quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MÃES QUE ODEIAM OS FILHOS[1]



Miramez

Visto que o amor maternal está na Natureza, por que há mães que odeiam os filhos, e isso desde o seu nascimento?
‒ Algumas vezes, é uma prova escolhida pelo Espírito do filho, ou uma expiação se ele mesmo foi mau pai ou mãe má ou mau filho, numa outra existência. Em todos os casos, a mãe má não pode ser animada senão por um mau Espírito que se esforça para dificultar a existência do filho, a fim de que ele sucumba sob as provas que aceitou; mas esta violação das leis da Natureza não ficará impune, e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que haja superado.
Questão 891‒ Livro dos Espíritos

Existem algumas mães que odeiam os filhos, como filhos que não toleram as mães, porém, são poucos os casos. Existe de tudo na Terra, entre os desencarnados, pela faixa espiritual em que ela vive.
A humanidade se encontra em estado de urgência para buscar melhores entendimentos sobre as leis naturais, e ao passar por esse período, podem acontecer coisas, cuja fonte principal é a ignorância. Jesus foi a bênção de Deus para a humanidade que sofria. Ele traçou o caminho e mostrou os roteiros pelos quais a humanidade deveria trilhar com segurança.
O Evangelho foi a luz, para os que se encontravam nas trevas. É certo, há demora de assimilação dos preceitos divinos e, para tanto, o Mestre é dotado de muita paciência, mas Ele nunca deixa de nos ensinar como compreender os mandamentos, que resumiu em dois.
As mães que odeiam seus filhos, ainda são Espíritos que dormem em relação ao amor, e os filhos que maltratam seus pais se encontram nas trevas dos entendimentos superiores.
Entretanto, não estão perdidos, pois o tempo lhes vai mostrando a realidade. A vida constitui uma semeadura; ao colhermos o que plantamos, a razão nos fala que não nos convém a violência, a maldade, o ódio, o ciúme, o orgulho e o egoísmo. Às vezes, pelo passado incorrigível do filho, ele escolheu a mãe que lhe seria própria, para a educação dos seus instintos grosseiros, e vice versa; todavia, a própria vida nos vai moldando todos os dias e mostrando que só o amor vale a pena ser cultivado, em todos os ângulos da vida.
A mãe má não é um Espírito bom; ela é escolhida de conformidade com o filho e com aquilo que ele deve passar, temperando seus sentimentos e mostrando nele os pontos a serem modificados. Deus conversa no silêncio com todos nós, pelos fios da natureza, e nós O ouvimos pela consciência.
Se o filho é odiado, seus sofrimentos, passados com paciência, não ficarão em vão. Deus o recompensará, aliviando o seu fardo. Todo trabalhador é digno do seu salário, e antes dos pais do mundo material, nós todos já tínhamos o verdadeiro Pai: Deus.
Mesmo que os pais não cuidem moralmente dos filhos, existe o Pai do Céu, que nunca deixa órfãos Seus filhos. Mesmo que os pais sofram pela conduta dos filhos, eles, igualmente, são filhos de Deus. Ninguém se encontra desamparado da bondade do Senhor.
Lucas nos informa, no capítulo vinte e um, versículo trinta e quatro, essa advertência de Jesus para fortalecer nosso coração: Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem sobrecarregados com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente como um laço. Os filhos que sofrem com os pais, e os pais que sofrem com os filhos, devem se preparar e acautelar seus corações contra os laços das trevas, envolvendo-se na caridade que salva os corações das influências do mal.
Todos os que triunfam dos obstáculos vencidos serão recompensados pelos seus esforços.
Depois de vencidos os testemunhos, que procurem ajudar aos que sofrem é a missão, como Espírito instruído nas provas, dar o que pode em favor dos que lutam nos caminhos difíceis.
O sofrimento, por vezes, é a melhor escola, desde quando não nos revoltemos com os testemunhos.




[1] Filosofia Espírita – Volume 18 ‒ João Nunes Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário