sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Força de Vontade[1]


 

Cairbar Schutel


Força de Vontade é o amplexo das energias física e moral, que servem para atingir um fim idealizado pelo sentimento do encarnado.
Quando se fala em força de vontade, está se referindo a um esforço de alguém concentrado numa aspiração.
Por que é útil e importante a força de vontade para a reforma íntima? Sendo esta última um instrumento e, ao mesmo tempo, uma consequência para o ser humano, é, acima de tudo, um objetivo a ser alcançado, seja como meio, seja como fim, e, para atingi-lo, somente com força de vontade.
Não basta a vontade. Seria insuficiente. É preciso vigor nessa busca, visto que a reforma íntima causa sofrimento e desequilibra, por fases, o seu praticante.
A força de vontade não é segredo para ninguém. Todos a praticam diariamente. A novidade está na pessoa canalizá-la para algo que pode não lhe trazer benefícios aparentes ou imediatos.
Se há interesse nessa empreitada é a primeira indagação que deve o âmago do indivíduo responder, antes de iniciar a prática da reforma íntima, e experimentar um fortalecimento da sua vontade.
O interesse, nesse sentido, está ligado ao grau de esclarecimento que possui o ser humano. Espíritos mais evoluídos tendem à compreensão do mérito da reforma íntima, pois sabem e sentem ser o caminho para maiores avanços no seu progresso interior. Os menos esclarecidos levam maior tempo para descobrir o valor inconteste desse processo, mas não deixarão de perceber sua importância. Questão de vivência.
Havendo, portanto, interesse, deve cuidar o encarnado de fortalecer a própria vontade, tornando-a mais determinada a fim de perseguir a sua reforma íntima.
Repetindo, mas não encerrando: força de vontade todos a têm; a missão do ser em evolução é conseguir concentrá-la na sua reforma íntima. Para tanto, necessita alterar o seu centro de interesses, deslocando-o para a modificação do seu âmago, para o seu aprimoramento pessoal e para a busca do conhecimento e da prática cristãs.
Os maiores obstáculos a essa transformação de propósitos são o egoísmo e o orgulho arraigados no íntimo da criatura. Pensando primeiro em si e considerando-se superior ao próximo não possui um cenário promissor no seu coração, de modo a, racionalmente, aceitar o processo desgastante da reforma íntima, que primeiramente coloca o ser no seu devido lugar (planos da igualdade e da fraternidade com seus semelhantes) para depois instá-lo a modificar-se.
A criatura, no atual estágio da humanidade, batalha intimamente consigo mesma. Reluta em deixar de ser egoísta e orgulhosa. Luta realmente vigorosa. Quem já meditou certeiramente sobre esse conflito interior, sabe.
Duas energias contrapostas lutam pela vitória, pois auxiliadas pelo amplo espectro de sentimentos positivos e negativos que compõem o âmago de cada um. Quando prevalecem os bons, progride a força de vontade que sustenta a reforma íntima; quando os maus, emperra a modificação cristã, pois fraqueja a força de vontade.
 O ideal: fazer prevalecer, sempre, os bons sentimentos; estes garantem o incremento da força de vontade; esta sustenta a reforma íntima, que, por sua vez, fundamenta e apoia o progresso do homem diante da alteração do seu modo de ser, positivamente considerado.
A força de vontade mescla-se com a fé. Possuindo-as em igual proporção, o encarnado tem condições de deslocar o seu centro de interesses do egoísmo para a solidariedade; assim fazendo, aumenta sua força de vontade concentrada na reforma íntima.
Todas essas qualidades (força de vontade, centro de interesses positivos, solidariedade, fé) pertencem a um imenso círculo, cujas partes interagem, sustentam-se, trocam e deslocam energia umas para as outras. É preciso mudar para melhor de todas um pouco. De pouco adianta, nesse contexto da reforma íntima, a pessoa alterar uma só.




[1] Fundamentos da Reforma Íntima – Abel Glaser / Cairbar Schutel (espírito)

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