sábado, 9 de abril de 2016

Advertência Fraternal[1]



Alencar [2]


O desejo de servir com amor na área da mediunidade com Jesus é louvável, pois, na atualidade, identificamos vários médiuns portadores de faculdades autênticas, que se entregam com devotamento ao labor de compartilhar os ensinamentos morais com a Humanidade, embora recebam críticas ácidas e censuras atrozes de irmãos que se dizem espíritas.
Alguns críticos polêmicos, detentores de dotes intelectuais e portadores dos conhecimentos espíritas, colocam-se na pressuposta posição de “Professores de Espiritismo”, mas, estão sempre censurando seus irmãos de jornada, que servem com amorosidade nos caminhos da autenticidade e do altruísmo, sem qualquer outro interesse a não ser colaborar com os Mensageiros do Amor, para que outros despertem para a impostergável necessidade da Reforma Íntima.
Estes a quem me refiro, que estão posicionados no palco da vida terrena, como críticos e censores dos labores alheios, na prática de causar controvérsias, particularmente no campo mediúnico, deveriam primeiramente fazer uma autoanálise para verificarem se realmente são detentores de autoridade moral e integridade ética para procederem como julgadores polêmicos na Seara Espírita.
Deveriam proceder como o bom samaritano da parábola apresentada por Jesus, soerguendo os caídos que estão na beira da estrada evolutiva, ajudando-os para que se restabeleçam na saúde integral, conforme está documentado no Evangelho, utilizando-se da caridade moral e da humildade sábia.
Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor ao próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade, considerando-a como condição única para a paz espiritual e a felicidade, como está registrado no Evangelho segundo o Espiritismo.
Atualmente, no Movimento Espírita, identificamos alguns irmãos que se colocam na postura de “restauradores da Verdade”, tendo a ousadia e o atrevimento de “atualizarem Allan Kardec”, como se fossem detentores de competência moral para corrigirem o “bom senso encarnado”, “vaso escolhido” pelo Mestre dos mestres para trazer a este Orbe Terra a essência da mensagem Libertadora.
Ao invés de concentrarem suas atenções nos trabalhos de esclarecimento ético da Humanidade, julgam-se possuidores de elevados níveis morais para julgarem os semelhantes, exercitando novamente o desejo incontido e incontrolável de continuarem a dominar mentes outras, como o fizeram no passado religioso, por acharem-se superiores moralmente aos irmãos de caminhada evolutiva.
Não suportam aqueles seareiros mediúnicos que, através de escritos psicográficos nos campos do Bem, tocam nas feridas morais que os maceram dolorosamente e, em retaliação, como críticos que são desde remotas eras, utilizam-se de suas imperfeições éticas como mecanismos de fuga de suas baixas autoestimas, acreditando que atacando os companheiros de lide espírita, gerando polêmicas, desgastes, controvérsias, solucionam os problemas íntimos que os vergastam e que os colocam sob as rédeas de técnicos das Organizações das Sombras, especializados em obsessões.
Temos, às vezes, necessidade de nos referirmos a esses pontos vulneráveis do caráter de nossos irmãos que se julgam “donos da verdade”, porque, na realidade, precisam fazer uma pausa em suas estratégias polêmicas para diminuírem “o desejo de aparecer na mídia” e refazerem o caminho de volta aos trilhos da humildade íntima e da caridade moral.
A caridade, isto é, a vivência do amor, foi colocada por Jesus como condição essencial para alcançarmos a salvação, claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
A humildade, sendo o caminho para a aquisição da Sabedoria, conforme Léon Denis ensinou, faz com que os aspirantes à Verdade não se percam na vilegiatura terrena, desperdiçando o precioso tempo com críticas e censuras polêmicas ao próximo, quando poderiam empregá-lo para ampliar a divulgação dos incontestáveis exemplos e sublimes ensinamentos universais do Mestre inigualável.
Observamos, infelizmente, que alguns irmãos que se rotulam de Espíritas, ainda não compreenderam que o “verdadeiro espírita é aquele que procura ser hoje melhor do que foi ontem, para ser amanhã melhor do que tem sido hoje” e por essa razão não se prontificam a corrigirem suas mazelas e imperfeições morais.
Reflitamos, portanto, que a postura de críticos e censores da vida alheia, não coaduna com a essência dos ensinamentos do Codificador da venerandíssima Doutrina dos Espíritos.
