Nascido em Londres, Inglaterra,
no dia 17 de junho de 1832, e desencarnado na mesma cidade, no dia 4 de abril
de 1919.
Afirmou "Sir" Arthur
Conan Doyle que William Crookes foi o maior químico da Inglaterra, o que ficou
constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência
desenvolveu no campo científico. No entanto, ele teve tarefa não menos
importante desenvolvida no terreno da fenomenologia espírita, ao ponto de ser
muito frequentemente mencionado como um dos mais persistentes e corajosos
pesquisadores dos fenômenos supranormais.
William Crookes estudou no
"Colégio de Química", tendo posteriormente sido professor substituto
no "Colégio Real" e inspetor da Secção de Meteorologia do
Observatório de Redcliffe.
No ano de 1855 assumiu a cadeira
de química na Universidade de Chester. Como consequência de prolongados
estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando
rigorosamente suas propriedades físicas. Em 1872, em seguida a persistentes estudos
em torno do espectro solar, descobriu a aparente ação repulsiva dos raios
luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, consumada no ano de 1874.
Em 1885 descobriu um novo tratamento para o ouro.
A existência do quarto estado da
matéria foi por ele determinado no ano de 1879 e denominado "estado
radiante", sendo por isso recompensado pela Academia de Ciências da
França.
Como retribuição aos seus
trabalhos no campo científico, foram-lhe outorgadas a medalha de ouro da
Sociedade Real, no ano de 1875; a medalha Davy, em 1888; e a medalha de
"Sir" J. Coprey, em 1904. Esta última como merecido prêmio pelas suas
relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra,
nomeou-o Cavalheiro, no ano de 1897. Em 1910 ele recebeu a condecoração da
Ordem do Mérito. A par de todas as suas atividades ocupou, por reiteradas vezes,
a presidência da Sociedade Real de Química, do Instituto de Engenheiros
Eletricistas, da Sociedade Britânica e da Sociedade de Investigações Psíquicas.
Foi fundador dos órgãos "Chemical News" e "Quarterly Journal of
Science".
Após enumerar as atividades
desempenhadas por esse notável cientista no campo de sua especialidade,
registremos agora o que ele fez no campo do Espiritismo, onde desenvolveu
tarefa não menos relevante. Cumpre mencionar, de passagem, que determinados
homens de ciência, que não eram dotados do verdadeiro "espírito
científico", também encetaram numerosas pesquisas no terreno da
fenomenologia espírita e chegaram a resultados positivos, entretanto, não
tiveram o desassombro de Crookes, pois ele sempre teve atitudes corajosas e
definidas, jamais tergiversando diante do embuste e da mentira, nunca empregando
subterfúgios em seus trabalhos.
O seu livro "Fatos
Espíritas" jamais encontrou qualquer oposição, porque era um repositório
de verdades, por ele comprovadas.
Essa obra contém uma súmula dos
trabalhos realizados e publicados no ano de 1874, nas páginas do "Quarterly
Journal of Science".
Dotado de invejável fibra de
investigador, teve a oportunidade de realizar experiências inexcedíveis, dando
sempre o seu irrespondível testemunho sobre as verdades por ele comprovadas.
Não hesitou mesmo em expor toda
glória do seu nome quando levou a cabo as famosas materializações do Espírito Katie
King.
Os médiuns J. J. Morse e Sra.
Marshall serviram de instrumento, no ano de 1869, para que Crookes realizasse
as suas primeiras investigações. Em julho desse mesmo ano, o famoso médium
Daniel Dunglas Home visitou-o, quando de seu regresso a Londres, procedente de
S. Petersburgo (atual Leningrado), portando uma carta do Professor Butlerof.
As mais notáveis experiências
mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas
através da médium Florence Cook, jovem inglesa nascida em 1856. As
materializações do Espírito Katie King, através dessa médium tornaram-se notáveis
e abalaram o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha
apenas 15 anos de idade quando se apresentou a William Crookes, a fim de servir
de medianeira para as pesquisas científicas que ele vinha realizando.
São suas as seguintes palavras: Fui à casa do senhor Crookes sem prevenir a
meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me como em sacrifício voluntário sobre o
altar de sua incredulidade. Ela pediu a proteção da esposa de Crookes e
submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua
mediunidade, pois um cavalheiro de nome Volckmann havia-lhe imputado suspeitas
de fraude.
No dia 22 de abril de 1872,
aconteceu, pela primeira vez, a materialização parcial do Espírito Katie King,
estando presente na sessão a genitora, alguns irmãos da médium e a criada. Após
várias sessões, nas quais esse mesmo Espírito se manifestava com incrível
regularidade, a senhorita Cook afirmou a Crookes que estava decidida a
submeter-se a todo gênero de investigações com o objetivo de destruir alguns
resquícios de descrença que o sábio ainda alimentava.
Quando adentrou o terreno das
investigações, a preocupação primária de William Crookes era de demonstrar o
erro em que incidiam a médium e aqueles que acreditavam piamente em sua mediunidade.
Todos aqueles que apoiavam "Sir" William Crookes também esperavam
dele a demonstração de fraudes e a proclamação de que tudo aquilo não passava
de uma farsa.
Alguns órgãos da imprensa
estampavam a notícia de que o grande cientista iria finalmente desmascarar as
afirmações dos espíritas sobre a veracidade dos fenômenos, por isso
proclamavam: Se homens como Crookes se
ocupam do assunto, prontamente saberemos a que nos apegar em tudo aquilo a que
essa farsa se refere.
Numerosos cientistas de renome,
mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com
receio das consequências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes
não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de
desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos
eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da
verdade, tornou-se espírita convicto.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy
Nenhum comentário:
Postar um comentário