segunda-feira, 11 de junho de 2018

Eduardo Carvalho Monteiro[1]



Em 03 de novembro de 1950, por volta das 04:50 horas, ainda sob os auspícios da lua, nasceu na cidade de São Paulo/SP, uma criança que recebeu o nome de Eduardo Carvalho Monteiro.
Filho de Ivan Carvalho Monteiro e de Zenaide Carvalho Monteiro, ele um advogado, que também trabalhou como bancário e ela, Procuradora do Estado de São Paulo, foi o mais velho dentre quatro irmãos: Ricardo, Leonardo e Márcia.
Formou-se em psicologia e também foi Bacharel em Turismo. Fez especialização em Administração de Empresas (pelo Colégio Dante Alighieri), Administração Pública (FUNDAP), Administração Hospitalar (Faculdades São Camilo) e Política e Estratégia (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra).
E dessa singular formação profissional, foi Executivo Público da Secretaria de Estado da Saúde, do Estado de São Paulo.
Na ocasião, organizou e participou de diversos mutirões de saúde, destacando-se o “Mutirão da Catarata” e “Campanhas de vacinação contra a poliomielite”.
Ainda quando na Secretaria de Estado de Saúde, seus olhares voltaram-se para os mais excluídos da sociedade: os pobres.
Iniciou seu trabalho assistencial na cidade de Pirapitingui, junto às pessoas portadoras da hanseníase, pessoas que pela doença que são portadoras, ainda sofrem grande preconceito.
E, como recebera em doação um imóvel no Bairro de Eldorado (Cidade de Diadema/SP), foi em busca do médium Chico Xavier com quem tinha estreito relacionamento, consultando-o a respeito de como seria a melhor utilização daquela dádiva, qual trabalho poderia ser desenvolvido naquele imóvel, recebendo a orientação de fundar uma Casa de Assistência a mães solteiras e um asilo para idosos.
Foi assim que, juntamente com alguns companheiros espíritas, fundou e presidiu a Sociedade Espírita “Anália Franco”. Entidade nascida com finalidades de prestar assistência espiritual e material à população carente, principalmente crianças, idosos e gestantes.
Seu interesse pelo espiritismo surgiu desde a tenra idade. Como ele próprio comenta em entrevista dada a “A Jornada”:
Iniciei-me no Espiritismo com cerca de 14 anos, quando furtivamente peguei O Livro dos Espíritos da estante de meu pai e o li sofregamente, me identificando então com seu conteúdo.
Meus pais achavam que era muito cedo para eu estudar essas “coisas de espiritismo”, advindo, talvez, daí, mais curiosidade de minha parte. Fui à minha primeira “sessão” num terreiro de umbanda na casa da mãe de um amigo.
Nessa época ainda não sabia distinguir entre kardecismo e umbanda, mas logo comecei a frequentar centros kardecistas e me identificar mais com sua doutrina.
Afastei-me alguns anos da frequência aos Centros, embalado pelas ilusões juvenis, mas me reencontrei com ela definitivamente aos 22 anos quando visitei Chico Xavier pela primeira vez em 1972. Passei então por um processo de amadurecimento espiritual, etário e psicológico que me levou a estudar profundamente a Doutrina Espírita, a Parapsicologia e as Ciências Herméticas em geral.
O seu desenrolar particular enveredou para o resgate da memória do espiritismo, tanto a nível nacional, quando a nível mundial. Seu esforço para conseguir trazer materiais esquecidos do passado histórico do espiritismo transformou-o em Assessor Pró-Memória da U.S.E. Estadual de São Paulo, assessoria instituída na gestão da presidência de Cesar Perri, e Assessor do C.E.I. (Conselho Espírita Internacional).
Era maçom, mestre instalado da ARLS Amphora Lucis 183 (GLESP) e Grande Inspetor Geral da Ordem, Grau 33, ocupante da Cadeira nº 35 (Patrono Léon Denis) da Academia Paulista Maçônica de Letras. Como maçom possui uma interessante bibliografia.
Foi Jornalista, escrevendo para colunas de diversos jornais espíritas, e participando mais ativamente como ex-Diretor e Editor da Revista “A Verdade”, de 1986 a 1996.
Foi biógrafo, trazendo informações preciosas de Jésus Gonçalves, Anália Franco, Léon Denis, Bartuíra, Eurípedes Barsanulfo.
Também pesquisou a história da Imprensa Espírita Nacional e Internacional, o que permitiu a criação de duas Exposições com mais de 150 ilustrações contando a história dos Periódicos Espíritas Nacionais e Internacionais, com fotos de capas e etc., assim como da Exposições sobre “Os cem anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo”, sobre “A presença do Espiritismo no Universo Filatélico”, e sobre “Capas de Livros Espíritas pelo Mundo”.
Escreveu cerca de 33 livros, organizou outras centenas de livros e participou ainda da publicação de outras dezenas de livros, ainda que não relacionados com o resgate histórico do movimento espírita, mas que nem por isso tem menor importância ao Movimento Espírita.
Foi articulista da Revista Internacional de Espiritismo, da Editora “O Clarim”, de Matão; do Jornal Correio Fraterno do ABC de São Paulo; da Revista Universo Espírita, dos jornais da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP): “O Semeador” e “Jornal Espírita”, além de inúmeros outros periódicos do Brasil.
Participou inúmeras vezes de programas da Rede Boa Nova de Rádio (da Fundação André Luiz), foi entrevistado por diversos programas de televisão, revistas e jornais. Foi um grande trabalhador na difusão da Doutrina Espírita, um pesquisador da memória do Espiritismo de Kardec aos nossos dias.
Eduardo era um pesquisador com ideias avançadas, o principal exemplo disso foi uma ideia inovadora dentro do Movimento Espírita, a criação de um fórum de troca de informações entre pesquisadores espíritas.
Com sua singular iniciativa, foi idealizador e fundador da LIHPE: Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, que surgiu a partir do 1º Encontro Nacional de Pesquisadores Espíritas, em 17 de março de 2002, na cidade de Goiânia/MG[2].
Participou do 4º Congresso Espirita Mundial, levando exposições que contam a história do espiritismo. Preocupado com o seu acervo de mais de 25.000 documentos espíritas e espiritualistas que estava guardado em precárias condições em sua residência, com sérios problemas de armazenamento, acabou por idealizar e fundar, juntamente com outros companheiros do movimento espírita, o CCDPE – Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo que, após o seu retorno ao mundo espiritual, recebeu seu nome, transformando-se em CCDPE-ECM: Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro.
A desencarnação de Eduardo Carvalho Monteiro, aos 55 anos de idade, ocorreu em 15/12/2005, às 8 horas, após uma internação de 70 dias, no Hospital Alvorada, na cidade e estado de São Paulo, onde foi internado em estado bastante grave de diabetes, após mais de 20 dias na UTI[3].


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