Antônio Carlos Navarro –
02/02/2016
As notícias referentes à
incidência da Microcefalia em nascituros estão, atualmente, presentes em todos
os meios de comunicações, expondo uma situação preocupante e comovedora.
Segundo a Ciência “A
Microcefalia (do grego mikrós,
pequeno + kephalé, cabeça) é uma
condição neurológica em que o tamanho da cabeça e/ou seu perímetro cefálico
occipito-frontal é dois ou mais desvios padrão abaixo da média para a idade e
sexo. Também chamada de Nanocefalia, diferenciam-se diversas formas de
manifestações clínicas e etiologias. A microcefalia verdadeira pode ser
familiar e não necessariamente associada ao retardo mental.
Pode ser provocada pela
exposição a substâncias nocivas durante o desenvolvimento fetal, tais como consumo abusivo de álcool e/ou exposição a drogas como aminopterina,
metil-mercúrio, cocaína e heroína durante a gravidez, ou estar associada
com problemas ou síndromes genéticas
hereditárias, como Diabetes materna
mal controlada; Hipotireoidismo materno; Insuficiência placentária e outros
fatores associados à restrição do crescimento fetal e pré-eclâmpsia; Anomalias
genéticas; Exposição à radiação de bombas atômicas; Infecções durante a
gravidez, especialmente rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose e vírus Zika,
também por causas pós-natais[2]”.
Como não há efeito sem causa, é
preciso admitir, por isso mesmo e necessariamente, a existência de Deus, que é
“a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas[3]·,
consequentemente estaremos sempre subordinados à perfeição da justiça e bondade
divinas, que só permitem acontecimentos que o espírito tenha necessidade de
vivenciar.
Como o nascituro não teve
possibilidade de dar causa ao efeito de que é portador enquanto foi gerado, a
causa só pode estar nas suas vidas pregressas.
O Senhor Jesus, após curar o
paralítico no Tanque de Betesda, orientou o recém-curado “… não voltes a pecar,
para que não te aconteça coisa pior” [4]
deixando claro para todos nós a existência do vínculo entre o erro e sua
repercussão no corpo físico.
Allan Kardec fez aos Espíritos
Superiores encarregados de implantar o Consolador prometido pelo Senhor Jesus
na Terra[5]·,
os seguintes questionamentos acerca do retorno do espírito ao mundo físico:
Na espiritualidade, antes de
começar uma nova existência corporal, o Espírito tem consciência e previsão das
coisas que acontecerão durante sua vida? – Ele mesmo escolhe o gênero de provas
que quer passar. Nisso consiste seu livre-arbítrio[6].
Então não é Deus que impõe os
sofrimentos da vida como castigo? – Nada acontece sem a permissão de Deus, que
estabeleceu todas as leis que regem o universo. Perguntareis, então, por que
Ele fez esta lei em vez daquela. Ao dar ao Espírito a liberdade de escolha,
deixa-lhe toda a responsabilidade de seus atos e de suas consequências, nada
impede seu futuro; o caminho do bem está à frente dele, assim como o do mal.
Mas, se fracassa, resta-lhe uma consolação: nem tudo está acabado para ele.
Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar, reparando o que fez de mal[7].
O Benfeitor Espiritual André
Luiz nos esclarece, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, que “a célula
masculina que atinge o óvulo em primeiro lugar, para fecundá-lo, não é a mais
apta em sentido de «superioridade», mas em sentido de «sintonia magnética», em
todos os casos de fecundação para o mundo das formas “[8]·,
e o também Benfeitor Espiritual Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia
de Divaldo Pereira Franco acrescenta: “Ao reencarnar-se o Espírito, o seu
perispírito imprimi no futuro programa genético do ser os requisitos
depurativos que lhe são indispensáveis ao crescimento interior e à reparação
dos gravames praticados. Os genes registram o desconcerto vibratório produzido
pelas ações incorretas no futuro reencarnante, passando a constituir-se um
campo no qual se apresentarão os distúrbios do futuro quimismo cerebral.” [9]·,
Na monumental obra mediúnica
Evolução em Dois Mundos, também de Francisco Cândido Xavier, o Benfeitor André
Luiz responde ao questionamento:
A invasão microbiana está
vinculada a causas espirituais? — Excetuados os quadros infecciosos pelos quais
se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por
nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas
vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo
perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos
que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na
harmonia celular.
Verificada a disfunção, toda a
zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual
praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases
necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo muitas vezes, em
devedor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a
expansão.
É que, geralmente, quase todos
eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição
enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas
forças mentais a gerarem rupturas ou soluções de continuidade nos pontos de
interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o
assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados pela natureza
de nossas contas cármicas.
Amparo aos outros cria amparo a
nós próprios, motivo por que os princípios de Jesus, desterrando de nós
animalidade e orgulho, vaidade e cobiça crueldade e avareza, e exortando-nos à
simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão
incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa
vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na autodefensiva contra todos
os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as
possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus[10].
De posse destes esclarecimentos
restam, entre outras coisas, algumas obrigações naturais ao espírito encarnado:
– Sanear o meio ambiente para se
evitar criadouros dos vetores transmissores;
– Desenvolver, no campo da
ciência, vacinas e medicações e tratamentos para alívio dos sofrimentos físicos
e morais dos acometidos pelas enfermidades;
– Desenvolver a resignação e a
obediência diante dos fatos impostos pela Lei Divina;
– Comportar-se retamente segundo
as orientações contidas no evangelho do Senhor Jesus, trabalhando as
imperfeições da alma no sentido de erradicá-las, aplicando-se na implantação do
sentimento de compaixão por aqueles que sofrem, tratando-os e ajudando-os como
quereríamos ser tratados e ajudados se estivéssemos nas mesmas condições. Isso
evita expiações reparadoras.
Pensemos nisso.
[3] O Livro dos Espíritos, item n. 1.
[4] João 5:14
[5] João 14:26
[6] O Livro dos Espíritos, item 258.
[7] O Livro dos Espíritos, item 258a.
[8] Missionários da Luz, Cap. “Proteção”.
[9] Tormentos da Obsessão, Cap. “Distúrbio Depressivo”.
[10] Evolução
em Dois Mundos, Cap. 40 – “Invasão microbiana”.
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