Miramez
Poderia encarnar num animal o Espírito que animou o corpo
de um homem?
Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda. O
rio não remonta à sua nascente.
Questão 612 / O Livro dos Espíritos
Já comentamos em página anterior
esse assunto, mas não é demais tornar a falar, para que se possa compreender,
com mais segurança, que a alma de um homem não pode voltar a animar o corpo de
um animal. A Filosofia Espírita é aberta às comparações, ao raciocínio lógico.
Como Deus iria criar as coisas para a regressão? Ele não seria Deus, porque não
teria ciência, quando criou, de que não daria certo a Sua criação, tendo de
voltar atrás, por ter falhado em Suas experiências!
Deus não faz experiências; isso
é para os homens dotados de razão. Ele sabe o que faz, Ele é onisciente,
inclusive de nosso destino. Ele vive no ontem, no amanhã e no futuro longínquo,
como se tudo estivesse no presente. Ele vive no eterno, porque Ele é a
eternidade. Já devemos ir estudando esse viver no eterno, para principiarmos a
fazer o mesmo. Se somos Seus semelhantes, Seus filhos, haveremos de copiar Seus
feitos para vivermos em paz, a paz de consciência.
Na ordem das reencarnações,
dentro dos corpos humanos, é que a matéria pode regredir para melhores lições.
A alma, como um ser, pode ser em uma reencarnação um grande político aos olhos
dos seus semelhantes, e voltar conforme suas dívidas, como um ser sem nenhuma
expressão, até em corpo deformado, para aprender a verdade no silêncio e no
sofrer. Mas, tomar um corpo que está servindo aos animais na retaguarda, isso
nunca, nem as plantas poderão voltar animando minerais.
A vida é crescimento, a vida é
luz, que tem como destino a Luz Maior. A Metempsicose talvez tenha servido para
uma geração, como forma de medo para as criaturas, um entrave para os caminhos
da perdição, como no caso de Sodoma e Gomorra, e de outras cidades que foram
destruídas pelas paixões ali incentivadas, como hoje se comenta em alguns meios
que a guerra atômica destrói até a alma, pela radiação que as bombas produzem.
Isso cria certo pavor nos profissionais das guerras fratricidas.
Existe, sim, a reencarnação, mas
não regredindo. Ela se processa no mesmo reino. O Espírito, tomando corpos
semelhantes aos que teve, para a sua evolução espiritual, e cada vez mais se
iluminando, mesmo que não mostre essa iluminação, a está processando por
dentro, e ninguém tira essa glória de sua vida. Ela é sua, por tê-la
conquistado sob as bênçãos do Criador.
O espírita, principalmente, deve
aprender a adquirir a força do desprendimento. Desprender-se das coisas
materiais não é jogar fora o que Deus lhe confiou; é saber fazer uso dos bens
transitórios, porque somente os valores morais, o saber, a moral elevada, é que
o acompanham pela eternidade.
Deus somente consente que se
façam as coisas que deem motivo para aprendizado. O que iria aprender o
Espírito que já tivesse animado o corpo de um homem, voltando a animar o corpo
de um animal irracional?
Deus é justo e misericordioso;
Ele não faz coisas para voltar atrás, e o homem é senhor dos reinos que Ele
criou, para que os Espíritos pudessem passar a aprender todas as coisas.
Quando os fariseus se indignaram
pelos discípulos estarem trabalhando no sábado, o Mestre respondeu desta forma,
que Marcos anotou no capítulo dois, versículo vinte e oito:
De sorte que o filho do homem
é Senhor também do sábado.
Anteriormente Ele havia dito que
o homem não foi feito por causa do sábado e, sim, o sábado por causa do homem.
Escravizar, por causa da própria
criação do mesmo homem, é regredir, vivendo situações e leis sem expressão, em
se falando do Espírito, que já tinha e tem atingido o reino dos homens, dotados
de razão. O Espírito é luz, e como tal, não poderá tornar às trevas.
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