sábado, 6 de janeiro de 2018

PARASITOSE MENTAL E VAMPIRISMO[1]



Antônio Carlos Navarro


Parasitas ou parasitos são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente, prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo[2].
De conhecimento comum, a existência e mecanismo de atuação dos parasitas ocorrem em amplo espectro nos reinos animal e vegetal. Em alguns casos a convivência é pacífica, chegando a produzir efeitos positivos no hospedeiro, enquanto que em outros podem levar o hospedeiro à morte e esta, em consequência, também aniquila o parasita.
Desejamos, no entanto, traçar apontamentos sobre uma espécie de parasitose pouco conhecida, mas, largamente, presente na espécie humana.
Trata-se da parasitose provocada pela presença junto aos seres encarnados, de um ou mais indivíduos viciosos desencarnados, que continuam, no plano espiritual, a incessante busca pela satisfação de suas viciações à custa da viciação de suas vítimas.
Sabemos que o que atrai os espíritos para junto de nós são as vontades e pensamentos que geramos e sustentamos e, por isso, toda e qualquer viciação do encarnado permite as sintonias com desencarnados viciosos compatíveis.
Toda viciação começa na mente do Ser.
A esse respeito, encontramos esclarecedora mensagem espiritual transmitida pelo Espírito Dias da Cruz, que foi médico na Terra em sua última existência, ao médium Francisco Cândido Xavier[3], de onde tiramos os seguintes apontamentos:
Avançando em nossos ligeiros apontamentos acerca da obsessão, cremos seja de nosso interesse apreciar o vampirismo, ainda mesmo superficialmente, para figurá-lo como sendo inquietante fenômeno de parasitose mental.
Após identificar o fenômeno obsessivo vinculado à viciação como Parasitose Mental ou Vampirismo, continua o Benfeitor:
No vampirismo, devemos considerar igualmente os fatores externos e internos, compreendendo, porém, que, na esfera da alma, os externos dependem dos internos, porquanto não há influenciação exterior deprimente para a criatura, quando a própria criatura não se deprime.
No apontamento acima o Benfeitor identifica o encarnado como sendo o responsável direto pela atração e hospedagem do “Parasita Espiritual” e, abaixo, esclarece o modus operandi:
É que pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogênicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte.
Aqui o Benfeitor deixa claro que todo processo espiritual-parasitário pode provocar doenças físicas e mentais de profundidade, levando o hospedeiro ao encurtamento da vida física, em processos de suicídio direto e indireto, que trará, como consequência, sofrimentos variados nas esferas espirituais, bem como reclamará a corrigenda futura, também com muito sofrimento, em outras reencarnações, decorrente do necessário reparo da tessitura perispiritual através das mais diversas más formações e mau funcionamento dos órgãos físicos.
Finalizando o assunto o Benfeitor nos orienta:
Imprescindível, assim, viver em guarda contra as ideias fixas, opressivas ou aviltantes, que estabelecem, ao redor de nós, maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos à vala comum da frustração.
Toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte, que se rende, desajustada, às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva.
Usemos, desse modo, na garantia de nossa higiene mento-psíquica, os antissépticos do Evangelho. Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa vontade, esquecimento integral das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de nossa saúde espiritual.
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei ‒ recomendou o Divino Mestre.
Caminhai como filhos da luz – ensinou o Apóstolo da gentilidade.
Procurando, pois, o Senhor e aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da parasitose mental.
Pensemos nisso.




[3] Livro Instruções Psicofônicas. Lição nº 34. Página 159.

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