O Doutor Paul Gibier, um dos
sábios pesquisadores da fenomenologia espírita no século XIX, membro da
Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, nasceu em 9 de outubro de 1951, na
França. Foi médico, diretor do Laboratório de Patologia Experimental e
Comparada do Museu de História Natural de Paris, aluno predileto de Louis
Pasteur, ex-interno dos Hospitais de Paris, condecorado pela Faculdade de
Medicina de Paris pela apresentação de tese sobre a raiva, incumbido pelo
governo francês de estudar na França e no Exterior várias epidemias de "cólera-morbo"
e de febre amarela, diretor do Instituto Bacteriológico (Instituto Pasteur) de
Nova Iorque, membro da Academia de Ciências de Nova Iorque, Cavaleiro da Legião
de Honra.
Nos primeiros dias do mês de
junho de 1900, os jornais de Nova Iorque anunciaram que o Doutor Gibier acabara
de falecer, num acidente a cavalo. Esta notícia não deixou indiferente nenhum
daqueles, hoje muito numerosos, na França e no estrangeiro, que seguem, com
certa atenção, o progresso dos estudos psicológicos. Grandes jornais não se
limitaram a reproduzir a notícia; eles evocaram testemunhos de estima pela vida
e trabalhos do sábio, não mais discutindo a realidade dos fatos observados, mas
emitindo somente a opinião de que ele tinha ido muito longe. Nós não vimos,
entretanto, nenhuma tentativa de contestação de suas opiniões. Vê-se que já
estávamos, naquela época, muito longe do tempo em que tomavam por argumentos,
sem réplica, alguns gracejos banais e irrefletidos que, em todos os tempos,
acolheram as ideias novas e as grandes descobertas!
Sabemos bem pouca coisa acerca
do Dr.Gibier. Ele mesmo nos informa que, antes de se entregar ao estudo da
medicina, consagrou cinco anos a estudar a técnica mecânica. Formado em
Medicina, começou a trabalhar num dos laboratórios do Museu de História Natural
de Paris, entregando-se com paixão a pesquisas sobre os infinitamente pequenos
que ocupam um lugar importante na preocupação de todos. Ele realizava, ao mesmo
tempo, experiências sobre os fenômenos psicológicos e, em pouco tempo, foi
obrigado a deixar o Museu, por causa destas últimas pesquisas, na opinião dele
e de seus amigos, e por outros motivos, segundo os sábios do Museu.
Sabemos que Pasteur depositou
nele toda a sua confiança, muita estima e o encarregou de várias missões na
América Central, com a finalidade de estudar, em campo, os agentes
microscópicos das doenças epidêmicas e da febre amarela, em particular. Foi, em
seguida, nomeado diretor do Instituto Pasteur da cidade de Nova Iorque, cidade
onde acabou de sucumbir bruscamente.
Este sábio, incluído frequentemente
entre os homens corajosos que não temem arriscar sua reputação e seu futuro, ao
publicar suas opiniões apoiadas em fatos, nos deixou duas obras bem conhecidas,
que merecem ser lidas e mais divulgadas. A primeira, "O Espiritismo
(Faquirismo Ocidental)", apareceu em 1886, e a segunda, "Análise das
Coisas", em 1890.
A partir desta data, ele não
deixou de observar e experimentar. Sabe-se que ele se propunha a resumir, numa
última obra, seus trabalhos precedentes e nos fazer revelações que considerava
ainda prematuras naquela época. Porém, a morte o surpreendeu e a Humanidade não
pôde tomar conhecimento do restante de sua obra, certamente a parte mais
importante!
Na Introdução de seu primeiro
livro escreveu:
Declaramos, à viva voz,
que ao começar estas pesquisas, tínhamos a íntima convicção de que nos
encontrávamos em face de uma colossal mistificação, que precisava ser
descoberta, e levamos muito tempo para nos desfazermos desta ideia.
Portanto, este sábio, como
tantos outros de sua época, partiu com a ideia de desmascarar as mistificações,
com uma convicção e, pouco a pouco, se fez defensor da nova ciência psíquica,
com uma certeza que aumentava no decorrer do número e da variedade de
experiências.
Naquilo que deixou escrito, ficou
bem claro seu propósito de não divulgar, no seu entender, prematuramente, com
detalhes, tudo o que havia descoberto, em virtude da opinião contrária do
"meio científico". Mas, mesmo assim, ficou comprovado que muito
avançou, para a sua época, em suas pesquisas: teorias das mais ousadas sobre a
matéria, o papel da força, a evolução dos mundos, a constituição do homem, os
fenômenos que acompanham e seguem a morte etc.
Ajudado pelo médium Slade,
estudou, de uma maneira toda especial, o curioso fenômeno da escrita direta na
ardósia, ao qual consagrou 33 sessões. Numerosas mensagens, em diversas
línguas, foram obtidas no interior de ardósias duplas, fornecidas pelo
experimentador e seladas uma contra a outra.
Em 1900, enviou ao Congresso
Internacional Oficial de Psicologia, reunido em Paris, um relatório de várias
materializações de espíritos, observadas em seu laboratório em Nova Iorque, na
presença de várias testemunhas, notadamente dos funcionários que o assistiam em
seus estudos de biologia.
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