Moura Rêgo
Desde a pureza absoluta, ponto
inicial do F.C.U. (Fluído Cósmico Universal), à sua modificação e transformação
em matéria densa, seu ponto oposto, existirão muitas aproximações entre um e outro.
Destas observações, conclui-se
que os mais variados estados de transformação, e também dos graus de pureza ou
materialidade do fluido (conjunto final dessa metamorfose fluídica).
Ora, concentrando-nos em nosso
Planeta, num olhar mais aguçado, encontraremos entre nós espíritos, encarnados
ou não, também estes estados de purificação ou de materialidade.
Essas diferenças do estado da
composição dos espíritos e dos diversos elementos da gênese dos mundos existem
para todos estes, indicando, por suas composições, a natureza da forma
perispiritual de seus habitantes.
Disso tiramos que o perispírito
de cada um de nós também há de estar constituído dos elementos que estão em
conformidade para com os mundos em que virá a habitar o espírito. E não poderia
ser diferente.
O perispírito corpo energético
dos espíritos é da produção destes mundos, um dos mais importantes produtos
hauridos do mesmo F.C.U.
Do meio em que se encontra
extrai o Espírito o seu perispírito. – Reparem, esta é uma afirmativa, não uma
suposição ou teoria. Toma do meio em que vive os fluidos ambientes, resultando
deste processo sua adequação ao mundo que lhe será habitat, na sequência evolutiva em que reencarna.
Assim como a variação entre a
pureza total e a materialidade é esta, constante em todos os mundos,
excetuando-se à minha visão, os Mundos Ditosos, onde só o Bem existe, e por
consequência o Mal é apenas lembrança passadiça, haverá entre espíritos deste
mundo, somente a diferenciação haurida da moral mais ilibada entre um e outro,
posto que até nos Mundos Ditosos haverá, uma pirâmide por assim dizer, que
exemplificará essa diversidade do Bem ali existente.
Mas retornando ao escopo deste,
verificamos que mesmo retirados do mesmo fluido que envolve o Planeta, ou mundo
habitado, o perispírito de cada um diferenciar-se-á, tornando, por assim dizer,
cada um em um Universo próprio, único.
A natureza deste envoltório está
sempre para a relação com o adiantamento moral do Espírito.
Daí segue que espíritos
inferiores não podem, a seu bel prazer, mudar de envoltório, o que nos indica a
assertiva de que também não podem por sua vontade, passar de um Mundo a outro.
Logo, esta reflexão nos leva ao
pensar que haverá estes em que ideia de etéreo e imponderável estará em relação
para com a matéria tangível, diz Kardec. Sendo-lhes, ainda, demasiadamente
pesado em relação ao Mundo Espiritual o perispírito, o que prova que não
poderiam, pelo exposto, sair do meio que lhes é próprio. Incluindo-se nesta
categoria aqueles que têm o perispírito tão grosseiro que o confundem, eles
mesmos, com o habitáculo carnal.
Os espíritos de ordem superior,
diferenciadamente destes primeiros, podem vir aos Mundos Inferiores, e muitos
até mesmo neles reencarnam.
Retiram estes, dos elementos
constitutivos destes mundos que lhes servirão de morada, o material necessário
para formação do envoltório fluídico ou carnal, adequando-o ao meio em que se
vão encontrar.
Bem amigos:
De tudo que aqui estudamos,
podemos retirar, entre outras, algumas conclusões:
1.
A cada Mundo
corresponde fluidos diferenciados que lhes são próprios e aos quais são
semelhantes os fluidos perispirituais daqueles que lhes formam os habitantes.
2.
Que há uma
extensa gradação ou escala, entre os perispíritos, mesmo dentro de um só mundo.
3.
Que esta gradação
lhes é imposta pela sutileza ou densidade perispiritual, em decorrência da
natureza moral do Espírito a quem se amolda.
4.
Que os espíritos
menos evoluídos não podem passar de um Mundo a outro, nem modificarem, a seu bel
prazer, os seus perispíritos, fato que demonstra com clareza que a assertiva de
muitos apologistas da teoria do Desdobramento Consciente, em poderem
“trabalhar”em Mundos mais evoluídos. O que fere frontalmente toda a explicação
kardeciana, que retém o Consenso Universal dos Espíritos, e que não pode ser
deixada em posição de menor valor.
Mesmo em nosso desdobramento, no
estado de sono, asseguro que enquanto espíritos habitantes de Mundos de Provas
e Expiações, não podemos nós, estar em Mundos mais evoluídos, exatamente por
causa de nossa constituição perispiritual que não pode ser abandonada, senão em
virtude de entrada, via reencarnação nestes Mundos. Portanto, em nossas
caminhadas espirituais, nunca estaremos senão em regiões fronteiriças à Crosta.
5.
Finalizando,
temos que é a natureza moral do Espírito que imprime ao Perispírito sua
constituição, haurida esta dos elementos constitutivos do mundo em que irá
habitar e de sua própria elevação.
Muita paz.
Referência:
Kardec, Allan – A Gênese – Capítulo XIV ‒ Os Milagres e Predições Segundo O
Espiritismo, Itens de V a XI.
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