segunda-feira, 16 de julho de 2018

CRISTIAN FRIEDRICH SAMUEL HAHNEMANN[1]


Christian Friedrich Samuel Hahnemann nasceu em 10 de abril de 1755, em Meissen, na Saxônia. Seus pais lhe deram o nome de Christian, seguidor de Cristo; Friedrich, protegido do rei; Samuel, Deus me escutou, em sinal de reconhecimento a Deus.
Seu pai era pintor de porcelana e ele mesmo foi preparado para seguir a carreira paterna. Desta forma, aprendeu na Escola várias línguas estrangeiras: inglês, francês, espanhol, latim, árabe, grego, hebreu e caldeu, além da língua nacional. O objetivo era poder, no futuro, comercializar em outros países a porcelana.
Mas, o seu destino seria outro. Foi estudar Medicina em Leipzig e Viena. Por ser pobre, sustentava-se fazendo traduções, e assim entrando em contato com obras sobre doutrinas existenciais.
Em 1812, era docente da Universidade de Leipzig. Contudo, na carreira médica se mostrava inquieto por não conseguir bons resultados na cura dos enfermos que tratava. Seus amigos diziam que ele sonhava, que tudo que almejava era utopia. “O homem é limitado mesmo, limitados também seus conhecimentos".
Finalmente, aos 36 anos, após a morte de um amigo que cuidava clinicamente, resolve abandonar a medicina. Adentra o seu consultório e avisa a seus pacientes que não mais os atenderá. Se os não pode curar, de que vale a sua ciência! E despede a todos.
Está profundamente desanimado. Para sobreviver e sustentar a família, trabalha em traduções, mais especialmente na área da química e da farmacologia.
Fazendo a tradução de uma obra de um médico escocês William Cullen, no ano de 1790, surpreende-se com a descrição das propriedades do quinino. Chama-lhe a atenção, em especial, o fato de que a intoxicação pelo quinino tinha sintomas semelhantes aos da enfermidade natural da febre intermitente.
Ele próprio passou a ingerir doses de quinino, comprovando que os resultados eram semelhantes à febre combatida por aquele produto.
Repetiu a experiência com outras drogas, como o mercúrio, a beladona, a digital, sempre no homem sadio, concluindo por elaborar a doutrina homeopática, resumida na expressão: "similia similibus curantur", ou seja, sintomas semelhantes são curados por remédios semelhantes.
Já no ano de 1796, suas observações foram divulgadas. Observações que passariam a compor sua mais importante obra: “O Organon”, publicado em 1810, onde explica seu sistema e cria a Homeopatia. Depois, publicaria “Ciência Médica Pura” e “Teoria e Tratamento Homeopático das Doenças Crônicas”.
Nos princípios homeopáticos estabelece-se que toda substância que, em dose ponderável, é capaz de provocar no indivíduo são um quadro sintomático, também tem capacidade de o fazer desaparecer, com administração em pequenas doses. Também que a preparação dos medicamentos requer diluições infinitesimais, pois que elas teriam a capacidade de desenvolver as virtudes medicinais dinâmicas das substâncias grosseiras.
Desde os primeiros momentos, Hahnemann sofreu acirrada campanha contrária ao que expunha, em especial dos farmacêuticos, pelo que muito padeceu.
Somente em 1835, já com seus 80 anos, viúvo, foi procurado por uma jovem que o buscou em sua cidade como último recurso médico e foi por ele curada. Eles se consorciam e ela o leva para Paris, onde finalmente obtém geral reconhecimento.
Foi em Paris que ele desencarnou a 2 de julho do ano de 1843, 14 anos antes de vir a lume O Livro dos Espíritos e nascer, portanto, a Doutrina Espírita.
Compondo a equipe espiritual responsável pela Codificação, deu seu contributo particularmente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos, onde assina a mensagem do item 10, tratando das virtudes e dos vícios que são inerentes ao Espírito. A mensagem foi dada em Paris, no ano de 1863.
A guisa de curiosidade somente, no mesmo ano, a 13 de março, na Sociedade Espírita de Paris, tendo como médium a Sra. Costel, Hahnemann dissertou a respeito do estado da ciência à época, em resposta a um médico homeopata estrangeiro, presente à sessão. Dita dissertação se encontra no volume sexto da Revista Espírita.




Nenhum comentário:

Postar um comentário