
especificamente o seu caso. Disse-lhe o mentor: “Seja qual for a sua opção,
você será bem sucedida”. E ela optou: fechou a butique e foi atender o povo
sofrido e desalentado. Nascia um trabalho que é realizado até hoje, o de
orientação às pessoas carentes de esclarecimento e aos corações angustiados e
deprimidos, que chegam dos mais variados lugares do país, perfazendo um
atendimento a mais de cento e oitenta mil pessoas nestes 60 anos de trabalho.
D. Isabel recebeu títulos e
comendas, entre elas:
“Comenda Daniel Pinto Corrêa” da Associação Comercial de
Juiz de Fora;
“Título de Cidadã Honorária”;
“Comenda Henrique Halfeld” e do
“Sesquicentenário de Juiz de Fora”, entregue a 150
personalidades, inclusive pós mortém,
sendo a única presença feminina como pessoa física, em 2004;
“Troféu Mulheres do Novo Século”;
“Troféu Voluntário das Gerais”, pela Fiemg[2],
na cidade de Ouro Preto.
Lançou o CD “Momentos de Paz” e “Jesus
Amigo”, é autora de três livros e inúmeros artigos. Sua vida e sua obra se
confundem.
Todo seu trabalho tem como
finalidade, no sentido mais amplo da expressão, o bem estar social com a
manutenção e ampliação da assistência às camadas menos favorecidas da nossa
sociedade, distribuindo mensalmente 4,5 toneladas de alimentos. Sua mediunidade
de cura é alvo do interesse de vários segmentos, tendo sido apresentada por
duas vezes no Globo Repórter e igualmente no Fantástico, programas veiculados
pela Rede Globo de Televisão. É convidada por jovens, professores, empresários
e médicos para proferir palestras. Rompendo os limites das naturais
necessidades do ser humano, dedica mais de 10 horas do dia ao trabalho junto ao
povo, atendendo todos que batem à porta da “A Casa do Caminho”, que se mantém
aberta diuturnamente, por um ideal seu, pois esclarece que a dor não tem dia
nem hora. Orienta pessoalmente cada setor desta Comunidade desde a sua
fundação.
Foi pioneira ao criar, em 1979,
o Plantão de Socorro Espiritual, que com uma equipe de plantonistas devidamente
preparados por ela, atende diariamente mais de 500 ligações em suas 24h de
pleno funcionamento.
O que me deixa feliz é que tudo isso acontece por causa do Evangelho de
Jesus.
Isabel Salomão de Campos
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