segunda-feira, 13 de novembro de 2017

WILLIAM CROOKES[1]

 

Nascido em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832, e desencarnado na mesma cidade, no dia 4 de abril de 1919.
Afirmou "Sir" Arthur Conan Doyle que William Crookes foi o maior químico da Inglaterra, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico. No entanto, ele teve tarefa não menos importante desenvolvida no terreno da fenomenologia espírita, ao ponto de ser muito frequentemente mencionado como um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais.
William Crookes estudou no "Colégio de Química", tendo posteriormente sido professor substituto no "Colégio Real" e inspetor da Secção de Meteorologia do Observatório de Redcliffe.
No ano de 1855 assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como consequência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Em 1872, em seguida a persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, consumada no ano de 1874. Em 1885 descobriu um novo tratamento para o ouro.
A existência do quarto estado da matéria foi por ele determinado no ano de 1879 e denominado "estado radiante", sendo por isso recompensado pela Academia de Ciências da França.
Como retribuição aos seus trabalhos no campo científico, foram-lhe outorgadas a medalha de ouro da Sociedade Real, no ano de 1875; a medalha Davy, em 1888; e a medalha de "Sir" J. Coprey, em 1904. Esta última como merecido prêmio pelas suas relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o Cavalheiro, no ano de 1897. Em 1910 ele recebeu a condecoração da Ordem do Mérito. A par de todas as suas atividades ocupou, por reiteradas vezes, a presidência da Sociedade Real de Química, do Instituto de Engenheiros Eletricistas, da Sociedade Britânica e da Sociedade de Investigações Psíquicas. Foi fundador dos órgãos "Chemical News" e "Quarterly Journal of Science".
Após enumerar as atividades desempenhadas por esse notável cientista no campo de sua especialidade, registremos agora o que ele fez no campo do Espiritismo, onde desenvolveu tarefa não menos relevante. Cumpre mencionar, de passagem, que determinados homens de ciência, que não eram dotados do verdadeiro "espírito científico", também encetaram numerosas pesquisas no terreno da fenomenologia espírita e chegaram a resultados positivos, entretanto, não tiveram o desassombro de Crookes, pois ele sempre teve atitudes corajosas e definidas, jamais tergiversando diante do embuste e da mentira, nunca empregando subterfúgios em seus trabalhos.
O seu livro "Fatos Espíritas" jamais encontrou qualquer oposição, porque era um repositório de verdades, por ele comprovadas.
Essa obra contém uma súmula dos trabalhos realizados e publicados no ano de 1874, nas páginas do "Quarterly Journal of Science".
Dotado de invejável fibra de investigador, teve a oportunidade de realizar experiências inexcedíveis, dando sempre o seu irrespondível testemunho sobre as verdades por ele comprovadas.
Não hesitou mesmo em expor toda glória do seu nome quando levou a cabo as famosas materializações do Espírito Katie King.
Os médiuns J. J. Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento, no ano de 1869, para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações. Em julho desse mesmo ano, o famoso médium Daniel Dunglas Home visitou-o, quando de seu regresso a Londres, procedente de S. Petersburgo (atual Leningrado), portando uma carta do Professor Butlerof.
As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, jovem inglesa nascida em 1856. As materializações do Espírito Katie King, através dessa médium tornaram-se notáveis e abalaram o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a William Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que ele vinha realizando.
São suas as seguintes palavras: Fui à casa do senhor Crookes sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me como em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade. Ela pediu a proteção da esposa de Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois um cavalheiro de nome Volckmann havia-lhe imputado suspeitas de fraude.
No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização parcial do Espírito Katie King, estando presente na sessão a genitora, alguns irmãos da médium e a criada. Após várias sessões, nas quais esse mesmo Espírito se manifestava com incrível regularidade, a senhorita Cook afirmou a Crookes que estava decidida a submeter-se a todo gênero de investigações com o objetivo de destruir alguns resquícios de descrença que o sábio ainda alimentava.
Quando adentrou o terreno das investigações, a preocupação primária de William Crookes era de demonstrar o erro em que incidiam a médium e aqueles que acreditavam piamente em sua mediunidade. Todos aqueles que apoiavam "Sir" William Crookes também esperavam dele a demonstração de fraudes e a proclamação de que tudo aquilo não passava de uma farsa.
Alguns órgãos da imprensa estampavam a notícia de que o grande cientista iria finalmente desmascarar as afirmações dos espíritas sobre a veracidade dos fenômenos, por isso proclamavam: Se homens como Crookes se ocupam do assunto, prontamente saberemos a que nos apegar em tudo aquilo a que essa farsa se refere.
Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das consequências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto.




[1] Personagens do Espiritismo - Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy

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