quinta-feira, 12 de setembro de 2024

IMPRUDÊNCIA[1]

 


Miramez

 

Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?

Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal.

Questão 954 / O Livro dos Espíritos

 

Quem não tem discernimento compatível com a falta, não é condenado, a não ser por leves avisos da consciência, de que tem que se preparar para futuras concepções sobre a verdade. Verdadeiramente, não há ninguém ignorante por completo; até o homem primitivo tem condições de aprender teoricamente no mundo espiritual, antes de receber pelas mãos do Criador um envoltório físico. Não é justo que ele responda por faltas cometidas, qual um intelectual que já compreende as leis estabelecidas para orientação da sociedade.

As intenções é que marcam na vida da alma a sua culpabilidade. Estamos em marcha para o despertamento espiritual, e convém a todos nós, encarnados e desencarnados, compreendermos os nossos deveres ante a vida, em todas as sequências que a existência nos oferece.

O homem de hoje, não se pode dizer que seja ignorante de certas verdades, por ter ao seu dispor todas as modalidades em que a verdade pode ser conhecida, meios inúmeros de comunicação, religiões e filosofias várias que, de qualquer maneira, trazem alguma verdade. Isto é bênção de Deus, para conhecimento dos povos.

A ignorância sobre as leis está deixando de existir, porquanto, não podes ignorá-las. A educação deve ser urgente para todas as criaturas, e a instrução não se deve deixar esperar. Ainda trazes dentro de ti o medo de morrer, para assegurar um pouco a vida. São as forças internas saindo em amparo à alma. Hoje, as faltas são quase todas conscientes, porque antes de serem executadas surge a voz da consciência a dizer que não é certo. Que queres mais?

Quando se fecha os ouvidos para o Cristo interno, não se quer ouvir a ninguém mais, mas quem age assim responderá pelas consequências dos erros e será condenado por si mesmo. Quem erra querendo ser o primeiro por sua conta própria, passa a ficar como escravo dos próprios erros.

E quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo.

Mateus, 20:27

Não iludimos a lei; ela nos cobra na medida das nossas faltas, para nos ensinar a respeitar o Criador, que as fez para a nossa paz. A culpabilidade é de acordo com o crescimento da alma, até que o Espírito domine todas as suas paixões, transformando-as em valores espirituais. O homem de hoje está cheio de problemas e inúmeras dificuldades. Isso são lições que, pela dor, o vão despertando para o bem comum, de onde nasce o amor, com a função de caridade.

O mundo de amanhã vai desconhecer o mal por completo, por estar integrado no bem puro, e o Cristo ficará mais visível nos corações para sempre. Estamos escrevendo inspirados em O Livro dos Espíritos, cuja fonte de saber Deus nos confiou. No mundo espiritual ele é igualmente estudado pois, dentro das suas perguntas e respostas se encontram verdades imortais e leis que vigoram em cada sentimento da vida, na Terra e no Céu. Meditemos nele, que ele nos dá mais do que pretendemos e pensamos.



[1] FILOSOFIA ESPÍRITA – Volume 19 – João Nunes Maia

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