Bezerra de Menezes
Filhas e filhos do coração,
Na densa noite que aturde a
criatura humana, rica de tecnologia de ponta e pobre de sentimentos morais,
surge peregrina luz, anunciando o amanhecer. A Nova Era, programada pelos guias
da Humanidade, está colocando os seus alicerces no coração das criaturas
humanas, preparando o período de plenitude que nos está prometido pelo Senhor
desde os dias do Sermão Profético anotado por Marcos no capítulo 13 do seu
Evangelho, que as expectativas humanas demoram-se aguardando as dores que
deveriam chegar, produzindo a seleção dos trabalhadores do bem na edificação do
mundo melhor.
As entidades venerandas que se
comunicaram nos dias que precederem a Codificação do Espiritismo, revigoram a
promessa de Jesus de que, se não fosse a abnegação de muitos, a destruição
seria terrível e por isso o Pai Misericordioso procurou diminuir as dores que
pesariam sobre a Humanidade, insatisfeita e invigilante. Anunciaram o momento
da grande mudança para Mundo de Regeneração. Essa operação fantástica que vem
ocorrendo desde os longínquos dias do surgimento da Doutrina Espírita,
codificada na Terra, alcança o seu clímax nestes gloriosos e atormentados dias.
O ser humano, que parece haver
perdido o endereço de Deus, atropela, deixando-se arrastar pelo sentimento
confuso que lhe domina a mente e atormenta as emoções, sem saber o rumo a
seguir. Felizmente, a Doutrina que restaura a palavra do Senhor, volve à praça
pública, permanece no ar, é percebida hoje graças aos veículos de comunicação
em massa, especialmente pelo método virtual, a todos ensejando informar-se dos
acontecimentos transcendentes que estão sucedendo em prol da criatura renovada.
Nestes dias, em que aqui
estivemos debatendo questões fundamentais do nosso Movimento, em alto clima de
respeito e de paz, os dois mundos intercambiaram, através da mediunidade
dilatada pela inspiração, buscando as melhores diretrizes para servirem de
alicerce à realização que já se encontra em início.
O Brasil, a pátria do Evangelho,
parece despertar do letargo a que vem sofrendo inevitavelmente, em consequência
da mudança que se opera no planeta, também desperta para a realidade nova do
ser em relação a si mesmo, à sociedade, à vida. E o Conselho Federativo
Nacional da Federação Espírita Brasileira, desperto para as realidades novas,
compreende que a única diretriz de segurança para o êxito é a vivência do amor,
a unificação das entidades em decorrência da união das criaturas humanas.
Conseguistes abordar temas
delicados em clima de alta fraternidade, à semelhança do primeiro Concílio, em
Jerusalém, em que Pedro e Paulo se encontravam no momento grave da união ou da
separação. A humildade de Pedro, ajoelhando-se aos pés do pregador das gentes,
reverteu os planos maléficos da divisão, mantendo o Cristianismo na linha
direta do amor com Jesus. Assim também, vindes conseguindo essa identificação,
colocando ao lado pequenas divergências que, de maneira alguma, podem
influenciar o conjunto harmônico que tem por meta a fraternidade universal.
Mas, ainda estamos no período de
lutas, como asseverou o insigne Codificador. Dificuldades apresentam-se em toda
parte. Perturbações sutis umas, graves outras, eclodem em nossas Casas
convidando as pessoas generosas, mas incautas, a divergirem e a dissentirem em
lamentáveis processos de obsessões sutis umas, mais graves outras.
Somente o amor pode trabalhar
essas anfractuosidades que surgem em nosso Movimento nestes dias de preparação
do grande período de libertação da alma humana dos grilhões do passado, das
cadeias do ontem que ainda são muito fortes no ego de quase todos nós.
