Certos homens vivem visualizando
o seu próprio destino, colocando a própria imagem nos caminhos dos deuses,
unificando seus desejos para se tornarem um deus. Estes homens estão
certificados dos poderes da Divindade, da sua existência e do seu comando sobre
todas as coisas, mas partem do princípio errôneo de que poderão algum dia, no
tempo que se chama eternidade, ser um Deus, como, e certamente, o Senhor a quem
eles respeitam e obedecem. É tempo que se perde, é cogitação vestida de sonhos
irrealizáveis.
No quadro em que se encontra a
humanidade, diante das suas necessidades mais prementes, o dever de cada
criatura deveria ser o cultivo das virtudes assinaladas pelo Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo que, mesmo com a sua gradação espiritual elevada, gastará
séculos incontáveis para harmonizar o planeta com as leis do Amor, virtudes
essas que são reflexos dos atributos de Deus, recolhidas por Jesus pela sua
sapiência, na universalidade iluminada dos céus, e entregue aos homens pela sua
presença e vivência daquilo que ensinou pela misericórdia divina, o que não
deixa de ser a materialização do Amor na Terra.
Apoiamos e incentivamos a
visualização dos poderes espirituais, na escala que iremos mencionar: a alegria
nos nossos caminhos, o perdão junto aos que nos ofendem e caluniam, o trabalho
na altura das nossas forças, a dignidade na altura dos nossos conhecimentos, a
fé que comporta os nossos corações, a caridade bem situada e o amor bem
compreendido. Eis o princípio da escala que deverão percorrer as nossas
visualizações. Mas, nos compararmos com a Divindade é dar vazão ao orgulho e
voar com as falsas asas da vaidade. Mais ainda, estaremos indo de encontro às
próprias leis que nos regulam o porte espiritual. É a mesma coisa que
pretendermos apagar o brilho de uma estrela com os dois dedos que costumamos
segurar um palito de fósforo.
Ganhemos tempo! Estamos na era
da Luz; busquemo-la em todas as direções para que aquela que o Senhor colocou
dentro de nós se acenda em todo o seu esplendor, nos libertando das trevas da
ignorância! O pretensioso, quando prepotente, atrofia suas próprias forças e
deixa de alcançar no tempo o que deveria: a liberdade de compreender a verdade
e viver o ambiente de paz da sua consciência. Sejamos humildes em todos os
entendimentos, respeitosos ante as ajudas para conosco, bons na frente dos que
carecem de carinho e justos com quem caminha conosco, porque aquele que
aprimora a si mesmo não tem tempo para devaneios e granjeia amigos por onde
passa, encontrando amor por onde manifesta seus elevados interesses.
Se os homens desejarem ser parte
de Deus, como nos informa “O Livro dos
Espíritos”, na resposta número quinze, não é muito melhor nos sentirmos
sendo os seus filhos? Nunca faltaram, em tempo algum, as respostas às perguntas
que formulamos ao Criador. Elas vêm por muitos meios e cada vez que o tempo
passa, o intercâmbio se aperfeiçoa, nos colocando com mais segurança a saber da
verdade no seu fulgor mais apurado. Quantos livros não existem na Terra, respondendo
perguntas de toda a natureza?
Basta procurarmos para
encontrarmos. Quantos homens dotados de certos poderes, que estão capacitados
para responder sobre variados assuntos sobre as coisas do Espírito? Hoje, só
não aprende quem não quer. Começa pensando, prossegue orando e avança para o
encontro da verdade que ela te aparecerá com os braços abertos para te
libertar. Visualiza a Verdade e o Mestre, que Ele te instruirá dentro das tuas
necessidades de viver melhor, no ângulo em que podes viver bem.
[2] Psicografia de João Nunes Maia
Nenhum comentário:
Postar um comentário