Em 03 de novembro de 1950, por
volta das 04:50 horas, ainda sob os auspícios da lua, nasceu na cidade de São
Paulo/SP, uma criança que recebeu o nome de Eduardo Carvalho Monteiro.
Filho de Ivan Carvalho Monteiro
e de Zenaide Carvalho Monteiro, ele um advogado, que também trabalhou como
bancário e ela, Procuradora do Estado de São Paulo, foi o mais velho dentre quatro
irmãos: Ricardo, Leonardo e Márcia.
Formou-se em psicologia e também
foi Bacharel em Turismo. Fez especialização em Administração de Empresas (pelo
Colégio Dante Alighieri), Administração Pública (FUNDAP), Administração
Hospitalar (Faculdades São Camilo) e Política e Estratégia (Associação dos
Diplomados da Escola Superior de Guerra).
E dessa singular formação
profissional, foi Executivo Público da Secretaria de Estado da Saúde, do Estado
de São Paulo.
Na ocasião, organizou e
participou de diversos mutirões de saúde, destacando-se o “Mutirão da Catarata”
e “Campanhas de vacinação contra a poliomielite”.
Ainda quando na Secretaria de
Estado de Saúde, seus olhares voltaram-se para os mais excluídos da sociedade:
os pobres.
Iniciou seu trabalho
assistencial na cidade de Pirapitingui, junto às pessoas portadoras da
hanseníase, pessoas que pela doença que são portadoras, ainda sofrem grande
preconceito.
E, como recebera em doação um
imóvel no Bairro de Eldorado (Cidade de Diadema/SP), foi em busca do médium
Chico Xavier com quem tinha estreito relacionamento, consultando-o a respeito
de como seria a melhor utilização daquela dádiva, qual trabalho poderia ser
desenvolvido naquele imóvel, recebendo a orientação de fundar uma Casa de
Assistência a mães solteiras e um asilo para idosos.
Foi assim que, juntamente com
alguns companheiros espíritas, fundou e presidiu a Sociedade Espírita “Anália
Franco”. Entidade nascida com finalidades de prestar assistência espiritual e
material à população carente, principalmente crianças, idosos e gestantes.
Seu interesse pelo espiritismo
surgiu desde a tenra idade. Como ele próprio comenta em entrevista dada a “A
Jornada”:
Iniciei-me no
Espiritismo com cerca de 14 anos, quando furtivamente peguei O Livro dos
Espíritos da estante de meu pai e o li sofregamente, me identificando então com
seu conteúdo.
Meus pais achavam
que era muito cedo para eu estudar essas “coisas de espiritismo”, advindo,
talvez, daí, mais curiosidade de minha parte. Fui à minha primeira “sessão” num
terreiro de umbanda na casa da mãe de um amigo.
Nessa época ainda
não sabia distinguir entre kardecismo e umbanda, mas logo comecei a frequentar
centros kardecistas e me identificar mais com sua doutrina.
Afastei-me alguns
anos da frequência aos Centros, embalado pelas ilusões juvenis, mas me
reencontrei com ela definitivamente aos 22 anos quando visitei Chico Xavier
pela primeira vez em 1972. Passei então por um processo de amadurecimento
espiritual, etário e psicológico que me levou a estudar profundamente a
Doutrina Espírita, a Parapsicologia e as Ciências Herméticas em geral.
O seu desenrolar particular
enveredou para o resgate da memória do espiritismo, tanto a nível nacional,
quando a nível mundial. Seu esforço para conseguir trazer materiais esquecidos
do passado histórico do espiritismo transformou-o em Assessor Pró-Memória da
U.S.E. Estadual de São Paulo, assessoria instituída na gestão da presidência de
Cesar Perri, e Assessor do C.E.I. (Conselho Espírita Internacional).
Era maçom, mestre instalado da
ARLS Amphora Lucis 183 (GLESP) e Grande Inspetor Geral da Ordem, Grau 33,
ocupante da Cadeira nº 35 (Patrono Léon Denis) da Academia Paulista Maçônica de
Letras. Como maçom possui uma interessante bibliografia.
Foi Jornalista, escrevendo para
colunas de diversos jornais espíritas, e participando mais ativamente como
ex-Diretor e Editor da Revista “A Verdade”, de 1986 a 1996.
Foi biógrafo, trazendo
informações preciosas de Jésus Gonçalves, Anália Franco, Léon Denis, Bartuíra, Eurípedes
Barsanulfo.
Também pesquisou a história da
Imprensa Espírita Nacional e Internacional, o que permitiu a criação de duas
Exposições com mais de 150 ilustrações contando a história dos Periódicos
Espíritas Nacionais e Internacionais, com fotos de capas e etc., assim como da
Exposições sobre “Os cem anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo”, sobre “A
presença do Espiritismo no Universo Filatélico”, e sobre “Capas de Livros
Espíritas pelo Mundo”.
Escreveu cerca de 33 livros, organizou
outras centenas de livros e participou ainda da publicação de outras dezenas de
livros, ainda que não relacionados com o resgate histórico do movimento
espírita, mas que nem por isso tem menor importância ao Movimento Espírita.
Foi articulista da Revista
Internacional de Espiritismo, da Editora “O Clarim”, de Matão; do Jornal
Correio Fraterno do ABC de São Paulo; da Revista Universo Espírita, dos jornais
da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP): “O Semeador” e “Jornal
Espírita”, além de inúmeros outros periódicos do Brasil.
Participou inúmeras vezes de
programas da Rede Boa Nova de Rádio (da Fundação André Luiz), foi entrevistado
por diversos programas de televisão, revistas e jornais. Foi um grande
trabalhador na difusão da Doutrina Espírita, um pesquisador da memória do
Espiritismo de Kardec aos nossos dias.
Eduardo era um pesquisador com ideias
avançadas, o principal exemplo disso foi uma ideia inovadora dentro do
Movimento Espírita, a criação de um fórum de troca de informações entre pesquisadores
espíritas.
Com sua singular iniciativa, foi
idealizador e fundador da LIHPE: Liga dos Historiadores e Pesquisadores
Espíritas, que surgiu a partir do 1º Encontro Nacional de Pesquisadores
Espíritas, em 17 de março de 2002, na cidade de Goiânia/MG[2].
Participou do 4º Congresso
Espirita Mundial, levando exposições que contam a história do espiritismo.
Preocupado com o seu acervo de mais de 25.000 documentos espíritas e espiritualistas
que estava guardado em precárias condições em sua residência, com sérios
problemas de armazenamento, acabou por idealizar e fundar, juntamente com
outros companheiros do movimento espírita, o CCDPE – Centro de Cultura,
Documentação e Pesquisa do Espiritismo que, após o seu retorno ao mundo espiritual,
recebeu seu nome, transformando-se em CCDPE-ECM: Centro de Cultura,
Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro.
A desencarnação de Eduardo
Carvalho Monteiro, aos 55 anos de idade, ocorreu em 15/12/2005, às 8 horas,
após uma internação de 70 dias, no Hospital Alvorada, na cidade e estado de São
Paulo, onde foi internado em estado bastante grave de diabetes, após mais de 20
dias na UTI[3].
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