quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ANTE OBSEDIADOS (Joanna de Ângelis)[1]


 
Ana Maria Teodoro Massuci – 05/02/2016


As imperfeições morais do homem constituem-lhe, ao longo da existência física, o calvário através do qual se depura.
São elas que respondem pelas suas atuais aflições, porque procedem do passado,  quando fracassou, e persistem por falta de valor e decisão do Espírito comprometido, que ainda não  se resolveu por superá-las.
Graças a sua presença, que se constitui em brecha larga, penetram os Espíritos  infelizes que se afinam com o endividado e produzem os variados processos de obsessão.
Enfermidade grave que grassa com larga margem de contaminação, encontra receptividade no  psiquismo dos homens descuidados, que lhe tombam nas malhas de complexa e difícil libertação.
Toda a complexidade reside no fato de que os envolvidos na trama que ora os reúne outra vez, são  semelhantes moralmente, exigindo da vítima humana um esforço que esta quase nunca se dispõe a  realizar.
A dificuldade se estabelece, na cura, em razão do denodo com que se deve aplicar o homem pela  própria transformação moral, sem a qual o fenômeno obsessivo se alonga até as consequências mais  lamentáveis.
O que para as demais criaturas passa despercebido, no capítulo das imperfeições morais, os Espíritos perturbadores e enfermos identificam, em razão da afinidade que se estabelece  naturalmente entre os primeiros e eles.
Sem que se opere a real mudança de comportamento moral do enfermo espiritualmente, todo o  esforço que os outros apliquem a seu favor, será um paliativo ou de resultado nulo.
A diagnose da obsessão é fácil. O seu tratamento é mais difícil.
Não somente se faz necessário esclarecer o perseguidor que se encontra semilouco, senão educar  aquele que lhe sofre a pressão, a fim de que se rompam os vínculos que os imanam.
A prece sincera acalma a situação, no entanto, só a renovação intima do paciente, interrompe a  constrição danosa.
A fluidoterapia afasta temporariamente o agente da perturbação, entretanto, somente a elevação  moral do obsidiado equaciona o problema.
Há casos em que o hospedeiro mental da obsessão, pela gravidade do cometimento, não pode agir por vontade própria; apesar disso, aos primeiros sinais de melhora, resultante do auxílio que recebe,  soa-lhe o momento de realizar a sua parte, que é sempre a mais importante.
Há obsessão porque existe conta a ajustar. O cobrador, que é infeliz, amargura o devedor, que se  nega ao resgate do compromisso.
Não produzindo no bem o suficiente para anular o mal que praticou, tomba, irremissivelmente, nesse  mal em que se compraz, tornando-se vítima da própria incúria, portanto, da obsessão.
 Diante de pessoas portadoras de obsessão, tem bondade e paciência para com elas, mas, não as  iludas com promessas de curas sem esforço e sem sacrifício pessoal.
Esclarece o desencarnado para que renuncie à pugna, todavia, educa o doente para que mude de atitude mental e situação moral, sem as quais serão baldados quaisquer esforços.
 Mesmo Jesus quando curava qualquer enfermo, recomendava que o mesmo não voltasse a pecar, a fim de que não lhe acontecesse algo pior, ensinando que só a libertação das imperfeições morais dá  ao homem a paz e a saúde integral.

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