Jean Baptiste Greuze − The Punishment of Filial
Ingratitude,
Miramez
Decepções. Ingratidão. Afeições destruídas
Para o homem de coração, as decepções oriundas da
ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade não são também uma fonte de
amarguras?
São, porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis:
serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o
egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.
Lembrai-vos de todos os que hão feito mais bem do que vós, que valeram muito
mais do que vós e que tiveram por paga a ingratidão. Lembrai-vos de que o
próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de
velhaco. Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na Terra e não
atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios. A ingratidão é
uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em
conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes
tenha sido a ingratidão.
Questão 937 / O Livro dos Espíritos
A ingratidão nos teus caminhos
será sempre um modo de testar teu coração na confiança em Deus. Compete à alma
não fugir do problema surgido à sua frente, mas resolvê-lo.
Certamente que a ingratidão
fere, por vezes até aos Espíritos de ideias nobres, no entanto, eles buscam no
coração e na caridade os meios de se livrarem desse magnetismo inferior lançado
pelos ingratos. Por estes, deve-se orar com sinceridade, pois, são mais
sofredores e precisam da nossa compreensão. Jesus já disse antes que eles não
sabem o que fazem.
Verdadeiramente, a ingratidão é
um teste para os teus sentimentos de amor e somente o trabalho no bem comum, o
amor e a caridade podem e têm o poder de desfazê-lo, transformando-o em alegria
e desejando que o ingrato conheça a verdade. Ninguém resiste ao amor; ele é a
força que transmuta o ferro em ouro, que transforma o coração que odeia, em
músculo divino que ama verdadeiramente.
A ingratidão vem do egoísmo,
como filha de tal desvio e sai por aí ofendendo corações despreparados. Mas,
quando ela encontra o amor, se desfaz pelas bênçãos de Deus, cedendo lugar ao
desprendimento, filho da fraternidade, e a alma reconhece que somente Jesus tem
o poder de guiar Seu rebanho para o ambiente de Deus.
Não deves desejar, mas o egoísta
encontrará nos seus caminhos a percorrer corações endurecidos, pela justiça não
imposta por ele, porém, pela natureza. É lei colhermos o que semearmos.
Lembra-te dos grandes
personagens que estiveram ou estão na Terra, sofrendo as calúnias dos ingratos
e que, no entanto, continuam amando a todos eles. São felizes, por postarem-se
acima do mal, das injúrias e da maldade. Copia seu procedimento; essas almas se
encontram em todas as religiões, nas ciências e filosofias espiritualistas.
São cidadãos universais, que já
não usam como capas nenhuma das condições humanas, mas somente o amor, a
caridade. As suas vidas são o Evangelho aberto, qual a natureza a nos dizer,
para tudo e para todos, da paz de Deus. São como a chuva e o sol, o ar e a
água. Não escolhem por onde passam para fazerem o bem, sendo eles o próprio bem
circulando pelos canais do Cristo. Quando esses personagens saem do barco da
carne, os próprios inimigos os reconhecem como benfeitores da humanidade.
Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus.
Marcos, 6:54
O povo sempre reconhece aquele
que somente trabalha para o bem comum e que nunca exige nada para si; eis aí a
alma iluminada pelo amor de Deus. Façamos o mesmo, de modo a sermos uma fração
de Cristo no coração da Terra e nos céus de todas as almas filhas de Deus, no
esquema da Luz.
Para consolo dos que são
apedrejados, é bom nos lembrarmos de que Jesus, quando andando na Terra,
amando, foi injuriado, apedrejado, cuspido, interpretado como salteador e
inimigo, mas que nunca se desviou do Seu roteiro, e para provar a certeza que
Ele tinha de amar, cedeu Sua vida na cruz, eternizando o bem e ainda perdoando
a todos sem julgá-los como malfeitores, entendendo que aqueles que O agridem
não sabem o que fazem.
Não te admires de acontecer o
mesmo contigo; são testes por que deves passar, dando-te segurança por dentro,
para tua missão junto aos que ignoram a paz. Não precisas mais de recompensa, a
não ser o bem que fazes aos outros. A tua consciência responderá pelo que
semeias. Se o céu, como diz Jesus, está dentro da alma, busca esse céu do modo
que a lei determina, e sentirás a felicidade penetrar em teu coração.
A ingratidão, de certa maneira,
é uma prova para a perseverança no bem e oportunidade para o perdão, esquecendo
as ofensas. Sejamos fortes em Deus e brandos em Cristo, que o resto vem por
acréscimo de misericórdia, e quando a luz acender em nosso coração, por muito
amarmos, estaremos livres de todas as investidas daqueles que nos respondem
pelo bem que fazemos pelas ingratidões. Novamente falamos:
Eles
não sabem o que fazem.
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