Robert Lanza
Para grande parte dos cientistas a ideia de vida após a morte pode
parecer algo absurdo, místico e extremamente improvável. No entanto, uma
parcela de cientistas, recentemente, procuram se apoiar em conceitos da física
quântica, para demonstrar uma possível existência da vida após a morte
biológica. Na lista se encontra Robert Lanza, médico e fundador do
Biocentrismo, que coloca a consciência como fundamental e criadora do universo
– ao contrário da ideia clássica, onde o universo cria a vida.
Para Robert Lanza a ciência tem evidências da existência da alma - que
seria uma parte da nossa mente.
Formação e Recepção Científica
Lanza, pelo menos antes de lançar a sua teoria apelidada de
Biocentrismo (2007), participou de diversas pesquisas da abordagem tradicional
da ciência, incluindo pesquisas em Psicologia, da linha behaviorista
(juntamente com Skinner), com diversos artigos publicados na Science, uma das
principais revistas da ciência tradicional. Além da Psicologia, Lanza realizou
pesquisas na área da Biologia, de células-tronco, com o intuito de curar certos
tipos de cegueira. No entanto, em 2007, o cientista propôs a ideia de
Biocentrismo na revista literária The American Scholar e, em 2009, publica
oficialmente o livro “Biocentrismo: como a vida e a consciência são a chave
para compreendermos a verdadeira natureza do universo” (tradução livre).
A recepção negativa da comunidade científica com as suas ideias não foi
consensual. O médico Nobel, já falecido (2012), Edward Donnall Thomas, fez uma
declaração positiva para a Revista Forbes, em 2007. Outros cientistas, como o
físico Lawrence Krauss, alegaram que a ideia, filosoficamente falando, pode ser
“interessante”, mas “não é testável cientificamente” (Wikipédia). Alguns, de
forma mais negativa, como Dr. Vinod Wadhawan, acusaram Lanza de pseudocientista
e de aproveitador, por fazer uma parceria com o médico Deepak Chopra, com o
simples intuito de alavancar suas vendas.
Apesar das críticas, vamos conhecer melhor a teoria de Robert Lanza. Se
ela provocou e ainda provocará uma revolução científica, já se pode afirmar
que, no mínimo, trouxe uma discussão nos meios científicos sobre um assunto tão
polêmico e tabu, que é a morte.
Biocentrismo e Vida Após a “Morte”
O Biocentrismo, definido por Lanza, defende que o universo provém da
consciência e, sem ela, ele não poderia existir. Para sustentar esta ideia, o
Biocentrismo se apoia no experimento da dupla fenda, onde o elétron é
determinado como partícula, pelo fato de medi-lo, uma vez que o elétron se comporta
como ondas de possibilidades, até o momento em que se procura saber a sua
localização exata. Tal experimento deu origem ao enunciado, da mecânica
quântica, chamado de Princípio da Incerteza, onde as nossas observações
provocariam algum efeito, no mundo atômico. Além da dupla fenda, Lanza afirma
que o Biocentrismo é semelhante à ideia de múltiplos universos, evocando a
noção de que é possível a existência da consciência em “outros mundos”, uma vez
que haveria um número infindável de universos, que existem simultaneamente ao
nosso. Segundo o cientista, a morte seria uma ilusão criada pela nossa mente,
pois, a vida, para Robert, transcende a linearidade a qual estamos acostumados
em observá-la. Segundo ele, a morte é uma crença, assim o tempo e o espaço não
existiriam de fato, objetivamente, mas seriam apenas ferramentas da nossa
mente, para a compreensão do universo.
O Princípio Antrópico Cosmológico também é base para o Biocentrismo de
Lanza, ou seja, a nossa existência não surge ao acaso, pelo contrário, é
proposital. A vida e a biologia, por sua vez, criariam a realidade, sem a noção
linear e limitante que costumamos assumir. Ainda, de acordo com o médico, a
morte apenas existe como conceito, ensinada pelas gerações, e, portanto, não
pode “existir em qualquer sentido real”, em contraposição, a vida seria apenas
um fragmento de tempo – este, por sua vez, daria simplesmente um “reboot”
quando morremos, fisicamente, a novas possibilidades. A vida, portanto, não se
trata de um tempo, passado, presente e futuro – aqui, sem a nossa consciência,
espaço e tempo não tem valor algum, desta forma, quando morremos, a nossa mente
não poderia deixar de existir, pois ela faria parte do universo, assim uma
parte da mente poderia ser imortal.
Os Sete Princípios
A teoria do Biocentrismo se baseia em 7 princípios:
1. O espaço e o tempo não são realidades absolutas, portanto, a
realidade “externa” seria um processo de percepção e de criação da consciência.
2. As nossas percepções externas e internas estão ligadas, de forma
profunda, não podendo se divorciar uma da outra.
3. O comportamento das partículas subatômicas está ligado com a
presença de um observador consciente. Sem esta presença, as partículas existem,
no melhor dos casos, em um estado indeterminado de probabilidade de onda.
4. Sem consciência a matéria
permanece em um estado indeterminado de probabilidade. A consciência precede o
universo.
5. A vida cria o universo, e não o contrário, como estabelecido pela
ciência tradicional.
6. O tempo não tem real existência fora da percepção humana.
7. O espaço, assim como o tempo, não é um objeto. O espaço é uma forma
de compreensão e não existe por conta própria.
Revolução Científica
É verdade que a física quântica revolucionou o nosso modo de
compreender o universo e de pensar cientificamente. O Biocentrismo é uma teoria
que vem acompanhada de outras concepções, desenvolvidas por outros cientistas,
como Stuart Hameroff, Roger Penrose e Amit Goswami, que, apesar de serem
rejeitadas por boa parte do mainstream[2]
científico, representam algo que poderia ser impensável ou inadmissível por
algumas pessoas: cientistas de renome que acreditam na vida após a morte.
Perfeito! Mais um grande passo para a humanidade. E a Vida Continua... Sim
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