Redação do Diário da Saúde
Livre arbítrio
material
Será que os seres humanos têm
mesmo um livre arbítrio "genuíno"?
Filósofos e teólogos têm
debatido essa questão por séculos, e acabaram por estabelecer as
características básicas do livre arbítrio.
Mas o professor Thomas Hills, da
Universidade de Warwick (Reino Unido), queria saber como nossos cérebros
preenchem essas características, estabelecendo uma ponte entre os argumentos
filosóficos do livre-arbítrio e a "realidade material", ou
neurocognitiva, estabelecida no cérebro.
Ele acredita agora ter
fundamentado na realidade biológica as características fundamentais do
livre-arbítrio estabelecidas pelos filósofos, criando uma nova estrutura para o
que ele chama de "livre-arbítrio neurocognitivo", o livre arbítrio
que pode ser monitorado no cérebro.
Características do
livre arbítrio
Em filosofia, os elementos do
livre arbítrio incluem a capacidade de fazer o contrário - o "princípio
das possibilidades alternativas"; a capacidade de deliberar; um senso de
si mesmo; e a capacidade de manter metas - "querer o que você quer".
Com base em exemplos que vão do
que fazer no café da manhã a como um jogador bate um pênalti, e considerando
organismos de seres humanos até bactérias e baratas, além de robôs, o professor
Hills argumenta que nossas habilidades neurocognitivas satisfazem esses
requisitos através de:
1.
Acesso adaptativo à imprevisibilidade.
2.
Ajuste desta imprevisibilidade para nos ajudar a
alcançar objetivos de alto nível.
3.
Deliberação dirigida por objetivos através da
pesquisa sobre representações cognitivas internas.
4.
Um papel para a construção consciente do self na
geração e escolha de alternativas.
Livre-arbítrio
neurocognitivo
“O livre-arbítrio neurocognitivo - o livre-arbítrio que
temos como humano - é um processo de autoconstrução generativa. Eu demonstro
que amostras de consciência frutos de esforço a partir de nossa experiência, de
uma forma exploratoriamente adaptativa, nos permite explorar a nós mesmos na
construção de futuros alternativos.
Há evidências de que as pessoas que acreditam no livre
arbítrio são mais pró-sociais. Elas adotam comportamentos que beneficiam os
outros e a sociedade como um todo e têm um maior senso de controle sobre seu
futuro - acreditam que podem influenciar o futuro de maneiras positivas. Isso é
importante: o livre-arbítrio neurocognitivo fornece uma base para entender por
que elas estão corretas.
O livre-arbítrio neurocognitivo liga nossa compreensão do
livre arbítrio a algo real. Também nos ajuda a entender o que ele significa. Eu
suspeito que não é o que a maioria das pessoas pensa. Como Sartre uma vez
disse: 'A liberdade não é um triunfo. ' Mas eu acredito que o livre arbítrio
neurocognitivo nos dará algumas dicas de como ela poderia ser. Esse será um
foco do nosso trabalho futuro”, explicou o professor Hills.
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