Manoel Philomeno de Miranda[2]
Numa análise profunda em torno
da problemática saúde/doença, pode-se afirmar que sempre o enfermo é o
Espírito, em face dos seus compromissos em relação à vida.
Os sofrimentos que se derivam
das enfermidades fazem parte da programática evolutiva do ser, que deles
necessita, a fim de melhor ponderar em relação aos compromissos existenciais,
nem sempre respeitados, invariavelmente relegados a plano secundário.
Nessa ocorrência, a da
enfermidade, também incluem-se os fenômenos obsessivos, que podem
responsabilizar-se por algumas delas, dando-lhes origem ou piorando-lhes o
quadro em decorrência das afinidades existentes entre o paciente e o espírito
agressor.
Vinculados pela carga emocional
débito/demérito, a influência do Espírito desencarnado em relação ao encarnado,
consequência de gravames praticados anteriormente, podendo também ser efeito da
existência atual, tornando-se insistente presença no perispírito do seu antagonista,
as contínuas cargas de energia morbosa que exterioriza terminam por
desorganizar-lhe os equipamentos fisiológicos, facultando o surgimento das
doenças de vária ordem.
Por outro lado, debilitando-se o
indivíduo por efeito de alguma desordem orgânica, torna-se presa fácil dos
inimigos que o sitiam, sofrendo-lhes as energias fluídicas perniciosas que lhe
pioram o quadro na área da saúde, tornando-a mais difícil de ser recuperada.
Invariavelmente, portanto, em
todos os processos enfermiços que alcançam a criatura humana encontram-se
presentes influências espirituais perniciosas, tendo-se em vista a necessidade
do paciente resgatar equívocos defluentes da conduta infeliz nas experiências
passadas.
A Lei das afinidades
espirituais, resultantes do estágio de evolução moral dos espíritos em relação
a si mesmos e ao próximo, trabalha em favor do equilíbrio cósmico no indivíduo,
estabelecendo que, onde se encontra o endividado aí se faz presente o cobrador,
porque ninguém pode desconsiderar os estatutos morais que vigem no universo sem
sofrer-lhes os efeitos, de acordo com o tipo de agressão praticada.
É desse modo que a consciência
culpada, esteja consciente ou não do crime praticado, elabora mecanismos
punitivos autorreparadores, criando situações emocionais próprias aos conflitos
e, noutras vezes, descarregando a culpa nas telas delicadas da organização
cerebral, que as transfere para o sistema nervoso central, é direcionada para o
sistema endócrino e, por fim, para o imunológico, desestabilizando-o...
Se compreendessem que vivem num
mundo de intercâmbio de mentes e de ondas, de vibrações e de energias de toda
procedência, melhor precatar-se-iam as criaturas humanas das intoxicações
espirituais Na sublime lição de Jesus, quando sugeriu: "Buscai primeiro o
reino de Deus e sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado",
encontra-se a saudável advertência para o cultivo dos pensamentos superiores,
venenosas, pelo cultivar dos pensamentos saudáveis, geradores de campos
psíquicos harmônicos, que se tornariam defesas naturais em relação às
influências tormentosas, evitando a construção ideológica de enfermidades, de
desconcertos, de distúrbios da emoção.
A constância mental em torno dos
valores elevados é de relevante significado, porquanto, além de beneficiar aquele
que a mantém, espraia-se em volta, beneficiando todos aqueles que se lhe
acercam em qualquer um dos planos da vida.
Quando alguém se aproxima de um
pântano ou de um jardim, desejando-o ou não, aspira o odor característico e,
ali, demorando-se, impregna-se da sua exteriorização.
No que diz respeito às ondas
mentais, ao clima psíquico, a ocorrência é idêntica, propiciando cuidados em
relação ao que se pensa, ao que se aspira, à forma como cada qual se comporta.
[2] Psicografia de Divaldo Franco
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