quinta-feira, 7 de novembro de 2024

ABOLIÇÃO DO CASAMENTO[1]

 


Miramez

 

Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?

Seria uma regressão à vida dos animais.

O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes. (Allan Kardec)

Questão 696 / O Livro dos Espíritos

 

A abolição do casamento na Terra seria um desastre moral no seio da sociedade. O casamento torna-se um meio onde a harmonia estabelece, não somente para a reprodução ordenada, como para o trabalho de amizade e perdão. Unem-se as almas em comunhão na Terra, de modo a aperfeiçoarem seus sentimentos e despertarem seus valores, crescendo os deveres ante os seus familiares.

O pai de hoje pode ser um neto de amanhã ou, em outras épocas, um filho. Abolir uma instituição que somente faz o bem, é regredir à animalidade. Não esmoreçamos nos caminhos da educação e da disciplina, porque a evolução é demorada. Ninguém é criado já desenvolvido em todas as suas qualidades espirituais. Convém recordar que precisamos de tempo, precisamos de eras sem fim na busca da perfeição espiritual. Somente Deus não precisa despertar qualidades, pois Ele já é a Luz de toda a criação.

Se ainda estamos dando passos incertos, procuremos pelo que pode firmar nosso andar; se ainda duvidamos do que já aprendemos, busquemos Jesus. Ele, verdadeiramente, é o caminho, a verdade e a vida; quem não sabe dessa realidade? Todas as leis de Deus estão firmadas dentro das consciências. O que fazer para compreendê-las? Consultar esse reino do Senhor que se encontra dentro da nossa vida. O verdadeiro livro escrito pelo Todo Poderoso está na nossa intimidade e as suas letras de luz projetam-se constantemente nos corações, pela força do próprio Criador.

O casamento como instituição, a união de dois Espíritos visando a constituir uma família, obedece às leis divinas, e as leis humanas não têm o direito de desfazer.

De modo que não são mais dois, porém, uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.

Mateus, 19:6

O Senhor fez o homem e a mulher para que eles, no reino da carne, prosseguissem juntos, com tarefas definidas na sociedade. Por que separar, por que criar mudanças na ordem já existente, de modo que surja a indisciplina? Os animais que se encontram na retaguarda evolutiva dão exemplos inúmeros de fidelidade e de união, na simplicidade da natureza. Os homens devem obedecer ao estatuto divino, cumprir a lei e a Sua justiça, que o resto virá por misericórdia.

Cada vez que a Terra sobe mais na sua escalada aos mundos mais elevados, os comportamentos humanos devem sofrer mudanças, no sentido do aperfeiçoamento. Assim com os homens, assim, também, com os animais, só que esses obedecem ao progresso na lentidão que oferece o estado de quem não alcançou o raciocínio.

Procuremos entender melhor os deveres da família diante de todos os acontecimentos, porque quem busca, acha, e a quem bate, abrir-se-lhe-á.

A abolição do casamento seria uma regressão da humanidade, uma confusão, por faltar o respeito de uns para com os outros. Somos pelas mudanças em vários aspectos, notadamente em mundos elevados, onde o amor é a força dominante em todos os empreendimentos. O casamento, no nível em que se encontra o planeta, ainda deve permanecer muitos séculos, para sofrer algumas mudanças, de modo que a consciência não grite como sendo o tribunal que sabe acusar e defender, pois ela reflete com perfeição a voz d'Aquele que é a vida.

Lembremo-nos que o Mestre Jesus é a nossa esperança; Ele assistiu ao nosso desabrochar para a luz da razão; por isso, não poderemos seguir mundo a fora sem a Sua assistência, até quando nos tornarmos adultos e passarmos a caminhar por nós mesmos, quando entrarmos na faixa que um grande filósofo disse: Conhece-te a ti mesmo", pois, conhecendo a verdade, nos tornaremos livres.



[1] FILOSOFIA ESPÍRITA – Volume 14 – João Nunes Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário