Orson Peter Carrara
Esta talvez seja a mais nova ciência dos
homens. Usada diariamente, com mais intensidade nestes tempos de dificuldades
maiores, está presente em todos os lugares, famílias, grupos e cidades... Sim,
é a ciência do "acho que..." É, isso mesmo, eu acho que:
a.
isto deveria ser feito assim,
b.
poderíamos fazer isso,
c.
isto ficaria melhor aqui,
d.
isto ficaria mais bonito se...,
e.
assim funcionaria melhor,
f.
falta isso para melhorar,
g.
alguém poderia tomar a iniciativa de... etc.,
etc..
Na verdade todo mundo acha, mas
poucos tomam a iniciativa de... Poucos são os que se expõem, muitos têm o medo
de se comprometerem, outros se escondem na suposta incapacidade ou timidez e
muitos acabam achando que os outros é que deveriam fazer o que precisa ser
feito...
Nesta avalanche do eu acho que,
surgem as críticas a governantes, autoridades e as sempre presentes pedradas em
quem faz, pois quem faz se expõe, está a frente e como todo mundo está sujeito
a erros e também pode errar, aí fica como fácil alvo daqueles que criticam e
nunca agem. Mas, pensando como o consagrado Prof. Marins: “... erre, mas pelo
amor de Deus, faça!..."
Mas esta é a questão: todo mundo
espera que alguém faça algo para melhorar a situação de dificuldades, acha que
poderia ser desta ou doutra forma, mas permanecemos todos na acomodação, até
indiferença, esperando que as coisas caiam do Céu e esquecendo o acerto da
canção popular que diz que quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Estas considerações todas também
podem ser levadas para o Centro Espírita, o Movimento Espírita ou no
relacionamento entre os espíritas. Existe muita gente achando que, enquanto o
tempo passa, as coisas deixam de acontecer, perdemos tempo adiando dias
melhores... Veja alguns exemplos:
a.
Acho que poderíamos convidar fulano para falar
outra vez. Foi tão boa aquela palestra...;
b.
Acho que fulano poderia hospedar aquele orador.
É uma noite só;
c.
Acho que podemos preparar um lanche para as
crianças;
d.
Acho que se trocássemos as cadeiras do Centro,
ficaria melhor... estas estão velhas;
e.
Acho que se alugássemos uma Van para ir assistir
aquela palestra na outra cidade;
f.
Acho que os estudos ficariam melhor se fossem às
20 horas...;
g.
Acho que se fulano fosse o Presidente, seria
melhor...;
h.
Acho que podemos organizar uma festinha para os
assistidos...;
i.
Ah, mas eu acho que se pintasse de amarelo
ficaria melhor;
j.
Mas, eu acho que uma Noite da Pizza resolveria
nossa questão de caixa.
O fato é que precisamos agir.
Está à nossa espera a iniciativa, a decisão, o primeiro passo a ser seguido da
perseverança. Há muito o que fazer no Centro, no Movimento. Interessemo-nos,
saindo da inércia e da acomodação. Mesmo errando, mas deixando tanto de achar
que...
[1] Jornal Mundo Espírita – 07/2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário