quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Como o livre arbítrio funciona no cérebro?[1]



Redação do Diário da Saúde

Livre arbítrio material
Será que os seres humanos têm mesmo um livre arbítrio "genuíno"?
Filósofos e teólogos têm debatido essa questão por séculos, e acabaram por estabelecer as características básicas do livre arbítrio.
Mas o professor Thomas Hills, da Universidade de Warwick (Reino Unido), queria saber como nossos cérebros preenchem essas características, estabelecendo uma ponte entre os argumentos filosóficos do livre-arbítrio e a "realidade material", ou neurocognitiva, estabelecida no cérebro.
Ele acredita agora ter fundamentado na realidade biológica as características fundamentais do livre-arbítrio estabelecidas pelos filósofos, criando uma nova estrutura para o que ele chama de "livre-arbítrio neurocognitivo", o livre arbítrio que pode ser monitorado no cérebro.

Características do livre arbítrio
Em filosofia, os elementos do livre arbítrio incluem a capacidade de fazer o contrário - o "princípio das possibilidades alternativas"; a capacidade de deliberar; um senso de si mesmo; e a capacidade de manter metas - "querer o que você quer".
Com base em exemplos que vão do que fazer no café da manhã a como um jogador bate um pênalti, e considerando organismos de seres humanos até bactérias e baratas, além de robôs, o professor Hills argumenta que nossas habilidades neurocognitivas satisfazem esses requisitos através de:
1.      Acesso adaptativo à imprevisibilidade.
2.      Ajuste desta imprevisibilidade para nos ajudar a alcançar objetivos de alto nível.
3.      Deliberação dirigida por objetivos através da pesquisa sobre representações cognitivas internas.
4.      Um papel para a construção consciente do self na geração e escolha de alternativas.

Livre-arbítrio neurocognitivo
“O livre-arbítrio neurocognitivo - o livre-arbítrio que temos como humano - é um processo de autoconstrução generativa. Eu demonstro que amostras de consciência frutos de esforço a partir de nossa experiência, de uma forma exploratoriamente adaptativa, nos permite explorar a nós mesmos na construção de futuros alternativos.
Há evidências de que as pessoas que acreditam no livre arbítrio são mais pró-sociais. Elas adotam comportamentos que beneficiam os outros e a sociedade como um todo e têm um maior senso de controle sobre seu futuro - acreditam que podem influenciar o futuro de maneiras positivas. Isso é importante: o livre-arbítrio neurocognitivo fornece uma base para entender por que elas estão corretas.
O livre-arbítrio neurocognitivo liga nossa compreensão do livre arbítrio a algo real. Também nos ajuda a entender o que ele significa. Eu suspeito que não é o que a maioria das pessoas pensa. Como Sartre uma vez disse: 'A liberdade não é um triunfo. ' Mas eu acredito que o livre arbítrio neurocognitivo nos dará algumas dicas de como ela poderia ser. Esse será um foco do nosso trabalho futuro”, explicou o professor Hills.

Nenhum comentário:

Postar um comentário