quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Considerações sobre o Perispírito[1]


 
Moura Rêgo


Desde a pureza absoluta, ponto inicial do F.C.U. (Fluído Cósmico Universal), à sua modificação e transformação em matéria densa, seu ponto oposto, existirão muitas aproximações entre um e outro.
Destas observações, conclui-se que os mais variados estados de transformação, e também dos graus de pureza ou materialidade do fluido (conjunto final dessa metamorfose fluídica).
Ora, concentrando-nos em nosso Planeta, num olhar mais aguçado, encontraremos entre nós espíritos, encarnados ou não, também estes estados de purificação ou de materialidade.
Essas diferenças do estado da composição dos espíritos e dos diversos elementos da gênese dos mundos existem para todos estes, indicando, por suas composições, a natureza da forma perispiritual de seus habitantes.
Disso tiramos que o perispírito de cada um de nós também há de estar constituído dos elementos que estão em conformidade para com os mundos em que virá a habitar o espírito. E não poderia ser diferente.
O perispírito corpo energético dos espíritos é da produção destes mundos, um dos mais importantes produtos hauridos do mesmo F.C.U.
Do meio em que se encontra extrai o Espírito o seu perispírito. – Reparem, esta é uma afirmativa, não uma suposição ou teoria. Toma do meio em que vive os fluidos ambientes, resultando deste processo sua adequação ao mundo que lhe será habitat, na sequência evolutiva em que reencarna.
Assim como a variação entre a pureza total e a materialidade é esta, constante em todos os mundos, excetuando-se à minha visão, os Mundos Ditosos, onde só o Bem existe, e por consequência o Mal é apenas lembrança passadiça, haverá entre espíritos deste mundo, somente a diferenciação haurida da moral mais ilibada entre um e outro, posto que até nos Mundos Ditosos haverá, uma pirâmide por assim dizer, que exemplificará essa diversidade do Bem ali existente.
Mas retornando ao escopo deste, verificamos que mesmo retirados do mesmo fluido que envolve o Planeta, ou mundo habitado, o perispírito de cada um diferenciar-se-á, tornando, por assim dizer, cada um em um Universo próprio, único.
A natureza deste envoltório está sempre para a relação com o adiantamento moral do Espírito.
Daí segue que espíritos inferiores não podem, a seu bel prazer, mudar de envoltório, o que nos indica a assertiva de que também não podem por sua vontade, passar de um Mundo a outro.
Logo, esta reflexão nos leva ao pensar que haverá estes em que ideia de etéreo e imponderável estará em relação para com a matéria tangível, diz Kardec. Sendo-lhes, ainda, demasiadamente pesado em relação ao Mundo Espiritual o perispírito, o que prova que não poderiam, pelo exposto, sair do meio que lhes é próprio. Incluindo-se nesta categoria aqueles que têm o perispírito tão grosseiro que o confundem, eles mesmos, com o habitáculo carnal.
Os espíritos de ordem superior, diferenciadamente destes primeiros, podem vir aos Mundos Inferiores, e muitos até mesmo neles reencarnam.
Retiram estes, dos elementos constitutivos destes mundos que lhes servirão de morada, o material necessário para formação do envoltório fluídico ou carnal, adequando-o ao meio em que se vão encontrar.
Bem amigos:
De tudo que aqui estudamos, podemos retirar, entre outras, algumas conclusões:
1.       A cada Mundo corresponde fluidos diferenciados que lhes são próprios e aos quais são semelhantes os fluidos perispirituais daqueles que lhes formam os habitantes.
2.       Que há uma extensa gradação ou escala, entre os perispíritos, mesmo dentro de um só mundo.
3.       Que esta gradação lhes é imposta pela sutileza ou densidade perispiritual, em decorrência da natureza moral do Espírito a quem se amolda.
4.       Que os espíritos menos evoluídos não podem passar de um Mundo a outro, nem modificarem, a seu bel prazer, os seus perispíritos, fato que demonstra com clareza que a assertiva de muitos apologistas da teoria do Desdobramento Consciente, em poderem “trabalhar”em Mundos mais evoluídos. O que fere frontalmente toda a explicação kardeciana, que retém o Consenso Universal dos Espíritos, e que não pode ser deixada em posição de menor valor.
Mesmo em nosso desdobramento, no estado de sono, asseguro que enquanto espíritos habitantes de Mundos de Provas e Expiações, não podemos nós, estar em Mundos mais evoluídos, exatamente por causa de nossa constituição perispiritual que não pode ser abandonada, senão em virtude de entrada, via reencarnação nestes Mundos. Portanto, em nossas caminhadas espirituais, nunca estaremos senão em regiões fronteiriças à Crosta.
5.       Finalizando, temos que é a natureza moral do Espírito que imprime ao Perispírito sua constituição, haurida esta dos elementos constitutivos do mundo em que irá habitar e de sua própria elevação.
 
Muita paz.
 
 
Referência:
Kardec, Allan – A Gênese – Capítulo XIV  ‒ Os Milagres e Predições Segundo O Espiritismo, Itens de V a XI.




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