Mantende o coração liberado de
preconceitos de qualquer natureza. Abri os braços ao recolhimento das criaturas
humanas, porém mantende os postulados da Doutrina invioláveis, sem enxertos de
qualquer natureza, porque se é verdade que o pensamento da Codificação evolve
cada vez mais, não menos verdade é que o faz dentro das raízes fixadas, pelo
Mundo Espiritual, nas obras fundamentais.
O que parece novo é nada mais do
que melhor interpretação dos conteúdos básicos do pensamento kardequiano. Mantende
a fidelidade ao trabalho do Venerando apóstolo de Lyon, sob os auspícios do
amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que nessa unidade trabalhemos o
coração da Terra para os dias melhores do porvir.
Não temais permanecer fiéis aos
deveres abraçados. Os aplausos não significam atitudes de coerência, porque
muitas vezes o mal é aplaudido pelos seus aficionados, o erro é divulgado pelos
seus apaixonados e o crime, não poucas vezes, goza de cidadania, em razão da
intimidade daqueles que ainda se encontram no equívoco e habilmente entretecem
as redes fascinantes da degradação e do desequilíbrio.
Jesus, filhas e filhos queridos,
é o nosso alvo, é o nosso modelo, é o guia que nos serve de parâmetro para
todas e quaisquer realizações. Diante de incógnitas ou de perguntas sem
resposta, reflexionai: que faria o Mestre neste momento? E, intentando
encontrar a solução que Ele daria, segui a inspiração que vos chegue sempre em
tom de fraternidade e de misericórdia e a caridade estará guiando-vos na
direção deste alvo, que é o momento final do nosso encontro com o Rabi Galileu.
Nós, os Espíritos-espíritas que
estamos convosco, não descansaremos enquanto não se estabeleça na Terra o
primado do Espírito imortal. E o materialismo, a crueldade, a dissensão e as
extravagantes propostas da indignidade humana, cederão lugar à paz, à beleza, à
busca da perfeição, ensejando-nos a perfeita comunhão com o mundo
transcendental.
Espíritas, a vós vos cabe hoje a
tarefa da recristianização da Humanidade. É verdade que ainda não se logrou a
cristianização conforme o Evangelho. A Doutrina, nas páginas escriturísticas da
Boa-Nova, ensejou a criação de doutrinas respeitáveis e religiosas, mas não
aquela que foi vivida pelo Santo de Assis através da abnegação total e da total
entrega ao amor. Renasce agora, desde os dias em que as vozes dos céus desceram
à Terra, qual um exército, sob o comando do general da paz, para remover os
grandes obstáculos que foram levantados pela incúria e aplainar o grande
terreno da solidariedade humana.
A dor ainda é a bênção que Deus
oferece aos seus eleitos. Através dela podereis ostentar as condecorações
cristãs colocadas em vossas almas, as cicatrizes das feridas derivadas das
lutas, do sacrifício e da abnegação. Mas, crede, em momento algum estareis a
sós. Mantende-vos alertas para que nunca vos afasteis das diretrizes do
sacrifício e da abnegação para os comportamentos louváveis, sem dúvida, mas das
glórias ilusórias e dos prazeres e extravagâncias do agrado da maioria.
Cristo ainda é símbolo de luta
e, enquanto houver lágrimas nos olhos e no coração das criaturas humanas, ei-lO
entre nós, na multidão, enxugando essas lágrimas e esses suores para libertar a
criatura de si mesma e cantar o Glória a Deus nas alturas. Adiante, servidores
do bem e da verdade! Que o vosso sinal de identificação seja o amor. Que os
vossos atos sejam lavrados da claridade no dia da verdade, sem sombra e sem
qualquer manifestação de engodo ou de engano.
Abençoe-nos, filhas e filhos
queridos, o Senhor de todos nós! São os votos que fazemos os
Espíritos-espíritas aqui convosco hoje, amanhã e sempre.
Muita paz! Um abraço carinhoso
do servidor humílimo e paternal de sempre.
[1] Psicofonia
do médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do
Conselho Federativo Nacional, em Brasília, em 11 de novembro de 2018.
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