Cairbar Schutel
Força de Vontade é o amplexo das
energias física e moral, que servem para atingir um fim idealizado pelo
sentimento do encarnado.
Quando se fala em força de
vontade, está se referindo a um esforço de alguém concentrado numa aspiração.
Por que é útil e importante a
força de vontade para a reforma íntima? Sendo esta última um instrumento e, ao
mesmo tempo, uma consequência para o ser humano, é, acima de tudo, um objetivo
a ser alcançado, seja como meio, seja como fim, e, para atingi-lo, somente com
força de vontade.
Não basta a vontade. Seria
insuficiente. É preciso vigor nessa busca, visto que a reforma íntima causa
sofrimento e desequilibra, por fases, o seu praticante.
A força de vontade não é segredo
para ninguém. Todos a praticam diariamente. A novidade está na pessoa
canalizá-la para algo que pode não lhe trazer benefícios aparentes ou
imediatos.
Se há interesse nessa empreitada
é a primeira indagação que deve o âmago do indivíduo responder, antes de
iniciar a prática da reforma íntima, e experimentar um fortalecimento da sua
vontade.
O interesse, nesse sentido, está
ligado ao grau de esclarecimento que possui o ser humano. Espíritos mais
evoluídos tendem à compreensão do mérito da reforma íntima, pois sabem e sentem
ser o caminho para maiores avanços no seu progresso interior. Os menos
esclarecidos levam maior tempo para descobrir o valor inconteste desse
processo, mas não deixarão de perceber sua importância. Questão de vivência.
Havendo, portanto, interesse,
deve cuidar o encarnado de fortalecer a própria vontade, tornando-a mais
determinada a fim de perseguir a sua reforma íntima.
Repetindo, mas não encerrando:
força de vontade todos a têm; a missão do ser em evolução é conseguir
concentrá-la na sua reforma íntima. Para tanto, necessita alterar o seu centro
de interesses, deslocando-o para a modificação do seu âmago, para o seu
aprimoramento pessoal e para a busca do conhecimento e da prática cristãs.
Os maiores obstáculos a essa
transformação de propósitos são o egoísmo e o orgulho arraigados no íntimo da
criatura. Pensando primeiro em si e considerando-se superior ao próximo não
possui um cenário promissor no seu coração, de modo a, racionalmente, aceitar o
processo desgastante da reforma íntima, que primeiramente coloca o ser no seu
devido lugar (planos da igualdade e da fraternidade com seus semelhantes) para
depois instá-lo a modificar-se.
A criatura, no atual estágio da
humanidade, batalha intimamente consigo mesma. Reluta em deixar de ser egoísta
e orgulhosa. Luta realmente vigorosa. Quem já meditou certeiramente sobre esse
conflito interior, sabe.
Duas energias contrapostas lutam
pela vitória, pois auxiliadas pelo amplo espectro de sentimentos positivos e
negativos que compõem o âmago de cada um. Quando prevalecem os bons, progride a
força de vontade que sustenta a reforma íntima; quando os maus, emperra a
modificação cristã, pois fraqueja a força de vontade.
O ideal: fazer prevalecer, sempre, os bons
sentimentos; estes garantem o incremento da força de vontade; esta sustenta a
reforma íntima, que, por sua vez, fundamenta e apoia o progresso do homem
diante da alteração do seu modo de ser, positivamente considerado.
A força de vontade mescla-se com
a fé. Possuindo-as em igual proporção, o encarnado tem condições de deslocar o
seu centro de interesses do egoísmo para a solidariedade; assim fazendo,
aumenta sua força de vontade concentrada na reforma íntima.
Todas essas qualidades (força de
vontade, centro de interesses positivos, solidariedade, fé) pertencem a um
imenso círculo, cujas partes interagem, sustentam-se, trocam e deslocam energia
umas para as outras. É preciso mudar para melhor de todas um pouco. De pouco adianta,
nesse contexto da reforma íntima, a pessoa alterar uma só.
[1] Fundamentos da
Reforma Íntima – Abel Glaser / Cairbar
Schutel (espírito)
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