sexta-feira, 4 de abril de 2025

HISTOGÊNSE PERISPIRITUAL[1]



Rogério Coelho

 

O perispírito é o mais importante produto do fluido cósmico

 

Sobre o perispírito, Kardec perguntou aos Benfeitores Espirituais:

 De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?,

obtendo a seguinte resposta:

(...) do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório (de perispírito) como mudais de roupa[2].

Questão 94 / O Livro dos Espíritos

 

Podemos entender o perispírito como um campo energético adaptador, isto é, uma espécie de argamassa de energia com propriedades sui generis que lhe dão a possibilidade de unir a matéria sutil (Espírito) à matéria densa (corpo físico). Segundo Kardec, o perispírito é “agente de transmissão” entre o corpo físico e o Espírito e vice-versa. Portanto, sem ele não haveria como existir união corpo-espírito.

O perispírito é formado por "camadas energéticas" que se mesclam em suave "dégradé" à semelhança das cores do arco-íris, onde temos a "aura" a caracterizar a parte mais externa.

O perispírito identificado desde o Egito antigo como Kha ou Bai e na Grécia como Eidôlon ou Ochéma; foi intitulado, por Paracelso, como corpo  sidéreo ou Evestrum; pelo Vedanta: Mano-Maya-Kosha; pelo Budismo Esotérico: Kama-Rupa; pela Cabala Hebraica: Rouach; pelo Tradicionalismo Latino: Ímago; pelo Tradicionalismo Chinês: Khi; neognósticos: Aerossoma; filósofos persas: Férouer; por Pitágoras: Carne Sutil da Alma; por Aristóteles: Corpo Sutil e Etéreo; por Leibnitz: Corpo Fluídico; por Lepage Renour: Duplo; pelos hindus: Linga Sharira; pelos hebreus: Néphesph; pelo filósofo Cudworth: mediador plástico; pelos homens primitivos: Corpo-Sombra; Paulo denominou-o: Corpo Espiritual; os investigadores de Baraduc o conheciam como: Somod; pelos ocultistas, teosofistas, hermetistas e alquimistas  como Corpo Astral; os cientistas russos: Corpo Bioplasmático; no Zend Avesta: Baodhas; os neoplatônicos da escola de Alexandria: Astroeidê. Outros pesquisadores deram-lhe dezenas de outras denominações... Allan Kardec, porém, foi mais feliz ao criar o neologismo perispírito, que dá - etimologicamente - uma noção mais adequada desse componente.

Ensina, ainda, o Mestre Lionês:

o perispírito ou corpo fluídico dos Espíritos é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma[3].

Em oportunas ilações, o Dr. Jorge Andréa afirmou:

(...) dia virá em que o mapa cromossomial estará bem definido, ao lado do perispírito que lhe dá orientação. Nesse contexto, a civilização humana terá deixado o seu passado de interesses e egoísmos menos felizes, responsáveis pelos limitados horizontes do conhecimento. O trabalho digno possui universalidade e será de todos, jamais restritivo a grupos onde vicejam interesses mórbidos. A colaboração equilibrada de todos, navegando na concórdia e na paz, conduzirá a civilização aos horizontes do conhecimento.

A conquista científica autêntica, que hoje vislumbramos, só se dará se houver o acompanhamento de educação e moralização integral do ser humano. Nessas condições, novas dimensões de vida se mostrarão à espécie humana, de modo especial no setor espiritual, que permitirão a dignificação do conhecimento, sem agressões e com bastante amor, por onde o afluente da fraternidade poderá desembocar no caudaloso e grande mar da sabedoria...

Embora a histogênese perispiritual, bem como o princípio das coisas, esteja no âmbito dos - ainda - segredos de Deus, podemos aprender muito sobre o perispírito com Kardec, que faz um ensaio teórico da sensação nos Espíritos, mais precisamente na questão de número 257 de O Livro dos Espíritos. Portanto, vale a pena fazer uma atenciosa e profunda pesquisa nesta questão para aprofundarmos o conhecimento deste importante componente de nossas vidas que nos acompanhará para sempre através dos tempos: o perispírito!



[2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 94.

[3] Kardec, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIV, item7.

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