Joanna de Ângelis[2]
No fundo das desgraças humanas o
egoísmo sempre aparece como causa essencial.
Urde a agressividade e inspira a
fuga ao dever sob disfarces inescrupulosos com que passa ignorado.
Remanescente das paixões que
predominam em a natureza animal, vige com vigor logrando triunfos de mentira
com que não consegue saciar a sede dos gozos nem organizar o bastião de
segurança em que busca apoio para a sistemática autodefesa.
Examinemo-lo em algumas nuances.
O mentiroso acredita que se
exime à responsabilidade do cometimento que oculta e não raro avança no rumo da
infâmia ou da calúnia logo a oportunidade se lhe faça propícia.
O egoísmo é-lhe o nefando
inspirador.
O perseguidor crê-se amparado
pela necessidade do desforço justo ou que procura justificar, transformando-se
em implacável algoz.
O egoísmo sustenta-o na empresa
inditosa.
O sensualista perverte o
próximo, desrespeitando a honestidade das vítimas que lhe caem nas armadilhas.
O egoísmo absorvente emula-o ao
desar contínuo. O avaro amealha com sofreguidão cobrando à sociedade um tributo
absurdo, devorando os bens alheios e permitindo-se devorar pela sandice. O
egoísmo faz-se-lhe a força que o propele na infeliz tarefa.
O assaltante de qualquer
denominação apropria indebitamente utilizando-se subrepticiamente da astúcia,
da temeridade, do cinismo, da loucura.
O egoísmo domina-o feroz.
O misantropo arroga-se direitos
na infelicidade que se impõe e exerce enérgico domínio em torno dos próprios
passos com que não amaina a melancolia em que se compraz.
O egoísmo concita-o à lamentável
situação.
O vício de qualquer tipo
exercendo dominação sobre o homem, sem facultar a outrem qualquer ensancha de
prazer.
Crê-se merecedor de tudo e a si
mesmo se concede somente direitos e permissividades.
Morbo pestilencial, no entanto
consome aquele que o agasalha e o vitaliza.
Destrói em volta, sem embargo aniquila-se.
O conhecimento da vida
espiritual constitui o antídoto eficaz a tão violento quão generalizado mal: o egoísmo.
Descarta-te de excessos e,
disposto a vencê-lo, distribui o que te seja também necessário.
Não é uma conclamação à
imprevidência, tampouco apoio à avareza.
Imprescindível combater por
todos os modos possíveis esse adversário que se assenhoreia da alma e lhe
estrangula as possibilidades de libertação.
Ama e espraia-te.
Desculpa e cresce na
fraternidade.
Serve e desdobra a esperança.
Ora e dilata os valores da
iluminação espiritual, clarificando mentes e corações no propósito excelente de
vencer em definitivo esse verdugo que tem sido a matriz de todos os males que
pesam na economia moral, social e espiritual da Humanidade.
[2] Leis Morais da
Vida - Psicografia de Divaldo P. Franco
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