quinta-feira, 11 de abril de 2019

PERSEGUIDAS PELA FATALIDADE[1]




Miramez

Há pessoas que uma fatalidade parece perseguir, independentemente de sua maneira de agir; a infelicidade não está no seu destino?
Pode ser que sejam provas que elas devam suportar e que escolheram. Mas, ainda uma vez, levais à conta do destino o que não é, o mais frequentemente, senão a consequência de vossa própria falta. Nos males que te afligem, esforça-te para que a tua consciência seja pura, e serás consolado em parte.
As ideias justas ou falsas que fazemos das coisas nos fazem vencer ou fracassar segundo nosso caráter e nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para nosso amor-próprio, atribuir nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que à nossa própria falta. Se a influência dos Espíritos contribui para isso algumas vezes, podemos sempre nos subtrair dessa influência, repelindo as ideias que eles nos sugerem, quando elas são más. (Allan Kardec)
Questão 852/Livro dos Espíritos

Há certamente pessoas que são perseguidas pela fatalidade, no entanto, elas escolheram essa fatalidade pelo seu livre pensar. Essas pessoas, e principalmente as almas mais evoluídas, em estado de sono, vão encontrar mais diretamente seus anjos guardiães que tutelam por amor sua reencarnação e pedem novamente para não tirar seus fardos, mesmo que para isso tenham adquirido direitos. Então, são aparentemente massacradas pelo destino, de modo a levar muitas pessoas a se condoerem pelos seus sofrimentos. Outrossim, outros tantos estribam-se no seu sofrer, consolando-se nos seus próprios padecimentos. São missionários que desejam ser úteis em todas as direções da vida.
A fatalidade os persegue, sem dó, mas eles mesmos abriram as portas para a dor, e essa dor lhes mostrará mais luz em seus caminhos. Deus, na sua bondade e no seu amor, concede a todos de boa vontade a liberdade para escolherem os trilhos que lhes aprouver, desde que as leis não fiquem sem ser obedecidas. Todas as provações, todas as lutas, todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas são para harmonizar a mente, para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que todas as verdades espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las.
Os meios de nos educarmos para Deus são diversos e poderemos escolher fazendo uso do nosso livre arbítrio. Às vezes falamos certas coisas e essas coisas enchem de tristeza certos corações, entretanto, não podemos negar a verdade, fazendo descer à Terra periodicamente uma dose a mais para os corações que sofrem, de modo a infundir-lhes esperança.
Consultemos João, no capítulo dezesseis, versículo seis, que nos diz o seguinte, traduzindo as palavras de Jesus: Pelo contrário porque vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração.
Mas, agora, muitos dos tristes à época de Jesus estão alegres, por entenderem melhor a Sua doutrina de fé e de amor. A reencarnação lhes mostrou a realidade, e continua a mostrar para todos os que ignoram os ensinamentos do Divino Mestre. Ao leres alguma mensagem, se ela entristece o teu coração, torna a ler e medita sobre seu assunto; ora a Jesus pedindo inspiração que a alegria não se fará esperar, porque a verdade vem de Deus, e toda a verdade fica de pé, nos mostrando os caminhos que deveremos seguir.
Não acuses a Deus em tempo algum quando vires pessoas perseguidas pela fatalidade, porque, em muitos casos, elas mesmas pedem sua continuidade, para o bem de todos. E muitas outras que sofrem a fatalidade, que desejam sair dela e não podem, estão em processo que a lei usa para educá-las. Não há nada errado; tudo se funde na grande escola de Deus, para o bem da humanidade.




[1] Filosofia Espírita – Volume 17 – João Nunes Maia

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