Há muito material didático à disposição daqueles que realmente desejam efetuar a Reforma Íntima; há inúmeras oportunidades que a vida cotidiana oferece para se colocar em prática os ensinamentos das virtudes que o Cristo exemplificou; há muita dor e sofrimento aguardando serem minorados por aqueles que são verdadeiramente Espíritas na íntegra acepção do termo.
Então, por que insistirmos em rotular de “reformistas” e “moralistas” aqueles que estão a serviço do Amor, quando nos falam ternamente a respeito de nossas imperfeições morais que precisamos corrigir sem tergiversações? Por que teimarmos em perceber o cisco no olho do irmão, quando não enxergamos a trave em nossos olhos? Por que julgarmos, se o mestre Galileu nos recomendou “não julgueis para não sermos julgados” e “nem medirmos os demais pelas nossas inferioridades morais”?
Meditemos nesses tipos de procedimentos desonrosos, intriga, intolerância, mentira, injúria, que alguns irmãos na Seara Espírita estão se permitindo, quando deveriam efetuar um autoexame consciencial para verificarem se já possuem dignidade ética e autoridade moral para utilizarem-se dos meios midiáticos com o objetivo de caluniar e difamar, acreditando que podem se destacar e ficarem em evidência no Movimento Espírita utilizando desses ignóbeis recursos da mediocridade.
Alguns aproveitam-se citando cargos que ocuparam ou ocupam nas Sociedades Espíritas satisfazendo ao orgulho desmedido, à presunção e à vaidade exacerbadas, identificando-se como “Instrutores Morais da Humanidade”, quando, na realidade são necessitados morais, portadores de enfermidades da alma em estágios avançados, sob o domínio de obsessores perigosos que os utilizam para gerarem dissenções no Movimento Espírita.
A humildade, repetimos, é condição expressa apresentada por Jesus para construirmos o Reino dos Céus na intimidade de nossa alma.
Ensina Emmanuel: “Já se disse que duas asas conduzirão o Espírito humano à presença de Deus. Uma chama-se amor; a outra, sabedoria. Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço ao semelhante, a criatura se ilumina e aformoseia por dentro, emitindo em favor dos outros o reflexo de suas virtudes; e pela sabedoria, que começa na aquisição do conhecimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso, que lhes comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo-a ao alto. Através do amor, valorizamo-nos para a vida. Através da sabedoria, somos pela vida valorizados”.
É difícil examinar a Verdade quando ainda somos portadores de muitas imperfeições da alma, pois, o orgulho venda-nos com uma tarja negra o discernimento; quando algumas verdades nos incomodam profundamente podemos ter a certeza da inadiável necessidade de corrigirmos as distorções conceituais, pois o telecomando das trevas exploram estas fragilidades éticas com habilidade e tremenda sagacidade.
A humildade sincera para reconhecermos esses desvios comportamentais acima citados e a caridade moral são virtudes fundamentais para nos tornarmos “Homens de Bem”, em um Planeta de Provas e Expiações em trânsito para Regeneração.
De que adianta censurar os demais companheiros da vilegiatura carnal, particularmente na Seara Espírita, se não temos a decência moral de corrigirmos urgentemente as nódoas éticas que nos identificam perante os olhares daqueles que já aprenderam a amar e solicitam-nos carinhosa e amorosamente uma revisão de atitudes comportamentais?
Assim, meus irmãos, façamos uma trégua para com aqueles aos quais estamos direcionando petardos mentais venenosos; aos que estão se esforçando para desenvolverem humildade; àqueles que estão recebendo as nossas flechadas pontiagudas com total ausência de caridade, enfim, as estocadas profundas, os projéteis mentais com auto poder destrutivo para desmotivá-los, sob argumentações indignas de Espíritas que se dizem a serviço do Mestre Jesus.
Recordemos: toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.
Busquemos retornar aos caminhos da humildade, da lealdade, da sinceridade e da caridade moral, pois essa é a trilha que nos conduzirá aos altiplanos divinos.


[2] Página recebida, via psicografia, por Renato Mautoni, na noite de 05 de abril de 2016, no Instituto Espírita Léon Denis, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

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