Antônio Carlos Navarro[2]
– 29/12/2015
O trabalho mediúnico é, entre
outras coisas, surpreendente.
Certa feita, em uma sessão
mediúnica destinada à orientação de espíritos desencarnados, fomos
surpreendidos com o desenrolar de uma das conversações estabelecidas.
Anteriormente, havíamos sido
procurados por uma pessoa, que relatava estar sendo vítima de determinada
influência espiritual menos feliz, e isso a incomodava muito.
Percebia-se, a “vítima”, sempre
acompanhada mesmo quando sozinha e, corriqueiramente, sentia-se invadida por
determinadas angústias inexplicáveis.
Direcionada ao tratamento
fluído-terápico e ao fortalecimento da fé e da confiança por meio da prece, da
leitura edificante e do esclarecimento proporcionado pelas palestras públicas,
teve seu nome inserido nos círculos de oração do Centro Espírita.
Passadas algumas sessões
mediúnicas, um determinado Espírito se fez presente, apresentando através de
suas informações, relação com a condição daquela pessoa. De imediato, o médium
orientador buscou envolvê-lo, respeitosamente, no sentido de rever seus
posicionamentos, valores e atitudes, e ver que aquela situação não lhe permitia
dar continuidade ao seu progresso no plano espiritual, e isso lhe traria muitos
prejuízos, além do prejuízo causado ao encarnado, do qual seria responsável em
parte.
Foi quando o Espírito
comunicante exclamou:
– Eu quero seguir minha vida,
mas é ela que não me deixa!
E acrescentou:
– Já estou saturado dessa
situação, mas o vínculo que foi criado entre eu e esta pessoa deverá ser
rompido por nós dois, e eu já fiz a minha parte, mas ela ainda insiste em
manter os mesmos hábitos, e estes me “chamam” para junto dela em função de
termos estabelecidos essa sintonia conjuntamente.
Orientado ao fortalecimento de
sua própria vontade e a orar com sinceridade, para livrar-se daquela situação,
também foi informado a ele que a sua presença ali significava que já estava
sendo amparado pelos Espíritos Socorristas.
Ao analisarmos, para
aprendizado, o ocorrido, de imediato nos lembramos de algumas questões de O
Livro dos Espíritos, como segue:
Questão 467[3] – Pode o homem se libertar da influência
dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
– Sim, porque apenas
se ligam àqueles que os solicitam por
seus desejos ou os atraem pelos seus
pensamentos.
Evidencia-se, com a resposta dos Espíritos Superiores que
nossas companhias espirituais dependem de nossos desejos, e se estes forem no
sentido da satisfação de viciação física, atrairemos espíritos que portam os
mesmos vícios, mas também os atrairemos pela viciação mental resultante de
nossos pensamentos negativos; porém, sempre será possível revertermos a
situação, desde que assumamos novos hábitos, mentais e comportamentais, em
relação às viciações causadas pelas paixões humanas, como nos esclarece O Livro dos Espíritos:
Questão 469 – Como se
pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?
– Fazendo o bem e colocando toda a confiança
em Deus, repelis a influência dos
Espíritos inferiores e anulais o domínio que querem ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos
que vos inspiram maus pensamentos, sopram a discórdia e excitam todas as más
paixões. Desconfiai, especialmente, daqueles que exaltam o vosso orgulho,
porque vos conquistam pela fraqueza. Eis por que Jesus nos ensinou a dizer na
oração dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do
mal!”.
Vai-te e não peques mais, orientou o Senhor Jesus[4],
como solução para todos os nossos sofrimentos, ou seja, é preciso mudar, mas
mudar a nós mesmos.
Querer livrar-se da influência
ou perseguição dos espíritos através de um afastamento unilateral, acusando-os
dos males que nos acometem é infantilidade espiritual, e não trará resultados
favoráveis a nós outros.
Aquele Espírito saturou-se
diante da situação e passou a desejar a liberdade, mas como era partícipe do
conluio estabelecido, dependia também do encarnado, até o momento em que sua
vontade de mudar tornou-se convincente a ponto de chamar a atenção dos
Espíritos Socorristas, que representam a Misericórdia Divina, e que sem demora
o socorreram.
E nós, o que temos feito para
nos livrarmos de nossas viciações, sejam físicas ou mentais, para pleitearmos
liberdade em relação aos espíritos inferiores?
Pensemos nisso.
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