Antônio Carlos Navarro
Parasitas ou parasitos são
organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a
sua sobrevivência, normalmente, prejudicando o organismo hospedeiro, um
processo conhecido por parasitismo[2].
De conhecimento comum, a
existência e mecanismo de atuação dos parasitas ocorrem em amplo espectro nos
reinos animal e vegetal. Em alguns casos a convivência é pacífica, chegando a
produzir efeitos positivos no hospedeiro, enquanto que em outros podem levar o
hospedeiro à morte e esta, em consequência, também aniquila o parasita.
Desejamos, no entanto, traçar
apontamentos sobre uma espécie de parasitose pouco conhecida, mas, largamente,
presente na espécie humana.
Trata-se da parasitose provocada
pela presença junto aos seres encarnados, de um ou mais indivíduos viciosos
desencarnados, que continuam, no plano espiritual, a incessante busca pela
satisfação de suas viciações à custa da viciação de suas vítimas.
Sabemos que o que atrai os espíritos
para junto de nós são as vontades e pensamentos que geramos e sustentamos e,
por isso, toda e qualquer viciação do encarnado permite as sintonias com
desencarnados viciosos compatíveis.
Toda viciação começa na mente do
Ser.
A esse respeito, encontramos
esclarecedora mensagem espiritual transmitida pelo Espírito Dias da Cruz, que
foi médico na Terra em sua última existência, ao médium Francisco Cândido
Xavier[3],
de onde tiramos os seguintes apontamentos:
Avançando em nossos
ligeiros apontamentos acerca da obsessão, cremos seja de nosso interesse
apreciar o vampirismo, ainda mesmo superficialmente, para figurá-lo como sendo
inquietante fenômeno de parasitose mental.
Após identificar o fenômeno
obsessivo vinculado à viciação como Parasitose Mental ou Vampirismo, continua o
Benfeitor:
No vampirismo, devemos
considerar igualmente os fatores externos e internos, compreendendo, porém,
que, na esfera da alma, os externos dependem dos internos, porquanto não há
influenciação exterior deprimente para a criatura, quando a própria criatura
não se deprime.
No apontamento acima o Benfeitor
identifica o encarnado como sendo o responsável direto pela atração e
hospedagem do “Parasita Espiritual” e, abaixo, esclarece o modus operandi:
É que pelo ímã do
pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação
fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à
ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou
malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida
moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si
mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de
angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo,
impondo ao veículo orgânico processos patogênicos indefiníveis, que lhe
favorecem a derrocada ou a morte.
Aqui o Benfeitor deixa claro que
todo processo espiritual-parasitário pode provocar doenças físicas e mentais de
profundidade, levando o hospedeiro ao encurtamento da vida física, em processos
de suicídio direto e indireto, que trará, como consequência, sofrimentos
variados nas esferas espirituais, bem como reclamará a corrigenda futura,
também com muito sofrimento, em outras reencarnações, decorrente do necessário
reparo da tessitura perispiritual através das mais diversas más formações e mau
funcionamento dos órgãos físicos.
Finalizando o assunto o
Benfeitor nos orienta:
Imprescindível, assim,
viver em guarda contra as ideias fixas, opressivas ou aviltantes, que
estabelecem, ao redor de nós, maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos
à vala comum da frustração.
Toda forma de vampirismo
está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte, que se rende,
desajustada, às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva.
Usemos, desse modo, na
garantia de nossa higiene mento-psíquica, os antissépticos do Evangelho.
Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever
irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa vontade, esquecimento integral
das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de
nossa saúde espiritual.
– Amai-vos uns aos outros como eu vos amei ‒ recomendou o Divino
Mestre.
– Caminhai como filhos da luz – ensinou o Apóstolo da gentilidade.
Procurando, pois, o Senhor
e aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao
Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da
parasitose mental.
Pensemos nisso.
[3] Livro Instruções Psicofônicas. Lição nº 34. Página 159.
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