Jorge Hessen
Recentemente Maria Rosa Busi,
uma médium italiana, desvendou o enigma do desaparecimento de Chiara Bariffi
ocorrido em 2002, após "ouvi-la". Busi que levou a polícia até o
corpo de uma mulher no fundo do Lago, disse ‒ em depoimento à Justiça de Roma ‒
que uma visão permitiu que ela elucidasse um mistério que já durava quase três
anos. "A médium afirma ter poderes clarividentes, foi contatada pelos pais
da vítima no início deste ano, para tentar descobrir o que havia acontecido com
a filha deles. Eles lhe deram uma fotografia de Chiara, que tinha por volta de
30 anos quando desapareceu, sem deixar notícias nem pistas[2]".
Busi disse no tribunal ter
"captado" os últimos momentos da vida de Bariffi antes que ela caísse
no lago com seu carro, no fim de 2002. E explicou: "Eu fui ao lago e vi o
que aconteceu... Eu a escutei, eu a vi e desenhei um mapa", disse Busi à
Agência Reuters, que divulgou o fato. "Ninguém achou que ela estivesse no
lago. Quando vi a foto, soube que ela tinha morrido", disse Busi.
"Sou clarividente. Posso dizer quando alguém está vivo ou morto[3]".
O caso era para a polícia bastante misterioso, levantou-se a tese até de
homicídio e até suicídio foi colocado como hipótese, já que Chiara estava com
problemas de ordens emocionais. Seus pais tinham sido informados que Chiara
havia saído do país e vivia atualmente na Espanha. Busi se recusou a dizer o
que teria motivado a morte de Chiara. Ela só disse isso à mãe da vítima. Mas
sugeriu que o tempo ruim perto do lago provavelmente desempenhou um papel no
destino de Chiara[4].
Estamos diante de típico fenômeno de psicometria[5]
que a rigor não é faculdade comum em nossos círculos de atividade, uma vez que
só a possuem pessoas dotadas de aguçada sensibilidade psíquica. Nossa atual
condição espiritual, ainda deficitária, não permite esses admiráveis recursos
perceptivos.
O termo psicometria foi criado
em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan. Ele pesquisou e
realizou durante vários anos uma série de experiências, mas somente depois de
algum tempo, observando os efeitos do fluido magnético com pacientes
sonâmbulos, chegou a conclusões cabais. Na definição do livro “Nos Domínios da
Mediunidade” de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier,
psicometria significa registro, apreciação de atividade intelectual.
Entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra designa a faculdade de ler
impressões e recordações ao contato com objetos comuns.
O Espírito Áulus relata que o
pensamento espalha suas próprias emanações em toda parte a que se projeta,
deixando vestígios espirituais onde são arremessados os raios da mente. Como o
animal, que deixa no próprio rastro o odor que lhe é característico,
tornando-se, por esse motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa
do cão. O orientador prossegue dizendo que as marcas da individualidade de cada
um vibram onde se vive e por elas provocam o bem ou o mal naqueles que entram
em contato[6]. No
livro “Mecanismos da Mediunidade”, psicografada por Chico Xavier e Waldo
Vieira, ditada pelo espírito André Luiz, esclarece que a psicometria é a
faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e
lembranças ao contato de objetos e documentos. Cita ainda a importância da
harmonização entre encarnados e descarnados neste tipo de trabalho, caso
contrário pode-se anular a possibilidade de êxito, fugindo dos verdadeiros
propósitos. Acrescenta também que pode ser usada em desaparecimento de uma
pessoa que não deixou pistas. Por intermédio de um objeto pertencente à vítima,
o médium consegue captar a personalidade e fisionomia do proprietário e
reporta-se ao seu desaparecimento, podendo até mesmo descobrir seu desencarne e
o local onde seu corpo se encontra. Isso porque os objetos adquirem um fluido
pessoal humano[7].
Quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E se,
além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja
um livro, uma foto, uma joia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel em
motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente, as noções de posse ou
propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de
tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa. E dessa
forma, em qualquer tempo e lugar, a nossa vida, com méritos e deméritos,
desfilará em todas as suas minúcias ante o «radar» do psicômetra.
Há um extraordinário estudo de
Ernesto Bozzano contido no livro «Enigmas da Psicometria», através de cuja
leitura nos deparamos com impressionantes narrativas, algumas delas abrangendo
até mesmo fases remotas da organização planetária terrestre. Para Bozzano o
processo pelo qual é possível, ao psicômetra, entrar em relação com os fatos
remotos ou próximos, pode ser explicado de duas maneiras principais: uma parte
dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto; outra parte é
recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o
objeto psicometrado estabelece com o médium. Não é importante que o possuidor
esteja encarnado ou desencarnado. O filósofo italiano relata casos que
demonstram haver relação psicométrica entre pessoas vivas, animais, vegetais e
a matéria inanimada, e também casos de fenômenos telestésicos (sensações à
distância)[8]. No
início da década de 1970, o prof. W.H. Tenhaeff da Universidade de Utrechet
pesquisava a mediunidade de Croiset. O jornalista Allan Vaughan acompanhou
Croiset e fez filme sobre o médium em que procurou comprovar sua faculdade
mediúnica para clarividência e psicometria.
Vários pesquisadores psíquicos
acompanharam o médium holandês sem nunca terem constatado nenhuma fraude.
Alguns jornais de sua época que noticiaram seus fenômenos: Daily Express,
Evening Standard, Evening News. O Diário de Notícias, do Rio, de 04 janeiro
1964 noticiou os prodígios realizados pelo médium holandês. O Globo de 21
dezembro de 1963 traz depoimento do inspetor de polícia David von Woudenberg
sobre o assunto. “São muitos casos complexos de pessoas desaparecidas que têm
encontrado soluções nas intervenções dos sensíveis médiuns de psicometria. Daí
anteciparmos uma certeza inalienável, de futuro a psicometria se
consubstanciará em um instrumento valioso para elucidação de casos, porque não
dizer policiais e outros quaisquer que têm desafiado a inteligência humana[9]".
[2] http://www.espacovital.com.br/novo/noticia_ler.php?idnoticia=1370
Psicometria (Grego: psykhé, alma;
metron, medida), é a capacidade de identificar a informação contida nos
objetos, ambientes e pessoas, através da leitura das energias presentes nos
mesmos. Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 2002.
[3] Idem.
[4] Idem.
[5] Psicometria (Grego: psykhé, alma; metron, medida), é a
capacidade de identificar a informação contida nos objetos, ambientes e
pessoas, através da leitura das energias presentes nos mesmos.
[6] Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade,
Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2002.
[7] Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Mecanismos
da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000.
[8] Sobre o tema Camille Flammarion, astrônomo francês, fez
um sério estudo dos fenômenos de telepatia (ou telestesia como preferia
denominar), isto é, "ser advertido, por uma sensação qualquer, de uma
coisa que se passa ao longe".
[9] Hessen, Jorge. Luz na Mente, Brasília: Ed. Edicel,
2000, Cap. Falando de Psicometria, pág. 93.
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