O pensamento é produto da alma e
não secreção do cérebro, como creem os reducionistas materialistas. Um dos
atributos do Espírito, o pensamento nasce das profundezas da reflexão Mental, é
constituído de partículas, derivadas da matéria elementar primitiva ou plasma
divino, expressando-se também como ondas eletromagnéticas que atingem
velocidades acima de 300 mil km por segundo (ondas supraluminais).
Aprendemos, com os Espíritos
Superiores, que o Universo é um todo de forças dinâmicas, expressando o
Pensamento do Criador e cada criatura é detentora de uma capacidade intrínseca ‒
a co-criação ‒, inerente à faculdade de pensar, através da qual assimila a
força emanante de Deus, moldando-a, à sua vontade, e influenciando, dessa
forma, a própria criação.
Nos fundamentos da Criação vibra
o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o
pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força
mental em que os poderes do Espírito se manifestam[1].
O pensamento é, assim, o
alicerce vivo de todas as realizações no plano físico e extrafísico. A matéria
que entra na sua constituição apresenta-se em nova escala estequiogenética,
tendo por base elementos atômicos mais complicados e sutis, aquém do hidrogênio
e além do urânio[2],
transcendendo, portanto, à Escala de Mendeleiv, isto é, o sistema periódico dos
elementos químicos conhecidos no mundo, formando, igualmente, o que poderíamos
denominar prótons, nêutrons, pósitrons, elétrons ou fotônios mentais, à falta
de outra nomenclatura, uma vez que desconhecemos a natureza desse outro tipo de
matéria.
Obedecem, porém, às mesmas leis
da física quântica: o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de
correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais,
dentro de normas que correspondem à lei dos "quanta de energia" e aos
princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem frequência e cor
peculiares[3].
O pensamento expressa-se, assim,
nos mais diversos tipos de onda: desde as oscilações curtas, médias e longas,
exteriorizadas pela mente humana, até os raios super-ultra-curtos, próprios dos
Espíritos puros. Forças vivas e atuantes, eles têm velocidade superior à da luz
e cada criatura funciona como se fosse uma estação de televisão ambulante ‒ na
verdade, muito mais avançada ‒ podendo emiti-los e recebê-los.
Uma vez emitidos, os pensamentos
voltam inevitavelmente ao próprio emissor, de forma a envolver o ser humano em
suas próprias ondas de criações mentais, e, muitas vezes, podem estar
acrescidos dos produtos de outros seres, que com eles se harmonizam[4].
Sendo as ondas supraluminais, de
que modo seriam elas decodificadas pelas células físicas? Respondendo a essa
questão, os Espíritos Reveladores apontam a glândula pineal, como a glândula da
vida mental; exercendo, entre outras importantes funções, a de traduzir e
encaminhar à interpretação as informações transportadas pelas ondas
supraluminais. Aprendemos, assim, que estamos ligados em espírito com todos os encarnados
ou desencarnados que pensam como pensamos, tão mais estreitamente quão mais
estreita a distância entre nós e eles, isto é, quanto mais intimamente
estejamos conjugando a atmosfera mental uns dos outros, independentemente de
fatores espaciais[5].
Essa independência do fator
espacial remete-nos ao teorema de Bell, à realidade "não local".
Trabalhando em Genebra, no CERN, nos anos 1960, John Bell, físico britânico,
mostrou que duas partículas permanecem um todo, mesmo após terem sido separadas
a longas distâncias, quando uma delas faz um movimento em uma determinada
direção, a outra, ao mesmo tempo, gira na mesma direção, em sincronização
perfeita.
Em 1982, Alain Aspect e colegas
demonstraram, experimentalmente, essa influência, de modo que, qualquer partícula
(?), atual ou futura, para ser consistente, terá que conter esse llPo de
influência não local para explicar a realidade.
Embora cientistas respeitáveis,
como John Barrow[6],
lembrem que não há maneira de a informação ser transmitida entre as partículas
com uma velocidade superior à da luz e que o elemento não causal da realidade
quântica não pode ser aplicado ao caso da percepção extra-sensorial, cremos que
as evidências científicas do Mundo Espiritual, constatadas em pesquisas
realizadas por cientistas do porte de William Crookes, Alfred Russel Wallace,
Oliver Lodge, Aksakof, Ernesto Bozzano, além de outros, no âmbito da
Parapsicologia, são igualmente válidas e não deixam dúvidas de que essa mesma
lei pode ser aplicada a todas as dimensões ou escalas, que se desdobram no
espaço e no tempo, unindo os campos físico e extra-físico em uma só rede ou
totalidade integrada.
Roger Penrose, do Mathematical
Institute de Oxford, Reino Unido, afirma que "nossos cérebros agem
não-computacionalmente, quando nos dedicamos a processos de pensamento
consciente[7]",
Para explicar sua convicção, Penrose lembra que existem dois níveis distintos
de fenômenos físicos: de um lado, o nível quântico em pequena escala, em que
partículas, átomos, ou mesmo moléculas podem existir em estranhas superposições
quânticas, como nos foi demonstrado pelo teorema de Bell; de outro lado, o
nível clássico, como o de uma bolinha de golfe, por exemplo, onde não há
possibilidade de superposição.
Inicialmente descrito por Erwin
Schroedinger, esse fenômeno de entrelaçamento entre as partículas tem
continuidade nos estudos de Penrose, que o chama de estado entrelaçado. O fato
é que existe uma importante lacuna na compreensão da física ‒ especialmente na
fronteira entre os níveis quântico e clássico, que, muito provavelmente,
conforme lembra Penrose, será preenchida com a união satisfatória entre a
teoria quântica e a teoria geral da relatividade de Einstein. Em sua hipótese,
ele admite que as tubulinas ‒ proteínas que formam os microtúbulos ‒ presentes nos
neurônios, ao longo dos axônios e dendritos, são importantes porque
favoreceriam o que chama de não-computabilidade dos eventos conscientes[8].
Como vemos, a Ciência não para e ainda há um campo enorme a percorrer, em todas
as áreas do conhecimento humano. Relembrando Newton, tudo se passa como se
estivéssemos catando conchinhas na praia, enquanto há um imenso oceano a
percorrer, a enorme extensão da nossa ignorância.
[1] O Livro dos Espíritos, Q. 355 e 356
[2] Ver mais em O Clamor da Vida, cap. 5, p. 134 a 144,
Marlene Nobre
[3] Folha Ciência, (l0/5/02)
[4] Manipulações Genéticas, Introdução, p. 8
[5] Manipulações Genéticas, cap..2, p.98
[6] Dolly, a Segunda Criação, cap. 2, p. 57
[7] Dolly, a Segunda Criação, cap. 13 p. 341
[8] Folha Ciência, 26/3/2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário