Richard Simonetti
As cenas mais fortes dos filmes
de horror, aquelas de “arrepiar”, mostram, geralmente, urnas funerárias e
cadáveres.
Os cineastas que exploram o medo
mórbido e atávico da criatura humana em relação à morte, para os que cultivam o
insólito prazer de levar sustos, ver-se-ão na contingência de escolher outros
temas, na proporção em que compreendemos que o caixão fúnebre é apenas uma
caixa de madeira forrada de pano e que o cadáver nada mais é que a vestimenta
carnal de alguém que, após o estágio terrestre, regressou ao mundo de origem - o
Plano Espiritual.
Seria ridículo sentir arrepios
ao contemplar um guarda-roupa ou, dentro dele, o traje de um familiar ausente.
No entanto, é exatamente isso que ocorre com muita gente em relação à morte.
Conhecemos pessoas que, sistematicamente, recusam-se comparecer a velórios,
refratárias a contatos com caixões e defuntos, mesmo quando se trate de
familiares, dominadas por indefiníveis temores. Provavelmente têm traumas com
ocorrências trágicas no pretérito.
Para a grande maioria,
entretanto, o problema tem origem na forma inadequada de encarar a grande
transição, principalmente por um defeito de formação na idade infantil.
Lembro de que nos meus verdes
anos, várias vezes fui instado a beijar familiares mortos, o que fazia com
constrangimento, avesso ao contato de meus lábios com a face fria, descorada e
rígida de alguém que eu conhecera pleno de vida, com quem convivera e que agora
se quedava, inerte, solene, sombrio... E me deixava contagiar pelas lágrimas de
desespero e doridas lamentações dos menos comedidos, sedimentando em minha
cabeça a ideia de que a morte é algo de terrível e apavorante, uma infeliz
imagem que somente na idade adulta, com o conhecimento espírita, consegui
superar.
É preciso muito cuidado com as
crianças, habituando-as à concepção de que somos seres espirituais eternos,
usando uma veste de carne que um dia deixaremos, assim como se abandona um
traje desgastado, após determinado tempo de uso.
É dessa forma que o corpo sem
vida deve ser mostrado a uma criança, quando se disponha a vê-lo,
explicando-lhe, em imagens singelas, de acordo com seu entendimento, que o
vovô, a titia, o papai ou qualquer familiar desencarnado, foi morar em outro
lugar, onde terá roupa nova e bem melhor.
Igualmente importante é o
exemplo de serenidade e equilíbrio dos adultos, oferecendo aos pequenos uma
visão mais adequada da morte, situando-a como a separação transitória de alguém
que não morreu. Apenas partiu.
Eu não sei se tenho medo da morte ,penso muito nisso ,acho q tenho medo de sofrer, dar trabalho aos poucos parentes q tenho.Gostaria de dormir aqui e acordar do outro lado.acho q quem morre assim é merecedor 1 premiado.Acho q p ñ sentir medo da morte tem q ter muita fé em Deus e na Espiritualidade.Sei q ninguém escapará dela então ñ adianta ter medo,temos q ter coragem e refletir sobre ela.
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