Miramez
Há pessoas que uma fatalidade parece perseguir,
independentemente de sua maneira de agir; a infelicidade não está no seu
destino?
Pode ser que sejam
provas que elas devam suportar e que escolheram. Mas, ainda uma vez, levais à
conta do destino o que não é, o mais frequentemente, senão a consequência de
vossa própria falta. Nos males que te afligem, esforça-te para que a tua
consciência seja pura, e serás consolado em parte.
As ideias justas ou falsas
que fazemos das coisas nos fazem vencer ou fracassar segundo nosso caráter e
nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para nosso
amor-próprio, atribuir nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que à nossa
própria falta. Se a influência dos Espíritos contribui para isso algumas vezes,
podemos sempre nos subtrair dessa influência, repelindo as ideias que eles nos
sugerem, quando elas são más. (Allan Kardec)
Questão 852/Livro dos Espíritos
Há certamente pessoas que são
perseguidas pela fatalidade, no entanto, elas escolheram essa fatalidade pelo
seu livre pensar. Essas pessoas, e principalmente as almas mais evoluídas, em estado
de sono, vão encontrar mais diretamente seus anjos guardiães que tutelam por
amor sua reencarnação e pedem novamente para não tirar seus fardos, mesmo que
para isso tenham adquirido direitos. Então, são aparentemente massacradas pelo
destino, de modo a levar muitas pessoas a se condoerem pelos seus sofrimentos.
Outrossim, outros tantos estribam-se no seu sofrer, consolando-se nos seus
próprios padecimentos. São missionários que desejam ser úteis em todas as
direções da vida.
A fatalidade os persegue, sem
dó, mas eles mesmos abriram as portas para a dor, e essa dor lhes mostrará mais
luz em seus caminhos. Deus, na sua bondade e no seu amor, concede a todos de
boa vontade a liberdade para escolherem os trilhos que lhes aprouver, desde que
as leis não fiquem sem ser obedecidas. Todas as provações, todas as lutas,
todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas são para harmonizar a mente,
para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que todas as verdades
espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las.
Os meios de nos educarmos para
Deus são diversos e poderemos escolher fazendo uso do nosso livre arbítrio. Às
vezes falamos certas coisas e essas coisas enchem de tristeza certos corações,
entretanto, não podemos negar a verdade, fazendo descer à Terra periodicamente uma
dose a mais para os corações que sofrem, de modo a infundir-lhes esperança.
Consultemos João, no capítulo
dezesseis, versículo seis, que nos diz o seguinte, traduzindo as palavras de
Jesus: Pelo contrário porque vos tenho
dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração.
Mas, agora, muitos dos tristes à
época de Jesus estão alegres, por entenderem melhor a Sua doutrina de fé e de
amor. A reencarnação lhes mostrou a realidade, e continua a mostrar para todos
os que ignoram os ensinamentos do Divino Mestre. Ao leres alguma mensagem, se
ela entristece o teu coração, torna a ler e medita sobre seu assunto; ora a
Jesus pedindo inspiração que a alegria não se fará esperar, porque a verdade
vem de Deus, e toda a verdade fica de pé, nos mostrando os caminhos que
deveremos seguir.
Não acuses a Deus em tempo algum
quando vires pessoas perseguidas pela fatalidade, porque, em muitos casos, elas
mesmas pedem sua continuidade, para o bem de todos. E muitas outras que sofrem
a fatalidade, que desejam sair dela e não podem, estão em processo que a lei
usa para educá-las. Não há nada errado; tudo se funde na grande escola de Deus,
para o bem da humanidade.
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