Miramez
O celibato
voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?
Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a
Deus e enganam o mundo.
Questão 698 / O Livro dos Espíritos
O celibatário pode estar certo,
se verdadeiramente ele deixou de contrair matrimônio por não ter essa tarefa de
construir um lar. Podemos perceber muitos deles na Terra, por provas, por
oportunidade de descanso com esse tipo de compromisso, ou por missão, pois,
estando livre dos compromissos de familiares, desempenha melhor o seu papel em
favor da sociedade.
Entretanto, o celibato em favor
de si mesmo, como egoísmo, e para não ajudar aos que formam uma família, não é
aceito como virtude, visto que a renúncia, neste caso, é somente em favor de si
mesmo, é usura e, portanto, condenado pela consciência. Estando no mundo, o
Espírito deve, por obrigação, dar pelo menos o que recebeu dos seus ancestrais;
se eles renunciassem ao casamento, ele não nasceria, nem teria a oportunidade
que agora tem.
Devemos renunciar, sim, mas à
mentira, à inveja, ao orgulho e à vaidade, ao egoísmo e ao ódio e a outros
tantos defeitos que podemos anotar nas linhas da nossa vida. Podemos renunciar
à união com essas imperfeições, que isto será de agrado da espiritualidade que
nos acompanha, nos ajudando a viver. Nas oportunidades de redenção espiritual,
como seja o casamento, quantos pais hoje dão graças a Deus pelos filhos que têm
por poder lhes ajudar, até mesmo a andar, a comer, a vestir e a ter um abrigo?
Além disso, a família é abençoada, pelas portas de amor que se abrem para a
eternidade.
Relembremos aqui a pergunta e a
resposta de número 598 de O Livro dos Espíritos, para melhor esclarecimento:
− O celibato voluntário representa um estado de perfeição
meritório aos olhos de Deus?
E a entidade espiritual responde ao codificador:
Não, e os que
assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.
E quem desagrada a Deus, está
desagradando a si mesmo, fazendo dívidas para o resgate no amanhã; os que
enganam o mundo, têm de voltar para reparar o mal feito.
Jesus desafiou os mais sólidos
hábitos sociais judaicos, permanecendo liberado dos laços matrimoniais, sem com
isso perder Sua dignidade, conforme afirma Paulo:
Porque com grande poder convencia publicamente os
Judeus, provando por meio das escrituras que o Cristo é Jesus.
Atos, 18:28
Jesus, na verdade, era
celibatário, como Paulo também o era, no entanto, tinha uma missão divina entre
os homens, e fez de Paulo um dos Seus mais lúcidos discípulos, na solidificação
do Evangelho.
Muitos outros missionários dos
céus foram celibatários por mandato divino, para anunciar o Evangelho de Jesus
livres de certos compromissos.
Não é o mesmo caso de ser
solteiro por egoísmo, engrossando a "fileira dos acomodados". A
esses, as próprias consciências se encarregam de cobrar, porque não fizeram o
que deveriam fazer.
O casamento é oportunidade
divina para as criaturas. Não compete a nós julgarmos os celibatários, porque
somente os Céus sabem quais os que vieram ao mundo para não casar, e Deus pode
dizer claramente aos homens, pelas portas da consciência, se devem ou não
contrair matrimônio, constituindo família.
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