quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Reencarnação: Ela se completa de fato aos sete anos![1]




A reencarnação segundo a etimologia da palavra significa o ingresso repetido num involucro físico ou carnal.
Então, pode-se dizer que reencarnação é o retorno da alma ou espírito à vida corpórea, num novo corpo físico. Em cada existência temos a oportunidade de ter novas experiências e de progredir com o objetivo de alcançar a perfeição, sendo assim, cada encarnação é um recomeço, uma nova oportunidade de reeducação espiritual.
A reencarnação não é uma criação do espiritismo. É um conhecimento milenar, vinda do oriente e de outras partes do mundo, alguns séculos antes de Jesus Cristo.
Quando o espiritismo trouxe novamente a ideia da reencarnação como um princípio, a reencarnação ganhou espaço dentro da ciência, e hoje temos diversas pesquisas extraordinárias desenvolvidas oficialmente dentro de universidades, por cientistas, anatomistas, sobre o tema, legitimadas com a descoberta científica do campo de vida, que é o responsável pela construção, organização de todo corpo físico.
Este campo de vida também é conhecido com o nome de períspirito, que faz a ligação do espirito ao corpo, e que acontece em regra geral na hora da fecundação. Mas o espirito também pode começar a se ligar antes, durante ou depois da fecundação.
Este é o motivo pelo qual o espiritismo é contra o aborto, pois a partir da ligação do espirito ao corpo, materializa-se o processo de reencarne.
Abortar não é somente um crime perante a lei dos homens e de Deus, mas também negar a oportunidade da reencarnação e, portanto da evolução, pois o espirito perderá a chance de uma nova existência corporal, tendo que esperar para recomeçá-la em outra oportunidade.
A forma do corpo é determinada pela característica hereditária do material genético dos genitores e seus antepassados, mas a construção e a organização do corpo físico são executadas pelo períspirito, que segue a ordem reencarnatória, num automatismo da natureza.
É neste processo de construção do corpo que pode se formar alguma deficiência física, caso exista alguma desarmonia em determinada região do períspirito, causada pelo impacto traumático construído durante a encarnação anterior. Assim sendo, agressões feitas a si mesmo como suicídio, acidentes, excessos de toda ordem, utilizações de drogas, entre outros, marcam o corpo físico com defeitos e doenças que deverão ser superados ao longo da encarnação.
A reencarnação e o inicio na vivencia corporal é composta por varias fases. André Luiz, no livro, Missionários da Luz, nos esclarece que: a reencarnação inicia-se na fecundação e se completa por volta dos sete anos de idade, já que é um processo e, portanto, não possui um ponto limite, uma fronteira a não ser seu início e seu fim. A prova disso é que a memoria extra cerebral, a maior lembrança de criança é até os 7 anos de idade.
Anete Guimarães medica e espírita, comenta em sua palestra sobre reencarnação (https://www.youtube.com/watch?v=lH-lYt0Mf9I), algumas fases de desenvolvimento do espirito e da criança, conforme abaixo:
Inicia-se no mundo espiritual a preparação do espirito que irá encarnar;
Após a fecundação, gravidez e do nascimento teremos o abaixo:
a.       De 0 a 6 meses de vida, o espirito fundamenta o seu “eu” e forma a base da sua personalidade. Neste período ele passa a maior parte do tempo dormindo, pois está se adaptando a sua nova encarnação. Esta fase é fundamental para o seu equilíbrio e se houver algum problema como: violência física, verbal ou rejeição, poderá surgir no futuro transtornos psicológicos de alta gravidade, pois ainda tem a consciência de sua vida adulta anterior e que irá influenciar muito no comportamento emocional do adulto.
b.       Entre 6 meses e 4 anos de vida, o espirito já começa a ter a consciência de sua nova vida atual, desenvolve o reconhecimento das pessoas que vivem ao seu redor. É comum a lembrança de suas experiências passadas e por isso às vezes são vistos como gênios. Eles têm intensa atividade cerebral e multiplicação de neurônios.
c.        De 4 a 7 anos de idade, começam a estabelecer as hierarquias, o julgamento de valores, as preferencias afetivas, a sua personalidade. Por isso é uma fase perfeita para sua educação moral e espiritual.
d.       Aos 7 anos o sistema orgânico (corpo) já está totalmente ligado ao espirito. Nesta fase se houver algum problema psicológico, emocional ou violência física, é considerado de baixa gravidade, pois a personalidade da criança em termos estruturais já estará formada.
Havendo desencarne durante a fase infantil, é importante compreender que a reencarnação e a Justiça Divina estão ligadas a este acontecimento. Não há nenhuma injustiça por se tratar de uma criança.
Dependendo da fase em que ocorre o desencarne, o espírito ao se desligar, vai ao mundo espiritual como adulto ou como criança, conforme abaixo:
a.       Ocorrendo o desencarne na fase de 0 a 4 anos o espírito retorna como adulto, levando consigo a consciência do encarne anterior, pois não perdeu totalmente a sua lucidez.
b.      Se ocorre após os 4 anos, o espirito retorna ao mundo espiritual como criança e completa as fases do seu desenvolvimento no mundo espiritual até retornar a fase da consciência adulta, podendo então prosseguir em sua caminhada rumo a evolução.
Por isso é um equivoco nos preocupamos mais em como falar com uma criança a partir dos 4 anos, quando na verdade deveríamos nos preocupar com ela desde a noticia da gravidez, pois até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para nova existência. Nessa etapa ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações da existência anterior são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer um novo caminho nesta reencarnação.
Para concluir este assunto não podemos deixar de falar da justiça divina perante a reencarnação. Segundo Kardec no livro dos espíritos item 171, todos os Espíritos estão destinados à perfeição, e Deus lhes fornece os meios de alcançá-la pelas provações da vida corporal. Mas, na sua justiça, lhes permite cumprir, em novas existências, o que não puderam fazer, ou acabar, numa existência anterior.
Pensemos! Não estaria de acordo com a igualdade entre todos os seus filhos, nem com a justiça, nem com a bondade de Deus, condenar para sempre os que encontraram no próprio meio em que viveram, obstáculos ao seu melhoramento, independentemente de sua vontade. Se a sorte do homem estivesse irrevogavelmente fixada após a morte, Deus não teria pesado as ações de todos, numa única e mesma balança e não agiria com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem diversas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens que se acham numa condição moral inferior; a única que pode nos explicar o futuro e estabelecer esperança de um futuro melhor, porque nos oferece o meio de resgatar nossos erros por novas experiências educativas.
O homem que tem consciência de sua inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma esperança consoladora. Se acredita na justiça de Deus, não pode esperar achar-se, perante a eternidade, em pé de igualdade, com aqueles que agiram melhor do que ele. Contudo, o pensamento de que essa inferioridade não o exclui para sempre do bem supremo que conquistará mediante novos esforços o sustenta e lhe reanima a coragem.
Quem é que, no término de sua caminhada, não lamenta ter adquirido muito tarde uma experiência que não pode mais aproveitar? Porém, essa experiência tardia não está perdida; tirará proveito dela numa nova vida.

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